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O Informador

A Rapariga do Lago Silencioso | Leslie Wolfe

Alma dos Livros

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Título: A Rapariga do Lago Silencioso

Título Original: The Girl From Silent Lake

Autor: Leslie Wolfe

Editora: Alma dos Livros

Edição: 1ª Edição

Lançamento: Outubro de 2022

Páginas: 352

ISBN: 978-989-570-044-8

Classificação: 3 em 5

 

Sinopse: Quando um crime abala a comunidade de Mount Chester, a detetive Kay Sharp vê-se obrigada a voltar à sua terra natal, de onde partira há muito tempo e prometera não mais regressar.

Uma mulher de fora da cidade tinha sido encontrada morta, coberta pelas folhas das árvores e envolta num cobertor, perto de um lugar conhecido como o Lago Silencioso.

Kay reconhece imediatamente os sinais de um assassino em série – a natureza dos rituais que está presente no cenário do crime revela que é apenas uma questão de tempo até que ele ataque novamente...

Alison Nolan é mãe solteira e decide partir de férias com a sua filha Hazel, para aproveitarem um tempo precioso juntas. Quando chegam aos arredores do Lago Cuwar, onde as montanhas estão cobertas de neve e iluminadas pelos maravilhosos tons do outono, percebe que é exatamente aquilo de que precisavam. Porém, poucas horas depois de lá chegarem, as duas desaparecem misteriosamente.

O instinto de Kay diz-lhe que aqueles dois casos podem estar ligados. Enquanto lidera uma busca frenética para encontrar o culpado, Kay tem de lutar contra a população da cidade que protesta por ela estar a fazer demasiadas perguntas. Conseguirá ela encontrar o assassino antes que seja tarde demais?

 

Opinião: Leslie Wolfe lança uma nova série com A Rapariga do Lago Silencioso e dá a conhecer Kay, uma ex-agente do FBI, ao leitor. Com memórias dolorosas perante a sua infância e com a dor de ter o irmão atrás das grades, esta mulher retoma angustiada à vila que a viu crescer para encontrar um refúgio e ao mesmo tempo perceber os motivos que levaram à condenação do seu irmão.

Já instalada, Kay começa a perceber que jovens mulheres estão desaparecidas, e mesmo sem ter o distintivo das autoridades locais, coloca o seu papel de investigadora em marcha seguindo contra as regras, interferindo nas investigações em vigor, dando dicas e seguindo os seus instintos na procura da verdade. O seu trabalho paralelo às investigações oficiais levam o detetive Elliot a procurar o seu contributo e a coloca-la no centro de toda a ação como um bom recurso na procura do assassino em série que tem atormentado a população. A partir daqui presente e passado começam a revelar ligações profundas perante o que vai sendo descoberto e o que levou Kay a deixar as suas raízes antes acaba por voltar à tona e a criar múltiplos sentimentos de frustração e indignação.

Leme | Madalena Sá Fernandes

Companhia das Letras

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Título: Leme

Autor: Madalena Sá Fernandes

Editora: Companhia das Letras

Edição: 1ª Edição

Lançamento: Março de 2023

Páginas: 168

ISBN: 978-989-784-959-6

Classificação: 2 em 5

 

Sinopse: Leme é o relato da vivência de uma rapariga que assiste, durante anos, à erosão dos pilares que sustentam as ligações humanas: vê a mãe subjugada à violência do homem com quem mantém uma relação amorosa disfuncional; vive na pele a distorção dos papéis desempenhados por pais e filhos; alimenta-se da solidão para ultrapassar um quotidiano de medo e fúria; disputa um lugar só para si no meio do caos familiar; aprende a reconhecer o consolo das pequenas vitórias; e, por fim, reconstrói-se a si e às suas memórias.

Nenhuma criança conhece de antemão os nomes das coisas, mas todas as crianças reconhecem instintivamente o perigo. Para a protagonista desta história, o perigo tem o nome de um homem, e é sinónimo de obsessão, desequilíbrio, solidão, desamparo, poucas certezas e muitas dúvidas. Leme é um golpe de escrita para regressar à vida. Uma cintilação plena de vida e um soco no escuro que nos engole: eis um livro que aponta diretamente aos limites do bem e do mal.

