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O Informador

Comprar livros? Só no Online!

Livros

 

O confinamento trouxe consigo diversas exceções para que o mesmo seja quebrado e que a maioria dos portugueses não entende por darem alguma liberdade para que se possam ter justificações para se sair de casa com alguma regularidade. No entanto existem outras medidas que são também incompreendidas, como é o caso da proibição da venda de livros nos supermercados que já os vendiam de forma habitual. 

Segundo as leis de confinamento ditadas pelo Governo, as livrarias terão, tal como outros serviços comerciais, de estar encerradas pelos próximos tempos. O que não se entende com isto é a proibição dos supermercados, que já tinham espaços de venda literária entre os seus corredores, de ficarem proibidos de venderem livros, porque, ao que parece, poderia servir de concorrência desleal. Esta desculpa serviria muito bem, mas nós, que estamos confinados, não vamos poder ler nestas semanas que estaremos forçosamente fechados em casa? Querem que se comece a bater com a cabeça nas paredes, que se veja televisão de manhã à noite ou se fique viciado em videojogos? Não se entende esta tentativa governamental de abstinência literária em pleno 2021.

Sem grandes confinamentos

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Primeiro dia de confinamento a meio gás em Portugal continental e eu, que fui para o último dia de trabalho antes de entrar de lay-off, constatei pelas estradas e por passar pelo interior de localidades na deslocação casa/trabalho e trabalho/casa e também pelas imagens que fui vendo ao longo do dia, tanto nas redes sociais como na televisão, que de confinamento pouco existiu nesta Sexta-feira, 15 de Janeiro de 2021.

Alunos nas escolas, com pais a deslocarem-se para deixarem os filhos nos institutos de ensino e mais tarde os voltarem a levar para casa ou transportes públicos cheios com jovens que se deslocam assim para as aulas. Supermercados, farmácias, clínicas, veterinários, igrejas, bancos, oculistas, dentistas, talhos, peixarias, papelarias, padarias e outros tantos serviços abertos como se nada se estivesse a passar. Restaurantes em take-way, cafés e pastelarias a servirem o que os clientes pretendem junto a portas e janelas, esplanadas como que montadas só porque ainda não existiu tempo de serem retiradas, e muitos incumprimentos logo na partida para esta jornada. Encontros em grupo nas esquinas e jardins, pais que esperam na conversa junto dos carros que os filhos saiam da escola, crianças que saem dos autocarros e que de imediato retiram as máscaras. Ou seja, confinamos em termos laborais mas ao que parece existe tanto para se fazer lá fora que a vontade é mesmo a de sair e arranjar uma das várias desculpas possíveis para se poder circular na via pública.

Vamos aos treinos com o Lidl

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A grande febre perante a nova coleção de treino da marca Lidl está a levar os artigos a desaparecerem das estantes das superfícies comerciais de forma bem rápida, podendo já se afirmar que Portugal entrou num autêntico fenómeno já apelidado por LidlMania.

Criado inicialmente como uma brincadeira do dia das mentiras, os agora famosos ténis do Lidl rapidamente suscitaram o interesse de muitos, esgotando a edição limitada em menos de nada. Com o sucesso a levar as sapatilhas a serem posteriormente vendidas no eBay por valores avultados, a marca resolveu seguir com esta brincadeira em frente e para algo mais sério. Agora, além dos ténis, chegou a Portugal uma pequena coleção de vestuário e calçado desportivo Lidl à cadeia de supermercados. Meias, chinelos e t-shirts fazem agora parte do lote dos artigos de vestuário desportivo disponíveis de Norte a Sul do país e o que é certo é que grande parte das lojas já viram os seus stocks esgotarem, muito porque as redes sociais estão a ser invadidas por este novo sucesso. Caso para se dizer que influencer que é influencer agora calça Lidl.

Neste momento acredito que os grandes diretores da Sonae, Auchan e Jerónimo Martins, entre outros, já terão enviado rápidas ordens para que as suas marcas avancem com a produção de Calças Continente, Boinas Auchan e Camisas Pingo Doce para não perderem o barco, já que os dados foram lançados, meio Portugal está embalado e é tempo de aproveitar os logótipos bem conhecidos de todos nós para desfilarmos por ai a promover cada superfície comercial. Já te imaginaste com uma t-shirt com o slogan "Pingo Doce venha cá!"?

Pânico no supermercado

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Na quarta semana de quarentena a necessidade de entrar num supermercado aconteceu. Geralmente são os meus pais que têm feito as compras para casa, mas como tive de sair por umas horas e a fome surgiu tive de entrar no supermercado mais próximo, por acaso até dos mais calmos pela zona, para comprar algo para comer por não saber a que horas ficaria despachado. Só te posso dizer que senti pânico ao controlar todos os passos das pessoas com quem me cruzei, principalmente ao balcão onde tive de pedir o que pretendia e depois na caixa de pagamento.

