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O Informador

Terror no retrato da família real

Familia real dinamarquesaNesta reprodução do retrato da família real dinamarquesa pode-se dar o caso de se confundir a imagem com o poster de um filme de terror. Imaginação ou realidade?

Nesta imagem, que se destina a mostrar a atual família real da Dinamarca, encontram-se os reis, filhos e netos. O herdeiro ocupa o centro da imagem, parecendo o verdadeiro protagonista do possível filme. Isto não é um retrato qualquer porque acredito que poucos consigam olhar para o mesmo ficando com a ideia que seria suposta transmitir, a de que as gerações reais estão juntas no presente e a preparar o futuro. Aqui todos parecem tirados de uma mansão assombrada, onde vivem em comunhão e são perseguidos por forças do além.

Um filme de terror é o verdadeiro simbolismo que este retrato mostra. Será que o seu pintor quis transmitir que aquela família não é assim tão real como aparenta? Parece!

A obra está em exibição no Museu de Amalienborg, até Março do próximo ano, a partir daí passará para o Palácio de Fredensborg. Quem quer ver tal cartaz cinematográfico tão de perto? Medo!

Esqueci-me do telemóvel

http://www.youtube.com/watch?v=OINa46HeWg8

Os telemóveis fazem parte do dia-a-dia de todos nós e por mais que os queiramos deixar de lado, para o bem do convívio com os outros, isso não acontece! Uma curta-metragem, realizada e interpretada por Charlene Deguzman, que mostra como os telemóveis estão por toda a parte. Será que valerá mesmo a pena dar mais atenção a estes aparelhos e aos amigos virtuais, deixando os afectos, convívio e parceiros para trás?

Em casa, na rua, a dois, em grupo, ao almoço, no passeio, à aventura ou no descanso, os telemóveis estão na vida de todos nós e com isso não se conseguem ter momentos de pura distracção, onde o convívio possa existir sem algo estar a tocar, uma pesquisa com necessidade de ser feita, uma mensagem a ser respondida, um email para ser enviado...

Os telemóveis são uma praga e é cada vez mais difícil encontrar algum resistente a estes aparelhos que chegaram e atrapalham cada vez mais as relações entre todos! Será que algum dia alguém vai dizer alegremente... «Esqueci-me do telemóvel?» Não me parece!

Amigos que seguem O Informador

Quando este blogue nasceu poucas eram as pessoas mais próximas que o conheciam e o meu à-vontade para com a escrita acontecia de forma livre porque deduzia que poucos eram os que estavam do outro lado, o da leitura, que sabiam ao certo quem eu era. Agora as coisas não acontecem da mesma forma porque O Informador ganhou um rosto que andava escondido e os amigos e familiares também já seguem as palavras que diariamente partilho por aqui como se estivesse a escrever um diário privado relatado secretamente ao mundo. 

Não me importo que as pessoas que me estão mais próximas sigam esta minha casa, mas tenho que confessar que é uma sensação estranha quando penso que aquela pessoa com quem converso e saio lê o que escrevo. O que será que pensam e não dizem acerca dos meus textos? Será que criticam e gozam com os meus pensamentos escritos?

Seria tão mais fácil ter O Informador e não pensar que sou seguido por amigos e conhecidos com quem me cruzo e falo constantemente porque a vida no mundo da internet em confronto com a vida social causa um certo grau de vergonha. Não que seja difícil de admitir que o que escrevo é o que penso, mas sim pelo facto de ficar a pensar o que aquela pessoa que está à minha frente pensou sobre um determinado texto quando o leu e não me disse nada sobre o mesmo. Será que gostou? Será que gozou? Será que nem leu? Será que riu? Será que eu sou parvo com estas ideias egocêntricas que me levam a pensar que o mundo já gira ao meu redor?

Já agora, tu que lês este meu texto sobre os «Amigos que seguem O Informador», conheces-me? Que vergonha animalesca!

A família gabarola

As pessoas gostam de ter orgulho na sua família, mas agora não me venham com as tretas do «amo-te muito amor» e do «ai mana és a minha vida» para as redes sociais todos os dias porque o que é demais enjoa e quando as coisas são ditas várias vezes e sempre com a mesma ideia é porque talvez as palavras que são atiradas ao ar não querem mesmo mostrar o que dizem.

Mas que nervos que algumas pessoas me fazem. Andam elas pelo Facebook a toda a hora, porque não trabalham e os seus maridos é que são os escravos lá de casa, a gabarem-se da boa relação que têm como irmãs, a publicarem fotografias do que os seus maridos lhes oferecem a pedido das mesmas e com um agradecimento - «Obrigado amor por este presente!» - e depois todos percebemos que aquela coisa ridícula que tanto apregoam é porque gostam de se fazerem superiores aos outros, querendo provar que estão bem casadas, que têm os melhores maridos e filhos do mundo e que são felizes assim, com as suas vidinhas como más donas de casa e que é nas compras que se sentem bem para mostrarem que levam 500 euros para gastar e que só gastaram 400, tendo depois as pessoas que as têm adicionadas na rede social já por gozo e não por amizade, de saber que lhes sobrou dinheiro depois de uns belos sapatos e malas terem sido comprados. Elas não percebem, mas são ridículas com o que anunciam e mostram, então com algumas das imagens que são publicadas é mesmo de riso. Acho que nenhum marido gosta de ver a sua mulher desnudada para quem a quiser ver, não é verdade? Pois, eu achava que isso seria o normal, mas depois de ver algumas fotos em que elas estão ao lado deles em propósitos menos decentes percebo que aquilo por aqueles lados é a prata da casa.