 

Opinião: Lamento as vozes que se fizeram levantar a aplaudir o romance autobiográfico de Madalena Sá Fernandes, Leme, mas aqui desde lado não surgem boas notícias para vos serem contadas após esta leitura.

De capítulos curtos e uma escrita demasiado simples, este auto romance é focado no tema da violência doméstica e o que tais comportamentos provocam no momento e para a vida futura de uma pessoa. Leme invoca as memórias de uma mulher que sofreu enquanto jovem vários momentos de violência, a maioria psicológica, do parceiro da sua mãe que ao mesmo tempo fechava os olhos a tais comportamentos. O tema é duro, pesado e lastimável, no entanto a forma como a autora o conduziu não correu da melhor forma, desfiando rápidas memórias sem conseguir esmiuçar os momentos para levar o leitor a ficar preso às suas trágicas e pesadas vivências, como se só quisesse apresentar factos para se livrar ela própria do que ficou para trás, sem se lembrar que quem está desde lado necessita de criar ligações com a história de cada personagem. O tema está lá só não foi bem desenvolvido e ao ser uma autobiografia tinha tanto a obrigação de ter corrido melhor. 

Água de Verão | Sarah Moss

Cultura Editora

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Título: Água de Verão

Título Original: Summerwater

Autor: Sarah Moss

Editora: Cultura Editora

Edição: 1ª Edição

Lançamento: Julho de 2023

Páginas: 188

ISBN: 978-989-9150-35-5

Classificação: 2 em 5

 

Sinopse: No dia mais longo do verão, a chuva cai fortemente sobre uma pequena aldeia rural nas Terras Altas da Escócia. Doze pessoas sentam-se com as suas famílias nas suas cabanas de madeira gasta, tendo pouco que fazer para ultrapassar o tédio da chuva — além de observar os restantes residentes, claro está.

Uma mulher corre como se estivesse a fugir de algo; um casal reformado recorda-se dos vizinhos que há muito se mudaram; um adolescente brava as águas escuras do lago no seu caiaque vermelho. Cada pessoa está envolvida nos seus próprios assuntos, mas cada vez mais alerta para a comunidade à sua volta. Uma família em particular — uma mãe e uma filha que não têm as roupas certas ou as maneiras adequadas — começa a chamar a atenção dos restantes. As tensões aumentam e todos ficam atentos, inconscientes da tragédia que se avizinha à medida que a noite finalmente cai.

Enquanto a chuva de verão e o dia progridem, as tensões aumentam e, com a escuridão, virá uma reviravolta irreversível do presente.

 

Opinião: Entrei numa pequena aldeia rural nas Terras Altas da Escócia e fui visitando a mente de doze habitantes de singelas cabanas de madeira num dia de temporal em que todos deviam ter o cuidado para que as suas famílias permanecessem em segurança dentro dos seus próprios espaços. O pior é que com tanta divagação alheia senti-me perdido e bem desamparado num romance que podia ter muito e que me contou tão pouco. 

De um momento para o outro, capítulo a capítulo, o leitor de Água de Verão é convidado a ouvir o que cada pessoa pensa sobre o estado do tempo e também sobre o que os outros estão a fazer nas cabanas ao lado, numa divagação sem grande nexo e onde não consegui perceber qualquer cruzamento de monólogo para monólogo. Confesso que me senti do início ao fim desta leitura sempre perdido e foi de arrasto e um pouco por obrigação para ir até à última página que segui em frente.

Percebi que a ideia da história seria criar um alerta perante os tempos de individualismo que o Mundo atravessa mas senti que a autora tentou criar demais e que acabou por me conduzir numa narrativa deprimente e sem nexo algum.

Morte Suspeita em Marlow | Robert Thorogood

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Título: Morte Suspeita em Marlow

Título Original: Death Comes to Marlow

Autor: Robert Thorogood

Editora: TopSeller

Edição: 1ª Edição

Lançamento: Junho de 2023

Páginas: 336

ISBN: 978-989-623-882-7

Classificação: 3 em 5

 

Sinopse: Judith Potts, 78 anos, viúva (não se sabe exatamente o que aconteceu ao marido), nadadora no Tamisa (sem roupa) e conhecedora de whisky, vive sozinha, mas não está propriamente só. Com as suas amigas Suzie (uma excêntrica passeadora de cães) e Becks (a antes cerimoniosa, mas agora afoita esposa do vigário), integra o Clube do Crime de Marlow, responsável pelo desvendar de um dos maiores mistérios ocorridos na pequena cidade.

