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O Informador

Discurso emocionado de Judite

É muito difícil viver sobre fortes emoções, uma grande saudade e uma grande dor íntima e ser capa todas as semanas das diversas revistas. Mas eu quero agradecer, do fundo do coração, às centenas de pessoas que se dirigiram até mim e às quais eu não posso responder individualmente. Foram cartas, foram mails, telegramas…

Pessoas que disseram que afinal eu era tão humana quanto elas. Nós somos tão humanos quanto o cidadão comum, quanto as pessoas que estão aí do outro lado a ver-nos. Sofremos da mesma forma, amamos da mesma forma e é tudo igual. Quando acontecem coisas positivas acontecem para todos, quando acontecem coisas negativas elas também acontecem para todos.

Também não posso deixar de dar uma palavra para as muitas pessoas que tiveram comigo e têm estado comigo mas, não podendo falar em todas elas falo apenas numa, o meu colega José Alberto Carvalho. Um grande abraço, um grande beijo de coração para coração. Quanto a si, obrigada, boa noite.

Judite Sousa regressou à antena da TVI com uma entrevista dividida em duas partes ao longo da semana a Cristiano Ronaldo, mas foi com o professor Marcelo Rebelo de Sousa que a jornalista voltou ao estúdio de informação do canal e aos diretos. Se na entrevista a CR7 Judite mostrou-se nervosa e ausente, na condução do seu primeiro noticiário após o regresso ao pequeno ecrã, a pivô, embora ainda nervosa e insegura, revelou o lado profissional que sempre lhe foi característico, com mais pausas no discurso do que o habitual mas com um bom momento esperado por todos! Só no final, quando o professor lhe deu algumas palavras sobre a perda do filho, aí sim, Judite fraquejou, tal como seria de esperar!

Ao longo da conversa sobre os assuntos da atualidade com Marcelo Rebelo de Sousa a jornalista manteve-se sempre presente na conversa, mostrando que está de regresso e com força para a dedicação total ao trabalho. No final, quando Marcelo lhe dirigiu palavras de esperança futura, Judite também comentou o que lhe aconteceu!

Agradecendo o apoio de todos, do público aos amigos, familiares e colegas de profissão, a jornalista agradeceu a José Alberto Carvalho por tudo o que fez ao longo dos dois meses do seu sofrimento contínuo, tendo também agradecido a todas as pessoas que se dirigiram a si pessoalmente ou através de emails, comentando ainda a dor que é ver o seu nome pela imprensa com as várias notícias sobre a morte do André.

A profissional falou diretamente para a câmara, querendo terminar com o assunto publicamente num discurso de agradecimento a todos, acabando emocionada por estar de volta, por sentir que é acarinhada e que é a trabalhar que tem de estar neste momento! Judite Sousa é uma das melhores jornalista e com o tempo vai recuperar o que nunca perdeu, a sua essência!

Um final do Jornal das 8 de Domingo diferente do habitual e com a emoção à flor da pele! E como o professor afirmou... É bom tê-la de volta!

Falsos desconhecidos familiares

Andar num local público, perceber que existem familiares a vir na nossa direcção, a comentarem que estou também a ir na sua direcção e quando o encontro está quase a acontecer, as pessoas mudam de sentido e quando passam a alguns metros de distância ainda conseguem olhar para o lado oposto, mesmo com o ar de comprometidas.

Não percebo como as pessoas conseguem ser assim! Quando estamos todos e precisam dos outros cumprimentam e parece que tudo é muito bonito, depois pela rua armam-se em vedetas conhecedoras do mundo e tão importantes como as pedras da calçada. As suas caras não enganam no momento do falso desconhecimento mas como a vida não segue sempre em linhas rectas, em algum dia haveremos de nos voltar a cruzar por esses locais e aí quero perceber se o olhar para o horizonte ou ter óculos de sol que mostram para onde os olhos estão virados conseguem disfarçar o embaraço do passado.

