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O Informador

Velhas amizades escolares

Os amigos de infância ficaram pelo caminho na minha vida! Etapa a etapa fui desprendendo laços escolares e hoje quando passo por quem se sentou ao meu lado pelos primeiros anos de escola cumprimentamos-nos com uns simples «bom dia» ou «boa tarde» e «está tudo bem?», nada mais. Seria necessário para bem de qualquer felicidade permanecer pelas vidas uns dos outros?

Cada qual seguiu o seu caminho, pelo que percebo não existem ligações entre os sete ou oito que frequentávamos o mesmo ano escolar na escola da aldeia na altura. Uma pequena civilização, menos de uma dezena de crianças que assim que entraram na fase do ensino preparatório começaram a abrir os seus horizontes e nunca mais olharam para trás, para os que foram ficando pelo caminho sem qualquer pena.

O que será feito da vida de cada qual? Só nos cruzamos, mal falamos e não existe qualquer sentimento de culpa pelo abandono, pelo menos deste lado, para com os antigos parceiros de turma. Todos mudamos, todos conhecemos novos companheiros que optamos por ter connosco por serem talvez o bem de que sempre procuramos ao longo de uma vida. Substituições, ao fim e ao cabo foi isso que aconteceu naquele tempo, fomos substituído uns e outros e hoje não passamos de antigos colegas de escola, que brincamos tantas horas juntos e onde nos dias que correm passamos uns pelos outros com simples acenos de mão que simbolizam que existiu algo entre nós, algo que marcou um passado que todos recordamos como positivo mas que foi ficando, sem mágoas e com glórias triunfais.

Recordar o Magusto

Por estes dias, ao tentar adormecer, lembrei-me de uma situação bem embaraçosa pela qual passei no meu tempo de escola primária! Estava talvez no segundo ou terceiro ano, festejávamos a época do magusto e além de termos que levar castanhas, nozes e afins para a escola com a finalidade de festejarmos o dia, tivemos ainda que «atuar».

Na altura calhou-me uma lenga lenga sobre o magusto que a professora passou para uma folha com a intenção de que a decorasse em casa para que no dia subisse ao pequeno palco junto ao quadro e a entoasse para todos ouvirem. O que aconteceu? Nem quis saber da malvada folha e na hora h o lindo texto sobre castanhas e castanholas não saiu livremente da minha boca! Passei vergonha porque baixinho a professora foi dizendo bem perto de mim o que tinha de proclamar sempre com a esperança de que me lembrasse de algo que nem tinha estudado!

Para sempre aquela imagem de todos os colegas da escola à minha frente e da criança envergonhada e nervosa pelo palco ficou-me marcada, tendo ao mesmo tempo ganho a noção de que não vale a pena esquecer que as plateias têm de ser enfrentadas da melhor maneira e nunca deixar o trabalho de casa para a última da hora! Fiquei envergonhado pela situação e ainda hoje me recordo de tal passagem, mais de vinte anos depois! Quem sabe se não será por isso que não gosto de castanhas!

Criança sofre!

Um exemplo a seguir!

Pelo Alentejo, existe tempo e se por um lado as coisas podem não estar assim tão bem elaboradas, por outro existem pormenores que fazem a diferença e que mostram haver um maior cuidado com o futuro de crianças e adolescentes da zona.

Na biblioteca municipal de uma pequena vila onde todos se conhecem a preocupação para com os mais novos existe! Os horários e turmas de cada jovem estão ao dispor das funcionárias e estas conseguem controlar as faltas dos mais novos que fogem da escola para estarem pela internet e na brincadeira pelo centro da vila. Existe uma preocupação e um cuidado maior, sendo que assim que conseguem perceber que algum dos menores está a faltar às aulas logo o mesmo fica impedido de frequentar os computadores do espaço público, sendo a escola contactada para confirmar tais faltas e os pais do aluno posteriormente avisados sobre o que se anda a passar.

Muitas vezes pais e familiares mais próximos não percebem o que os mais novos andam a fazer até serem avisados devido à abundância de faltas dos seus educandos e aqui, em pela zona rural onde a calma e o tempo fazem a diferença, existe espaço para um maior acompanhamento da vila e das instituições públicas para com os jovens que andam pelas ruas quando deveriam estar sentados pelas cadeiras escolares com os livros pela frente.

Uma ideia de cuidados educacionais a ser seguida por outros centros rurais e urbanos do país e que consegue fazer toda a diferença no futuro escolar dos mais novos!