Ao receber um telefonema de Sir Peter Bailey, um dos mais distintos habitantes de Marlow, a convidá-la para uma festa na sua mansão, na véspera do seu casamento com a sua enfermeira pessoal, Judith não hesita em aceitar. Afinal, fica perto de casa e é quase certo que haverá champanhe de graça.

Todavia, durante a festa, os convidados ouvem um barulho terrível vindo de dentro de casa, e quando as três detetives amadoras acorrem para saber o que se passou, dão de caras com o futuro noivo estendido no escritório, esmagado por um armário gigante.

Como a pisão estava trancada por dentro, a polícia põe de parte a hipótese de se tratar de um crime. Só que Judith tem outra opinião: Sir Peter foi, obviamente, assassinado!

 

Opinião: O alerta deve ser feito desde o início, não li o primeiro volume desta série, O Clube do Crime de Marlow, porém acredito que não seria por isso que a opinião sobre Morte Suspeita em Marlow estaria diferente. 

Numa primeira fase desta história o leitor é convidado a perceber que o prestigiado senhor Peter Bailey liga a Judith, uma sua conhecida mas não amiga, para que marque presença numa festa de pré-casamento na sua linda e luxuosa mansão, o que deixa desde logo a senhora de 78 anos com alguma curiosidade que a leva a aceitar o prestigiado convite. Peter mostra-se nervoso no telefonema do convite e aliando a lembrança desse momento ao facto deste homem surgir morto trancado no seu escritório no dia da festa, Judith tem assim o ponto de partida para uma nova investigação de um crime ao lado das suas queridas amigas, Suzie, a passeadora de cães e radialista, e Becks, a conhecida esposa do vigário. O trio da terceira idade inicia as suas investigações mal o crime acontece, estando a par da investigação formal das autoridades e enquanto fazem a sua própria procura conseguem também colocar muito boa gente de cabelos em pé. Como será que morreu Peter sozinho no escritório e quem poderá ter alguma culpa consigo neste acontecimento? A tripla inicia assim mais um processo que as deixa bem empolgadas, convidando o leitor a seguir pista a pista e deixo aqui a garantia que o grande mistério só é mesmo desvendado no final, sem margem para se levantar uma suspeita certa a determinado momento porque o que parece não é, como acontece neste género de narrativas. 

Twisted Lies | Ana Huang

Clube do Autor

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Título: Twisted Lies

Título Original: Twisted Lies

Autor: Ana Huang

Editora: Clube do Autor

Edição: 1ª Edição

Lançamento: Junho de 2023

Páginas: 528

ISBN: 978-989-724-679-1

Classificação: 3 em 5

 

Sinopse: Stella Alonso é uma romântica sem tempo para relacionamentos. Mas quando uma ameaça do seu passado a leva diretamente para os braços – e para a casa – de Christian, o homem mais perigoso que alguma vez conheceu, fica tentada a deixar-se sentir algo pela primeira vez em muito, muito tempo. O seu amor é distorcido por segredos e manchado pelas mentiras. Quando as verdades finalmente são reveladas, podem destruir tudo irremediavelmente…

 

Opinião: E chegou o quarto e último volume da saga Twisted e se em termos de escrita Ana Huang conseguiu fazer um trabalho em crescendo de livro para livro, em termos de história desta vez não me conseguiu cativar como no volume anterior e tenho a confessar que esta leitura foi feita um pouco de arrasto por existir uma fórmula repetida sem grandes novidades para ajudarem a agarrar este leitor perante o que já tinha sido lido anteriormente. 

Após a boa estreia com Twisted Love, logo saltei para o seu sucessor, o Twisted Games mas foi o Twisted Hate que mais me conquistou nesta série de quatro volumes que contaram as histórias de amor de quatro amigas, Ava, Bridget, Jules e Stella com os seus respetivos pares. Neste Twisted Lies a atenção recai no par que faltava, Stella e Christian, a influencer digital e o CEO de uma empresa de segurança e tal como os anteriores pares, o amor não lhes batia à porta e a convivência entre os dois nem augurava nada de promissor. Através de uma ideia sem nexo que a autora criou para juntar estas duas personagens, as coisas aconteceram, a meu ver de forma bem forçada e a partir daqui para quem gosta de romances com um q.b. de erótico pode ficar satisfeito mas enganem-se os mais ousados porque daqui não levam grandes cenas descritivas como em outras histórias do género.