É triste acharem-se mais que os outros, mas pronto, o perdão também tem de acontecer e quando as pessoas se tornam indiferentes não custa nada cumprimentar só porque fica bem e não fazer assim as mesmas figuras que as vedetas. O tempo será revelador e quando as tiver que olhar de frente olharei e fingirei que nem as vi naquele dia em que andavam tão distraídas que podiam pisar caca de vaca sem darem por isso!

Passagem de ano da família

A passagem de ano da minha família é sempre bem diferente do Natal. No salto para um novo lote de doze meses todos se juntam e a festa é feita com talvez vinte pessoas sentadas à mesa entre os grelhados e os cozidos, as febras e os doces. Na família a passagem para um novo ano é um momento de união e festejo!

Pais, tios, primos, tios-avós, pequenos primos... Todos se juntam naquele serão como manda a tradição! Cada qual leva partes da refeição que se estende pela noite fora e o final de tarde é passado a ultimar os preparativos para nada faltar na mesa onde sobra sempre algo para o almoço e jantar do dia seguinte.

Momentos alegres e algumas peripécias engraçadas pelo meio, é assim que as últimas horas de Dezembro são passadas, dando as boas-vindas ao Janeiro que trás consigo todo um novo ano pela frente. Conversas, gritos, música, televisão, barulho... Acima de tudo, a passagem de ano da minha família é uma completa balbúrdia familiar! Que coisa boa!

Um pormenor, esta será a sétima vez em que passo o último dia do ano e o primeiro do próximo longe do seio familiar, passando entre a outra família, a do coração e a que escolhi!

Natal sem árvore

Aqui por casa o Natal nunca foi um evento muito celebrativo e desde pequeno que sempre me habituei à calma da época, sem grandes alaridos e ajuntamentos familiares. Os meus bisavós faleceram tinha eu dois anos, ele na véspera do dia de Natal, ela a 26, e desde aí que a época foi alterada na família para uns dias tristes e sem motivos para festejar. Aos poucos os sentimentos negativos foram ultrapassados, mas há dois anos para cá tudo voltou a alterar-se e a perder a cor. 

Desde que o meu avô ficou pior e começou a passar temporadas no hospital que a minha mãe retrocedeu no tempo e voltou a não ter o carinho natalício que marca tantos seios familiares por este mundo fora. O meu avô partiu um ano depois das primeiras recaídas sérias e o pesar abateu-se, para mais quando no mesmo ano, a minha avó também nos deixou, fazendo com que em poucos meses a minha mãe ficasse sem os pais por perto. Esse foi o Natal em que tudo terminou mesmo e a árvore de Natal deixou de existir aqui por casa.

Agora vive-se o momento em que mais uma vez fiz a pergunta se não iríamos fazer a árvore que muito pode simbolizar e a resposta foi vaga e deixou-me cheio de lembranças e recordações.

Terror no retrato da família real

Familia real dinamarquesaNesta reprodução do retrato da família real dinamarquesa pode-se dar o caso de se confundir a imagem com o poster de um filme de terror. Imaginação ou realidade?

Nesta imagem, que se destina a mostrar a atual família real da Dinamarca, encontram-se os reis, filhos e netos. O herdeiro ocupa o centro da imagem, parecendo o verdadeiro protagonista do possível filme. Isto não é um retrato qualquer porque acredito que poucos consigam olhar para o mesmo ficando com a ideia que seria suposta transmitir, a de que as gerações reais estão juntas no presente e a preparar o futuro. Aqui todos parecem tirados de uma mansão assombrada, onde vivem em comunhão e são perseguidos por forças do além.

Um filme de terror é o verdadeiro simbolismo que este retrato mostra. Será que o seu pintor quis transmitir que aquela família não é assim tão real como aparenta? Parece!

A obra está em exibição no Museu de Amalienborg, até Março do próximo ano, a partir daí passará para o Palácio de Fredensborg. Quem quer ver tal cartaz cinematográfico tão de perto? Medo!