Insólitos na educação

Em pleno século XXI os acontecimentos insólitos ainda surgem! Agora tenho uma situação bem caricata que aconteceu com o meu primo e com as duas escolas onde estava matriculado, por engano do ministério da educação ou dos responsáveis das matrículas de ambos os estabelecimentos de ensino. Não se sabe!

Então não é que o meu tio recebeu um telefonema da Escola Secundária de Alenquer pedindo explicações pela razão do meu primo estar a faltar às aulas do décimo ano onde estava matriculado? O meu tio ficou incrédulo com a afirmação que a funcionária do estabelecimento lhe fez, já que o meu primo chumbou e encontra-se na turma do nono ano, como é devido a quem reprovou de ano!

Ou seja, o miúdo foi matriculado pela própria escola no décimo antes da saída das notas no final do ano escolar passado e uma vez que chumbou a sua matricula não foi anulada, continuando ativa como sendo aluno do décimo ano! Desde o início das aulas que o primo anda a ser chamado, aula após aula, pelos professores da sua suposta turma do secundário porque a escola errou! O meu primo tem marcado presença no seu horário pelo nono ano e não está no décimo, tendo estado todos estes dias matriculado em duas escolas por erro das regras do ministério da educação.

A questão agora que se coloca é... E se isto continuasse e as faltas fossem acumulando por mais dias sem o caso ser esclarecido, o que se iria passar? Será que a autoridade iria bater à porta dos meus tios à procura do miúdo por um erro que não foi seu, o de faltar às aulas e por ser menor de idade? E se o meu tio quando recebeu o telefonema tivesse outro tipo de personalidade e começasse logo a disparatar com o filho sem tentar perceber o que se passava?

Os erros acontecem pelos sistemas públicos nacionais e quando se diz que tudo funciona na perfeição lá aparece mais um novo caso bem insólito e que só dá vontade de rir!

Senti-me velho!

Encontrei uma conhecida dos tempos de escola com quem me dava e cheguei a tomar conta das suas duas crianças em algumas situações. Quando terminei o 12º ano comecei a deixar de ter ligação com os dois pequenitos e foram raras as vezes em que os voltei a ver posteriormente. Hoje têm onze anos e de certo que já não os reconheço se me cruzar com ambos! Como o tempo passa e como me senti velho quando ouvi a idade dos gémeos que talvez achasse que continuavam pequenos como antes!

Nas horas mortas entre as aulas íamos para casa dela e brincávamos na altura com as duas crianças que vimos crescer talvez até aos três anos! Fomos acompanhando a sua evolução até deixarmos o secundário e a partir daí só os voltei a ver uma vez, já teriam eles uns sete anos. Agora têm onze e além de não me conhecerem também tenho quase a certeza que me posso cruzar com ambos e não os vou associar àqueles pequenos seres com quem andei ao colo!

Como o tempo passa e como me senti velho no momento de perceber que uma década passou na vida de todos nós e que a Raquel e o Rodrigo já estão crescidos! Coisa chata que me atormentou a ideia!

Saudades do tempo de escola

Quando se é jovem e estudante só se pensa em terminar de estudar para ir trabalhar e poder comprar com o que ganhamos o que queremos. Passado um tempo de se trabalhar, o regresso ao passado é desejado, mas não passa disso mesmo, um desejo...

Já passaram quase sete anos desde que terminei os estudos e agora em que se está na época das férias de Natal penso que por esta altura já tinha as minhas notas afixadas, estava a descansar, a passar as tardes na vadiagem e tudo corria bem. Hoje em dia trabalho, corro de um lado para o outro e as coisas são tão mais reais do que eram naquela altura de estudante sem preocupações.

Os mais velhos sempre me disseram para estudar até querer, para não deixar a escola, mas a crença que iria parar para trabalhar, mas que depois voltava a estudar falou mais alto. Parei, comecei a trabalhar, mas não voltei a estudar!

Não me arrependo disso, mas nestas alturas em que os estudantes estão de férias, estão despreocupados, tendo boas notas ou não, faz-me pensar que podia ter continuado a marrar nos livros por mais uns anos, e agora já estaria a trabalhar com uma outra profissão, ou estaria no desemprego.

Enquanto somos estudantes surgem as queixas que custa muito estudar, que os outros não compreendem o quanto trabalho se tem, mas quando se começa a trabalhar é que se percebe que o duro não está na escola, mas sim quando se tem uma profissão que não a de estudante.

Quando olho para a vida que fazia no tempo de escola lembro-me das aulas, mas num dos últimos planos, pensando primeiramente nos momentos que passava nos intervalos com os meus amigos, nas horas de almoço e tardes livres. Andávamos mesmo sem preocupações, agora corre-se para ver se se alcança alguma coisa, mas...