Amor Estragado | Ana Bárbara Pedrosa

Bertrand Editora

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Título: Romance Estragado

Autor: Ana Bárbara Pedrosa

Editora: Bertrand Editora

Edição: 1ª Edição

Lançamento: Maio de 2023

Páginas: 208

ISBN: 978-972-25-4531-0

Classificação: 4 em 5

 

Sinopse: Dois irmãos contam a dissolução de uma família. Manel casou com Ema, e foi até que a morte os separasse como enfim os separou - pelas mãos dele. Habituado ao álcool e incapaz de lidar com as frustrações, não era a ele que mãe e irmãos deviam o amor sem reservas? Zé, casado, agora com três filhos, não vê no sangue uma desculpa para a vida do irmão. Pela mão da violência, que é pedra de toque, assistimos a uma família cujos laços se desfazem. E à vida transformada noutra coisa.

Com uma linguagem crua e destemida, que não raras vezes desarma o leitor, Amor Estragado é um romance sobre a família enquanto território a proteger, a traição da vida adulta face às certezas da infância, a inveja, o desgosto, a degradação que o vício impõe e o que custa perder um lugar de honra. E inevitavelmente sobre a culpa - do homem que mata e de quem não o impede.

 

Opinião: Amor Estragado retratada pelas vozes distintas de dois irmãos a quebra dos laços familiares que se colocam em causa através do vício do alcoolismo e violência doméstica.

Se por um lado o leitor percebe desde o primeiro instante que está perante um homem violento e sem escrúpulos, Manel , por outro tem em Zé a vergonha e a tentativa de remendar a situação que vê a sua família enfrentar e que não consegue ajudar. Manel é o revoltado, o culpado que se vitimiza e que acaba por dar uma visão da história de que a culpa é de quem está contra si e não do seu mau génio agressivo e do vício. Já Zé é a sensatez da vida normalizada e que acaba por sofrer com os desaires do destino quando tudo parecia correr no bom sentido dentro da família que criou. 

Quantos Manéis não existem por este Mundo fora a tratarem as suas companhias de vida como objetos e peões para cuidarem das suas casas e filhos à custa de maus tratos e pancada? Quantos homens, e cada vez mais mulheres, frustrados não se cruzam com o nosso dia a dia e são autênticas nódoas da sociedade que muitas vezes estão a poucos passos de matar? E quantas crianças não crescem com a frustração das agressões e se tornam adultos também eles transtornados? Os números da violência doméstica e dos homicídios estão à vista de todos e em Amor Estragado a realidade de uma família comum que pode viver mesmo ao nosso lado é retratada.

Persépolis | Marjane Satrapi

Contraponto

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Título: Persépolis

Título Original: Persepolis

Autor: Marjane Satrapi

Editora: Bertrand Editora

Edição: 2ª Edição

Lançamento: Abril de 2012

Páginas: 352

ISBN: 978-989-666-112-0

Classificação: 4 em 5

 

Sinopse: «Estamos em 1979 e, no Irão, sopram os ventos de mudança. O Xá foi deposto, mas a Revolução foi desviada do seu objetivo secular pelo Ayatollah e os seus mercenários fundamentalistas. Marjane Satrapi é uma criança de dez anos irreverente e rebelde, filha de um casal de classe alta e convicções marxistas. Vive em Teerão e, apesar de conhecer bem o materialismo dialético, ter um fetiche por Che Guevara e acreditar que consegue falar diretamente com Deus, é uma criança como qualquer outra, mergulhada em circunstâncias extraordinárias. Nesta autobiografia gráfica, narrada com ilustrações monocromáticas simples mas muito eloquentes, Satrapi conta a história de uma adolescência durante a qual familiares e amigos "desaparecem", mulheres e raparigas são obrigadas a usar véu, os bombardeamentos iraquianos fazem parte do quotidiano e a música rock é ilegal. Contudo, a sua família resiste, tentando viver uma vida com um sentido de normalidade. Um livro inteligente, muito relevante e profundamente humano.» BBC Com esta memória inteligente, divertida e comovente de uma rapariga que cresce no Irão durante a Revolução Islâmica, Marjane Satrapi consegue transmitir uma mensagem universal de liberdade e tolerância.