Esqueci-me do telemóvel

http://www.youtube.com/watch?v=OINa46HeWg8

Os telemóveis fazem parte do dia-a-dia de todos nós e por mais que os queiramos deixar de lado, para o bem do convívio com os outros, isso não acontece! Uma curta-metragem, realizada e interpretada por Charlene Deguzman, que mostra como os telemóveis estão por toda a parte. Será que valerá mesmo a pena dar mais atenção a estes aparelhos e aos amigos virtuais, deixando os afectos, convívio e parceiros para trás?

Em casa, na rua, a dois, em grupo, ao almoço, no passeio, à aventura ou no descanso, os telemóveis estão na vida de todos nós e com isso não se conseguem ter momentos de pura distracção, onde o convívio possa existir sem algo estar a tocar, uma pesquisa com necessidade de ser feita, uma mensagem a ser respondida, um email para ser enviado...

Os telemóveis são uma praga e é cada vez mais difícil encontrar algum resistente a estes aparelhos que chegaram e atrapalham cada vez mais as relações entre todos! Será que algum dia alguém vai dizer alegremente... «Esqueci-me do telemóvel?» Não me parece!

Amigos que seguem O Informador

Quando este blogue nasceu poucas eram as pessoas mais próximas que o conheciam e o meu à-vontade para com a escrita acontecia de forma livre porque deduzia que poucos eram os que estavam do outro lado, o da leitura, que sabiam ao certo quem eu era. Agora as coisas não acontecem da mesma forma porque O Informador ganhou um rosto que andava escondido e os amigos e familiares também já seguem as palavras que diariamente partilho por aqui como se estivesse a escrever um diário privado relatado secretamente ao mundo. 

Não me importo que as pessoas que me estão mais próximas sigam esta minha casa, mas tenho que confessar que é uma sensação estranha quando penso que aquela pessoa com quem converso e saio lê o que escrevo. O que será que pensam e não dizem acerca dos meus textos? Será que criticam e gozam com os meus pensamentos escritos?

Seria tão mais fácil ter O Informador e não pensar que sou seguido por amigos e conhecidos com quem me cruzo e falo constantemente porque a vida no mundo da internet em confronto com a vida social causa um certo grau de vergonha. Não que seja difícil de admitir que o que escrevo é o que penso, mas sim pelo facto de ficar a pensar o que aquela pessoa que está à minha frente pensou sobre um determinado texto quando o leu e não me disse nada sobre o mesmo. Será que gostou? Será que gozou? Será que nem leu? Será que riu? Será que eu sou parvo com estas ideias egocêntricas que me levam a pensar que o mundo já gira ao meu redor?

Já agora, tu que lês este meu texto sobre os «Amigos que seguem O Informador», conheces-me? Que vergonha animalesca!

A família gabarola

As pessoas gostam de ter orgulho na sua família, mas agora não me venham com as tretas do «amo-te muito amor» e do «ai mana és a minha vida» para as redes sociais todos os dias porque o que é demais enjoa e quando as coisas são ditas várias vezes e sempre com a mesma ideia é porque talvez as palavras que são atiradas ao ar não querem mesmo mostrar o que dizem.

Mas que nervos que algumas pessoas me fazem. Andam elas pelo Facebook a toda a hora, porque não trabalham e os seus maridos é que são os escravos lá de casa, a gabarem-se da boa relação que têm como irmãs, a publicarem fotografias do que os seus maridos lhes oferecem a pedido das mesmas e com um agradecimento - «Obrigado amor por este presente!» - e depois todos percebemos que aquela coisa ridícula que tanto apregoam é porque gostam de se fazerem superiores aos outros, querendo provar que estão bem casadas, que têm os melhores maridos e filhos do mundo e que são felizes assim, com as suas vidinhas como más donas de casa e que é nas compras que se sentem bem para mostrarem que levam 500 euros para gastar e que só gastaram 400, tendo depois as pessoas que as têm adicionadas na rede social já por gozo e não por amizade, de saber que lhes sobrou dinheiro depois de uns belos sapatos e malas terem sido comprados. Elas não percebem, mas são ridículas com o que anunciam e mostram, então com algumas das imagens que são publicadas é mesmo de riso. Acho que nenhum marido gosta de ver a sua mulher desnudada para quem a quiser ver, não é verdade? Pois, eu achava que isso seria o normal, mas depois de ver algumas fotos em que elas estão ao lado deles em propósitos menos decentes percebo que aquilo por aqueles lados é a prata da casa.