Ainda não me tinha apercebido sobre esta situação, mas no momento em que atravei a entrada e passei a parte das frutas e legumes percebi que estava a fazer um olhar meio estranho de controlador, como um inspetor com visão raio-x. O que queria comer nem sabia mas fui até ao balcão da padaria e por acaso percebi que existiam pequenas pizzas disponíveis, vi um micro-ondas atrás, o que não existia antes, e perguntei se aquelas mini pizzas podiam levar um calor. E sim podiam. Tudo bem, mas só te digo que controlei a distância que deixei para o balcão, olhei para as luvas de quem me atendia, chegou novo cliente e medi se tinha deixado a distância de segurança marcada no chão, aproveitei e pedi um sumo natural para não ter de ir a outro recanto do supermercado. Aceitei o pacote com a pizza aquecida e o sumo de braços esticados e fui, fugindo dos corredores com clientes. Fui até à caixa e ia para as automáticas, mas lembrei-me que tinha de tocar no ecrã onde outros mexeram, seguindo então para uma caixa humana que estava sem fila. Paguei com contactless para evitar contacto com o dinheiro e não quis talão da compra. 

Fiquei sem Café

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Nunca, mas mesmo nunca ou quase raramente, deixo que as cápsulas de café atinjam aqui por casa o estado de stock limitado. Só que este quase nunca desta vez foi ultrapassado, tudo porque recuso-me a comprar café sem ser em promoção. 

Nas últimas semanas as minhas idas ao supermercado têm acontecido com a normalidade do costume, o problema é que a passagem pelas estantes onde a cafeína abunda aconteceram como sempre mas os preços mais baixos não têm existido. O que se andará a passar para que em vários supermercados de grupos distintos nenhum café, das marcas que gosto de consumir, tenha andado em promoção pelas últimas semanas? Tenho andando a estranhar este caso que merece uma averiguação, uma vez que fiquei sem uma única cápsula em casa e agora estou a ressacar de café e não apetece sair à rua. Muito grave toda esta situação!

Calma, já existe combustível!

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E acabou a greve dos condutores dos transportes de combustível. Após dias com todos a corrermos para os postos de abastecimento, eis que Governo, sindicato e ANTRAM entram em acordo e a greve terminou, com tudo a voltar a partir de agora à normalidade. 

A greve terminou e tudo ficou combinado para que pelos próximos meses as negociações comecem com a finalidade de valorizar a atividade de motorista de materiais perigosos. A partir de agora e de modo a lutarem pelos seus direitos, as três entidades irão reunir para definirem uma nova tabela salarial, subsídio de risco, formação especial, seguros de vida específicos e exames médicos complementares. 

Após este momento de informação, acrescento-vos que já vi boas pessoas a abastecerem com medo que o mundo terminasse e depois a fazerem as suas compras para a preparação dos dias de Páscoa, isto porque se não existe combustível os supermercados também ficariam a meio gás daqui a uns e poucos dias. 

 

Promoções constantes

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As compras loucas em altura de descontos em supermercados e lojas especializadas pertencentes a grandes grupos comerciais fazem cada vez menos sentido mas ainda há quem não tenha percebido que não é necessário aproveitar o desconto de determinado produto hoje porque daqui a uns dias voltará à tombola dos preços baixos. Não acumulem em casa pelos preços baixos porque mais dia menos dia o mesmo produto ou o seu primo irão voltar a ficar com valores convidativos, numa rotina comercial que é uma constante e faz com que as mega promoções percam cada vez mais o efeito de outros tempos.

Nos dias que correm falar em descontos nas compras do dia-a-dia é uma constante. Numa ida ao supermercado os preços baixos invadem-nos por todo o lado. Existem artigos que semana sim, semana não, estão em constante alteração de preços e só não aproveita quem não quer. Tenho o exemplo das cápsulas de café. Em todas as idas ao supermercado vou ao corredor da cafeína para olhar para o valor em que está a ser vendida a marca que geralmente gosto. Hoje pode não estar em desconto, mas na próxima semana quando lá voltar é praticamente certo que o preço já está em destaque e mais baixo. Será que vou comprar café para durar um mês ou dois? Claro que não, sabendo que mais uma semana ou duas o mesmo produto ou outro da marca volta a ficar com preço promocional, bastando assim comprar uma ou duas caixas para ficarem de reserva, não tendo de encher a despensa de casa com mais que isso porque depois irei encontrar novos preços baixos. 