 

Opinião: A minha primeira experiência com novelas gráficas acontece com Persépolis e posso dizer que não podia ser de outra forma.

Num desfiar de recordações perante a sua infância e início da fase adulta, Marjane Satrapi mostra as suas memórias perante o caos que enfrentou no Teerão e que a levaram a ser encaminhada para a Europa onde também sobreviveu longe da sua família. Persépolis não é um livro simples, por ser algo complexo quando se percebe desde o primeiro instante que retrata uma história real, cheia de altos e baixos de uma miúda que teve de ser retirada dos seus para sobreviver sozinha em zonas desconhecidas e onde nem sempre foi bem tratada, o que também a levou a seguir caminhos menos convencionais e aceitáveis pelos seus. Com o tempo regressou a "casa" onde não se deixou ficar perante as ideias que lhe eram submetidas, enfrentando sem receios as leis impostas por um estado ditador e onde as mulheres sempre foram vistas como seres menores e de provocação ao longo dos séculos.

O Vento Conhece o Meu Nome | Isabel Allende

Porto Editora

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Título: O Vento Conhece o Meu Nome

Título Original: El Viento Conoce Mi Nombre

Autor: Isabel Allende

Editora: Porto Editora

Edição: 1ª Edição

Lançamento: Junho de 2023

Páginas: 272

ISBN: 978-972-0-03693-3

Classificação: 2 em 5

 

Sinopse: Viena, 1938. Samuel Adler tem apenas 5 anos quando o pai desaparece, na infame Noite de Cristal – a noite em que a sua família perde tudo. Procurando garantir a segurança do filho, a mãe consegue-lhe lugar num comboio que transporta crianças judias para fora do país, agora ocupado pelo regime nazi. Samuel embarca sozinho, deixando a família para trás, tendo o seu violino como única companhia.

Arizona, 2019. Anita Díaz e a mãe tentam entrar nos EUA, fugindo à violência que reina no seu país, El Salvador. No entanto, são separadas na fronteira, ao abrigo de uma nova lei que regulamenta a imigração, forçando à separação das famílias. A mãe desaparece sem deixar rasto, e Anita é colocada em sombrias instituições de acolhimento. O caso desperta a atenção de Selena Durán, uma californiana de ascendência latina, e de Frank Angileri, um promissor advogado, que tudo farão para reunir de novo mãe e filha. Juntos, vão conhecer de perto a violência que muitas mulheres sofrem em silêncio, sem que dela consigam escapar.

Entrelaçando passado e presente, O Vento Conhece o Meu Nome conta-nos a história destas duas personagens inesquecíveis, ambas em busca da família e de um lar. É uma sentida homenagem aos sacrifícios que fazemos em nome dos filhos e uma carta de amor às crianças que sobrevivem a perigos inimagináveis – sem nunca deixarem de sonhar.

 

Opinião: A imigração forçada de crianças é o ponto de embarque deste romance que retrata duas épocas distintas mas onde a história se volta a repetir, de outro modo, mas perante a mesma premissa, a ingenuidade dos mais novos que são envolvidos nos problemas mundiais sem terem culpa alguma e que acabam por pagar bem caro o preço da guerra.

Primeiramente conheci Samuel Adler em 1938. Uma criança judia que após ver o seu pai ser retirado para um campo de concentração nazi, segue com a sua mãe que o embarca para Inglaterra somente com o seu violino. Perdendo a sua família e ganhando uma família de acolhimento em terras distantes, Samuel nunca mais será a mesma criança.

Aquele Sítio Escuro | Amy Engel

Suma de Letras

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Título: Aquele Sítio Escuro

Título Original: Hard Land

Autor: Amy Engel

Editora: Suma de Letras

Edição: 1ª Edição

Lançamento: Março de 2023

Páginas: 304

ISBN: 978-989-23-5703-4

Classificação: 3 em 5

 

Sinopse: Numa zona empobrecida das montanhas Ozark, no Missouri, numa pequena cidade com grandes segredos, duas raparigas de doze anos, Junie e Izzy, são encontradas mortas no parque infantil. Abandonadas como bonecas partidas, as suas gargantas cortadas. Eve Taggert conhece o lado negro da vida. Sobreviveu a um lar desfeito e a uma mãe cruel e implacável que não lhe ensinou nenhuma ternura, uma dura lição que tem tentado desesperadamente poupar à sua pequena Junie.

