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O Informador

Vizinhança no Controlo

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Incrível é viver numa aldeia, numa rua estreita com nove casas e perceber que estejamos a entrar ou a sair não é fácil não se ser detetado. É verdade, sempre alguém surge no quintal ou mais frequentemente a sacudir o seu tapete na janela no momento em que se fecha o portão na chegada ou partida. Vizinhança assim não é para todos!

Diria até que estes vizinhos são melhores que a polícia municipal. Guardam tudo, dão fé de tudo e conseguem saber quem está em casa ou quem anda na vadiagem após os horários de trabalho que talvez até tenham apontados em listas presas com um íman ao frigorífico. Ao sair de manhã, lá surge alguém por um quintal vizinho, para receber os bons dias. Já ao almoço se estiver a chegar, sempre ou quase sempre, tenho uma vizinha a sacudir tapetes. Já me perguntei quantos tapetes existirão naquela casa ou se será sempre o mesmo, aquele que está na porta de entrada, pronto para lhe pegarem e saírem para o quintal como premissa para verem se os vizinhos trazem ou não sacos consigo. Ao final do dia a mesma coisa acontece, sempre com alguém a surgir de uma porta ou janela para mirar quem sai e quem entra, com companhia ou a solo, sacos ou mochilas. 

Viver numa aldeia onde todos se conhecem é assim, controlo ao mais alto nível da vizinhança mais desocupada e que gosta de saber tudo o que se passa pelos arredores, dentro e fora de portas. Basta um descuido e a vida privada fica pública, pelos menos os horários de entrada e saída de casa estão controlados, sabendo-se também quando recebemos visitas, quando o correio chega, as compras mais volumosas que foram feitas e até quando se fica uma noite fora de casa e o carro não está na rua como habitualmente pela manhã. 

Vizinhos com reg(r)as complicadas!

Como sabem a vizinhança da casa ao lado não é assim tão espetacular como poderia ser dentro do razoável e as aventuras por não saberem viver em sociedade continuam...

Pois, parece que desta vez resolveram colocar água nas plantas secas que existem em vasos partidos pela sua varanda forrada com uma rede escura para não se ver o que lá se passa, só mesmo nós, ao lado, conseguimos ter noção da sujidade. Regaram as plantas, ou melhor, o que resta das plantas e eis que a água começa a escorrer, com terra, pela parede amarela do prédio. Como se não bastasse, o carro de um vizinho estava mesmo por baixo da dita varanda e eis que mesmo a meio do veículo os pingos fazem-se sentir, ficando as marcas negras. Quem surge na janela nesse exato momento? A proprietária do carro!

Agora, imaginem o resto! Os porcos refugiam-se em casa após apagarem o que resta dos cigarros no chão da varanda. Sim, não existem cinzeiros por aquelas paragens e a vizinha debaixo pragueja com tudo e mais alguma coisa sobre a falta de cuidado que estes maus vizinhos continuam a ter! 

Fumos vizinhos

Não é que os vizinhos, aqueles meio estranhos que não cumprimentam, não estendem roupa e não geram lixo, agora deram para grelhar carne numa varanda do quarto quando têm do lado da cozinha a rua mesmo ao lado?

Pois é, se nos descuidamos com janelas abertas e roupa estendida fica tudo a cheirar a fumo e como se isso não bastasse, o fogareiro e o carvão que utilizam devem ser tão reutilizados que larga pequenas fagulhas que ficam pelo parapeito das janelas e pelo chão da nossa varanda como se tivesse existido um incêndio. Não sei como é as pessoas conseguem não ter raciocínio para tentarem fazer as coisas corretamente e tentarem estar de acordo com o bem-estar social.

Montaram uma antena de televisão por cabo e deixaram o quintal da vizinhança cheio de pó, não limpam a entrada de casa há meses, não abrem janelas e quando saímos há rua ao mesmo tempo que abrem a porta para saírem o bafo do tabaco quase que nos adormece, a varanda estala quando andam do pó que acumulou e por isso é que está forrada com um pano escuro para não se ver a desgraça, as flores murchas plantadas em vasos partidos, um pássaro que passa os dias ao sol, o berbequim a furar paredes semanalmente pelas primeiras horas do dia ao fim-de-semana...

Fadista da madrugada

O que fazer quando os vizinhos do lado lembram-se de cantar o fado de madrugada?

O tempo está quente e por aqui existe a tendência, embora não o faça, de dormirem com as janelas abertas para que entre um pouco mais de ar. Por estes dias, talvez por adormecerem tarde ou acordarem cedo demais, a vizinhança lembrou-se, com a janela aberta, de cantar o fado.

Já havia quem se tivesse queixado há uns dias sobre esse facto, mas aqui por casa nada ouvimos na altura, porém desta vez foi diferente! Cantou-se a viva voz para que toda a aldeia, caso tivesse algum interesse, pudesse apreciar o momento!