E os paizinhos das meninas? Ui! Gabarolas é o que é! Não se calam e assim que vêem alguém que as conhece acham que queremos logo saber das suas vidas! «Elas estão tão bem encaminhadas!»... Foram mães bem novas para prenderem os namorados com medo que não chegassem outros, não trabalham, vivem de más aparências, mas são a luz mais ofuscante da família porque são um orgulho de meninas que são tão perfeitas! Ai que nervos! Só digo que quando os vejo ao longe só me apetece fugir para não ter que ouvir histórias ridículas e que não quero saber porque para gozar já basta com o que as filhas partilham pelos seus perfis de Facebook.

A sério, aquela família é de louvar aos céus e o que vale é que quando apanho uma publicação no exato momento em que estou pela internet sempre dá para me rir um pouco com o que é dito e mostrado! «O meu orgulho de marido ofereceu-me um presente!»; «A minha irmã está linda com os seus sapatos novos!»; «A mala que o meu amor me ofereceu e eu nem queria!»; «A imagem da família perfeita!». Enfim, tanto disparate junto que até mete dó!

Cunhados não se escolhem

A família não se escolhe, mas os amigos e os namorados escolhem-se e ao longo da vida a selecção vai acontecendo nesses dois grupos. Existe uma parte que por vir atrás da família também não se escolhe... Os cunhados!

Podemos escolher as pessoas com quem nos damos e com quem privamos, por quem nos apaixonamos e quem nos dá carinho, mas não podemos escolher o que os outros vão escolher. Podemos influenciar, mas não temos a decisão final, podendo no entanto dizer isto ou aquilo e fazer com que as pessoas mudem de ideias sobre o que querem e vão escolher. Os cunhados dos irmãos são como os namorados dos amigos, não os podemos escolher, só os temos que aceitar. Nem sempre as coisas correm bem, mas existe sempre a parte de que se tem que fazer um grande esforço para se aceitarem as pessoas, por mais irritantes e esquivas que elas sejam!

Os cunhados não se conseguem escolher e as relações entre irmãos por vezes são beliscadas pela rejeição que depois existe de parte a parte na relação social que é necessária no seio familiar. Não podemos, pelo menos, não devemos cortar as relações que existem com quem amamos porque apareceram pessoas nas suas vidas que não nos agradam, mas tem que existir um esforço mútuo para que o que sempre existiu de bom continue a permanecer, isto porque quem apareceu hoje poderá não estar daqui a uns tempos, mas quem já cá estava vai continuar a estar!

A Páscoa

Religiosamente é uma época, que tal como as outras me passa ao lado. Familiarmente, a Páscoa já me disse mais do que irá dizer este ano. Antes e ao longo de muitos anos, no Domingo de Páscoa ia com os meus pais, tios e primo almoçar com os meus avós e por lá passávamos o dia em família. Agora isso não poderá mais acontecer e vai ser mais um dia normal, em que deverei almoçar por casa e depois farei as coisas como em outro Domingo qualquer...

O dia de Páscoa já não será mais o mesmo! A tradição de irmos almoçar a casa dos meus avós terminou e já não é mais possível de se concretizar. Este dia não terá nenhum significado nem será feito nada de especial porque as pessoas partiram, perdendo-se assim a tradição.

A Páscoa que passe rápido porque eu sei que não sinto assim tanto esta mudança, pelo menos faço para não a deixar passar para fora, para os outros que me rodeiam. Mas sei que cá por casa se vai andar num ambiente mais triste, mais pesado e com a sensibilidade à flor da pele.

Os coelhinhos e os ovos que me perdoem, mas não quero saber se vão chegar ou não, porque não me fazem falta nenhuma, quem faz já não está!