E os paizinhos das meninas? Ui! Gabarolas é o que é! Não se calam e assim que vêem alguém que as conhece acham que queremos logo saber das suas vidas! «Elas estão tão bem encaminhadas!»... Foram mães bem novas para prenderem os namorados com medo que não chegassem outros, não trabalham, vivem de más aparências, mas são a luz mais ofuscante da família porque são um orgulho de meninas que são tão perfeitas! Ai que nervos! Só digo que quando os vejo ao longe só me apetece fugir para não ter que ouvir histórias ridículas e que não quero saber porque para gozar já basta com o que as filhas partilham pelos seus perfis de Facebook.

A sério, aquela família é de louvar aos céus e o que vale é que quando apanho uma publicação no exato momento em que estou pela internet sempre dá para me rir um pouco com o que é dito e mostrado! «O meu orgulho de marido ofereceu-me um presente!»; «A minha irmã está linda com os seus sapatos novos!»; «A mala que o meu amor me ofereceu e eu nem queria!»; «A imagem da família perfeita!». Enfim, tanto disparate junto que até mete dó!

Cunhados não se escolhem

A família não se escolhe, mas os amigos e os namorados escolhem-se e ao longo da vida a selecção vai acontecendo nesses dois grupos. Existe uma parte que por vir atrás da família também não se escolhe... Os cunhados!

Podemos escolher as pessoas com quem nos damos e com quem privamos, por quem nos apaixonamos e quem nos dá carinho, mas não podemos escolher o que os outros vão escolher. Podemos influenciar, mas não temos a decisão final, podendo no entanto dizer isto ou aquilo e fazer com que as pessoas mudem de ideias sobre o que querem e vão escolher. Os cunhados dos irmãos são como os namorados dos amigos, não os podemos escolher, só os temos que aceitar. Nem sempre as coisas correm bem, mas existe sempre a parte de que se tem que fazer um grande esforço para se aceitarem as pessoas, por mais irritantes e esquivas que elas sejam!

Os cunhados não se conseguem escolher e as relações entre irmãos por vezes são beliscadas pela rejeição que depois existe de parte a parte na relação social que é necessária no seio familiar. Não podemos, pelo menos, não devemos cortar as relações que existem com quem amamos porque apareceram pessoas nas suas vidas que não nos agradam, mas tem que existir um esforço mútuo para que o que sempre existiu de bom continue a permanecer, isto porque quem apareceu hoje poderá não estar daqui a uns tempos, mas quem já cá estava vai continuar a estar!

A Páscoa

Religiosamente é uma época, que tal como as outras me passa ao lado. Familiarmente, a Páscoa já me disse mais do que irá dizer este ano. Antes e ao longo de muitos anos, no Domingo de Páscoa ia com os meus pais, tios e primo almoçar com os meus avós e por lá passávamos o dia em família. Agora isso não poderá mais acontecer e vai ser mais um dia normal, em que deverei almoçar por casa e depois farei as coisas como em outro Domingo qualquer...

O dia de Páscoa já não será mais o mesmo! A tradição de irmos almoçar a casa dos meus avós terminou e já não é mais possível de se concretizar. Este dia não terá nenhum significado nem será feito nada de especial porque as pessoas partiram, perdendo-se assim a tradição.

A Páscoa que passe rápido porque eu sei que não sinto assim tanto esta mudança, pelo menos faço para não a deixar passar para fora, para os outros que me rodeiam. Mas sei que cá por casa se vai andar num ambiente mais triste, mais pesado e com a sensibilidade à flor da pele.

Os coelhinhos e os ovos que me perdoem, mas não quero saber se vão chegar ou não, porque não me fazem falta nenhuma, quem faz já não está!

Noite de Natal a três

Desde pequeno que sempre fui habituado a passar o Natal de forma sossegada, com os meus pais e em alguns anos, de forma excepcional, com os meus tios e primo. Este ano, vamos voltar a passar o Natal só os três, por casa, porque esta noite para nós é quase como outra qualquer, até pode ser pior que as outras.

O Natal sempre foi visto pela minha mãe como uma época triste, como tal, sempre me habituou a não dar grande relevo a esta altura do ano em que anda tudo louco pelas compras e pelos jantares de família. Nós ficamos normalmente no aconchego do lar a falar, a ver televisão e a desembrulhar os presentes que por aqui aparecem.

Com a passagem dos meus avós maternos para as suas novas vidas, onde acredito que olham por mim diariamente, os motivos de celebração natalícia ainda são menos, por isso além de não termos feito a árvore de Natal também não vamos fazer nada de especial de 24 para 25. Vai ser um serão normal e no dia seguinte quando acordarmos tudo deverá acontecer também de forma natural, como um dia igual a tantos outros, em que estamos os três por casa, acordamos mais tarde e o dia prossegue como se nada fosse.

O Natal para mim está cada vez mais transformado numa forma pratica de fazer negócio e deixa ao longo dos anos de ser feito pelo aconchego familiar. Nós não vamos mudar a nossa forma recatada de viver esta época, que este ano ainda é mais triste que nos outros. Desde que tenhamos amor, saúde e paz, o Natal pode ser celebrado todos os dias e não só numa noite!