Acreditamos que a bebida faz mal a muitas pessoas e que num fadista dentro de quatro paredes os copitos tenham ajudado na festa noturna!

Agora furaram os canos!

Há uns dias cheguei a casa e não tinha água porque as obras da casa do lado estenderam-se até à minha. Hoje chego a casa e não tenho gás porque as mesmas obras da semana passada deram buraco. Pois é... Ao furarem a parede do outro lado conseguiram furar os canos do nosso esquentador e agora está tudo tramado para um banho quente ao final do dia!

Duas semanas de obras inesperadas e por culpa dos vizinhos que conseguem contratar de uma só vez pessoas que não serão verdadeiros canalizadores e pedreiros! Toca a furar! Toca a partir! Toca a arranjar! Toca a não tomar banho durante horas!

Que se seguirá?!

A vida num prédio!

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Os canos da casa do lado não andam em boas condições e deixam a água escorrer para o andar debaixo.

Uma mãe stressada quando nada advém aqui de casa, uns vizinhos de baixo em apuros porque o tecto está encharcado dia após dia, o esquentador tapado porque pinga-lhe em cima e o proprietário e rendeiros da casa que se encontra com problemas parecem não querer tomar decisões. O rendeiro sai durante horas e dias e deixa o contador aberto com a água a sair por algum lado que não pelas torneiras, o proprietário diz-se em espera que o canalizador lhe diga alguma coisa. Com tudo isto já passaram praticamente duas semanas e a tenda continua!

Novos vizinhos

A nova vizinhança chegou à porta do lado! Confesso que ainda não os vi, ainda não os ouvi e nem senti o cheiro sequer! Um casal e uma jovem adolescente atracaram no apartamento que estava para alugar há mais de um ano e preparam-se assim para fazerem parte do número quatro da rua onde sempre tenho crescido. 

Ao longo de grande parte da minha vida a «tia» viveu à nossa frente até aos últimos meses que passou no lar de idosos onde acabou por falecer. Agora uns novos habitantes acabam de invadir a casa onde sempre me senti bem com um familiar de empréstimo que cuidou de mim quando os meus pais tinham de sair e não me podiam levar e as coisas acabam neste momento por parecerem estranhas. Pessoalmente confesso que mesmo sabendo e ouvindo as explicações sobre quem se está a mudar por parte dos meus pais, a curiosidade não existe, talvez por sentir que aquele espaço onde tinha um pouco de mim não lhes pertence, não sei! 

Ao chegar a casa...

... Pela hora de chegar a casa sempre estão dois ou três vizinhos sentados num banco como se não existisse nada mais para fazer. Se fosse gaja ainda pensava que os seniores estavam todos os dias religiosamente à espera de me ver a sair do carro. Mas como sou gajo isso não me parece acontecer... Perco assim uma oportunidade de não levantar o ego mas sou controlado na mesma na chegada a casa, minuto a minuto, hora a hora!

Vizinho noturno

E nós que pensávamos que os vizinhos do andar de cima neste período de férias andavam a fazer bastante amor por toda a casa e hoje descubro que não é nada disso!

Os de cima podem fazer bastante amor, no entanto todo o barulho noturno que temos ouvido durante estes dias, ou melhor, destas noites, vem debaixo! 

Hoje, como acordei antes das cinco da matina com falta de sono percebi rapidamente que o vizinho também acordou e já andava a arrumar a casa. Após ter rebolado na cama, andado em pé e por aí fora e depois de ver que o sol começava a nascer fui para a varanda e lá andava o senhor a arrumar a sua varanda com um barulho ensurdecedor.

Vizinhos que discutem

Não é possível revelar tal falta de respeito que algumas pessoas têm pelos outros. Estava eu a preparar-me para entrar no sono quando começo a ouvir a discussão que vinha da casa ao lado. «Oh não, eles estão todos a mandar vir uns com os outros e eu não vou conseguir dormir...» Pois, não consegui!

Começou por volta da meia noite, mais coisa menos coisa, e durou cerca de cinco horas. Ao longo de todo este tempo, eu deitado na minha cama e entre olhos abertos e fechados fui obrigado a ouvir o que se passava na casa do lado. Os motivos da discussão, as razões por que alguém ia sair de casa, os filhos que circulavam pelo meio da confusão dando palpites sobre o caso e até posso dizer que ouvi a mala a ser feita para se abandonar, talvez por uns dias, o lar de toda uma vida.

Pessoas, eu trabalho e gosto de dormir sossegado na minha caminha que suspira enquanto não me tem por perto, está bem? Vocês gostam de fazer barulho até às tantas com móveis e não só, agora também têm que discutir enquanto tento dormir para não me deixarem hibernar durante a noite e descansar em paz?!