Com estes preços em constante alteração entre a normalidade e as promoções estas começam a ser desvalorizadas e a não terem o efeito que as direções comerciais desejam. Há uns anos pensar que um determinado produto estava em promoção era sinal para aproveitar e comprar várias doses para se aproveitar. Agora ver os preços baixos é sinal de normalidade que já não faz com que muitos, que pensam como eu, levem consigo um maior número de unidades sabendo que o mesmo preço voltará dentro de poucos dias a surgir. 

Fiquei na dúvida... Lidl ou Lidlé?

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Eis que hoje apareceu-me pelos Termos de Pesquisa do blog a seguinte conjugação de palavras... lasanha do lidle.

A pois é, como não poderá alguém ficar na dúvida sobre o modo de escrita do nome do supermercado quando o mesmo é pronunciado de tanta maneira diferente? «Vais ao Lidlé?», «Viste o novo folheto do Líder?», «Compraste pão no Lidre?» ou ainda «Passaste pelo Lídel?».

Distância bloqueadora

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Gosto do Alentejo, não escondo que talvez me adaptasse a uma vida mais calma e longe da correria do dia-a-dia pela região, zona de Évora talvez, no entanto existem pontos que acabam por mostrar que as distâncias e desigualdades acabam por pesar e justificar o afastamento ao longo dos anos da população mais jovem das zonas rurais.

Vamos imaginar uma semana de calor no Alentejo, numa aldeia que conta com uns vinte minutos de distância da grande cidade vizinha. As pequenas vilas existem e os consequentes supermercados também estão fixados nessas vilas que vejo mais como aldeias. Os ditos pequenos supermercados para a população local parecem servir, no entanto para quem vai de fora passar uns dias não chegam. Vamos criar dois episódios que aconteceram comigo e que no quotidiano mais urbano ou mesmo na aldeia na região de Lisboa se conseguem resolver nuns rápidos minutos.

Primeiro incidente... O gás, de bilha, faltou a meio da confeção do jantar. Teríamos de imediato de resolver o problema para finalizar o que já estava a ser feito. Peguei na bilha e tentei ir a um café da aldeia que vende da mesma marca. Cheguei e logo fui informado que não tinham uma única unidade cheia para poder comprar, deixando a vazia em troca. O local mais próximo seria a uns dez minutos de distância mas como era supermercado já tinha encerrado porque no Alentejo profundo os supermercados mais conhecidos fecham praticamente no horário do comércio tradicional. Ou seja, nesse mesmo dia o gás não existia em lado algum. Tivemos de repensar nos pratos e tentar a sorte no dia seguinte, fazer os ditos quilómetros, entrar num estabelecimento onde os empregados estavam na hora do pequeno-almoço e pedir, tendo ainda de esperar, que me vendessem gás. Em casa tinha trocado o gás num ápice porque até as bombas de combustível o vendem, mas pelo Alentejo até colocar gasóleo tem de ser bem pensado porque os horários são somente diurnos, sem possibilidade de pagamento automático, e as bombas encontram-se a boas distâncias umas das outras.

Impérios com baixos salários

É uma realidade sobre a qual todos temos noção, mas quando é contada na primeira pessoa acaba por ter outro sentido. Um trabalhador com mais de seis anos de casa numa grande cadeia de supermercados nacional ganha praticamente o mesmo hoje que há seis anos, tendo sido aumentado somente por obrigação e estando agora a receber pouco mais de treze euros que os seus colegas que entraram há meses com as mesmas funções. Assim se percebe a ditadura da liderança dos grandes que reinam sobre tudo e todos com preços baixos e com salários também baixos. Escravidão e sentimento de falta de consideração e valorização das pessoas que se esforçam no trabalho para não verem uma recompensa lhes bater à porta. 

Trabalhar praticamente todos os fins-de-semana, receber quase o ordenado mínimo, horários diários trocados e perceber que não existe futuro num dos grandes que supostamente deveriam formar pessoas para que ano após ano se sentissem bem onde estão parece não ser a ideia das empresas que lideram o mercado e deitam abaixo os mais pequenos em busca dos milhares que poderiam dividir com quem dá o litro por pouco. 

É uma completa vergonha perceber isto de forma real e em conversa num corredor de supermercado, quando os anos passam, a vida se vai alterando e é necessário mais para seguir em frente. Mas que mais quando o empregador não valoriza os seus funcionários que tenta manter mas para os quais não olha ao final do mês. Todos não passamos de peões neste mundo de cifrões onde os mais ricos continuarão sempre a rebaixar as classes mais baixas que dificilmente conseguem dar a volta enquanto dia após dia necessitamos de ser consumidores, gastando o pouco que se ganha em empresas que não praticam o bem.