Destroçada pelo assassinato, Eve não tenciona desistir até descobrir quem matou a sua filha. Contra todos os seus instintos, talvez precise de recorrer à força cruel que a sua mãe lhe incutiu para enfrentar a verdade sobre o crime... e sobre a sua verdadeira natureza.

 

Opinião: Duas jovens de doze anos são assassinadas num parque infantil numa pequena cidade. A partir daqui o mistério em torno do causador da morte de Junie e Izzy torna-se no ponto central da narrativa, uma vez que Eve, uma mãe magoada pela sua perda não descansa enquanto não souber o que gerou este crime que lhe tirou a filha, mesmo que tenha de mexer com o seu próprio passado para conseguir resolver o presente.

A dor do luto e a ideia de encontrar um culpado não deixam Eve descansar num só momento e para isso enfrenta o pior dos seus pesadelos ao perceber quem está por detrás do momento que altera para sempre a sua vida. Ser mãe foi para esta mulher a sua salvação e agora é necessário encontrar o culpado para com o fim desse seu sonho, mesmo que tenha de romper e regressar onde pensou não ser mais possível para com a procura da verdade. 

A Criada | Freida McFadden

Alma dos Livros

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Título: A Criada

Título Original: The Housemaid

Autor: Freida McFadden

Editora: Alma dos Livros

Edição: 1ª Edição

Lançamento: Junho de 2023

Páginas: 336

ISBN: 978-989-570-112-4

Classificação: 4 em 5

 

Sinopse: «Bem-vinda à família», diz Nina Winchester enquanto me cumprimenta com a sua mão elegante e bem cuidada. Sorrio educadamente e olho para o longo corredor de mármore.

Este emprego caiu-me do céu. Talvez seja a minha última oportunidade para mudar de vida. E o melhor de tudo é que aqui ninguém sabe nada acerca do meu passado. Posso esconder-me e fingir ser aquilo que eu quiser. Infelizmente, não tardo a descobrir que os segredos dos Winchester são muito mais perigosos do que os meus…

Todos os dias limpo a bela casa dos Winchester de cima a baixo, vou buscar a filha deles à escola e cozinho uma deliciosa refeição para toda a família antes de subir e comer sozinha no meu quarto minúsculo no sótão.

Tento ignorar a forma como Nina gera o caos só para me ver limpar. Como conta histórias inverosímeis sobre a filha. E como o seu marido, Andrew, parece cada dia mais destroçado. Quando o vejo, e àqueles belos olhos castanhos tão tristes, é difícil não me imaginar no lugar de Nina. Com o marido perfeito, a roupa chique, o carro de luxo. Um dia, experimentei um dos seus vestidos só para ver como me ficava. Mas ela percebeu... e foi aí que descobri porque é que a porta do meu quarto só trancava pelo lado de fora...

 

Opinião: Encontrei-me com A Criada desde o primeiro instante em que Millie entra numa maravilhosa casa para ser entrevistada por Nina que procura contratar uma empregada interna. Acreditando ter esbarrado com o emprego dos seus sonhos, esta ex reclusa não hesita em aceitar a proposta, para mais podendo desfrutar de uma bela casa com um ordenado generoso e sem se preocupar em procurar um teto onde dormir.

A partir daqui os desaires começam a suceder e o sonho generoso começa a tornar-se num autêntico pesadelo quando Millie percebe que Nina não é a dondoca simpática que conheceu no primeiro impacto, mas estará esta senhora a agir sem segundas intenções? E porque Andrew, o marido giro e bem parecido, nada faz quando percebe que a sua esposa está obcecada em atirar a nova empregada para o centro do furacão? No meio disto tudo existe Cece, uma criança que parece deambular consoante as ondas dos adultos para se ajeitar ao sabor do vento e Enzo, o jardineiro que "sabe mais que a Lúcia" sobre tudo o que se passa dentro daqueles muros opressivos.