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O Informador

Boy Parts: Partes Masculinas | Eliza Clark

Euforia

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Título: Boy Parts: Partes Masculinas

Título Original: Boy Parts

Autor: Halle Butler

Editora: Euforia

Edição: 1ª Edição

Lançamento: Outubro de 2023

Páginas: 320

ISBN: 978-989-576-009-1

Classificação: 4 em 5

 

Sinopse: O hobby favorito de Irina é encontrar homens não particularmente atraentes na rua, convencê-los a irem para sua casa e tirar-lhes fotografias explícitas em posições comprometedoras. Mas será que se fica por aqui?

Depois de iniciar uma licença sabática do bar onde trabalha - por ter sido agredida por uma cliente -, Irina é convidada a expor o seu trabalho numa galeria da moda em Londres, uma quebra da sua rotina de cinema extremo, drogas e álcool. Mas esta notícia vai fazer com que entre numa espiral autodestrutiva, que envolve a sua obsessiva melhor amiga e um jovem rapaz que chamou a sua atenção…

Uma sucessão de noites repletas de drogas, trocas de mensagens agressivas com a melhor amiga, sessões fotográficas de arrepiar e memórias obscuras, fazem com que Irina, e o leitor, tenha dificuldade em distinguir a realidade da ficção. Não é por acaso que Boy Parts é apelidado de American Psycho feminista.

Boy Parts é um incendiário romance de estreia que é, ao mesmo tempo, grotesco e hilariante e que explora sem medos a sexualidade e as relações dos dias de hoje.

 

Opinião: Irina é uma jovem fotografa profissional e nada convencional já que o seu mercado está virado para fotos fetichistas e com homens nus como modelos. Resumindo, Irina abre o seu casting de forma pública em qualquer local por onde anda, sonda os modelos, dá-lhes os seus contactos e se o convite for aceite coloca estes homens selecionados em posições controversas e onde os mesmos acabam por ser humilhados de forma submissa. 

Irina inicia a sua história junto do leitor como funcionária de um bar onde é agredida por uma cliente. Despede-se e a partir desse momento dedica-se em exclusivo ao seu hobby da fotografia que a leva a ser convidada para expor o seu trabalho numa galeria de arte onde é bem sucedida com as vendas alcançadas através das fotografias que foi fazendo e guardando com o tempo. Do seu lado ao longo dos meses em que decorre a narrativa é possível ver a sua convivência com a sua melhor amiga, Flo, e com os homens que atrai para a sua objetiva, criando relações de verdadeira manipulação, agressão e risco perante o poder que ostenta sobre os mesmos.

Quando Vires um Gato Branco | Saki Murayama

Editorial Presença

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Título: Quando Vires um Gato Branco

Título Original: Hyakka No Maho

Autor: Saki Murayama

Editora: Editorial Presença

Edição: 1ª Edição

Lançamento: Junho de 2023

Páginas: 304

ISBN: 978-972-23-7124-7

Classificação: 3 em 5

 

Sinopse: Imagine que tem um desejo que gostava muito de ver realizado. Há uma forma de o conseguir, mas só quando vir um gato branco…

Na mais conhecida grande loja do Japão, esconde-se um segredo que tem passado ao longo de várias gerações: por entre prateleiras e maravilhosos produtos, passeia-se um gato branco, capaz de realizar desejos. Quem o consegue descobrir pode, finalmente, ver o seu maior desejo concedido. Mas encontrá-lo não é fácil: o gato branco esconde-se dos mil sonhos guardados no coração das pessoas…

No grande elevador dourado, Isana, a responsável por fazer os clientes subir e descer aos mágicos pisos da loja, sonha voltar a ver o pai, que a deixou ainda em criança. Na sapataria, encontramos Sakiko, que gostaria de reencontrar a sua melhor amiga, com quem não fala há anos. Na secção de produtos de luxo, vemos Kengo, que deseja saber quem é a mãe, que o abandonou à nascença. E no arquivo conhecemos Ichika, que quer recuperar um amor perdido. Todos acalentam a esperança de ver o gato branco. Todos têm memórias agridoces do passado ou um futuro cheio de incertezas, mas será que precisamos que tudo seja como sonhámos para sermos felizes? Quanta felicidade está, afinal, guardada na palavra surpresa?

 

Opinião: Isana, Sakiko, Kengo e Ichika são os quatro protagonistas de Quando Vires um Gato Branco e é através deste grupo de pessoas que o leitor é convidado a entrar numa grande superfície comercial localizada no centro de uma cidade fictícia do Japão. Todos trabalham no mesmo local, cada um no seu departamento, e todos têm em comum sonhos que acreditam que poderão ser realizados se um dia avistarem o famoso gato branco com um olho azul e o outro dourado que a magia do tempo tem deixado passar a ideia que vive no grande espaço comercial mas que poucos o dizem ter visto.

O Novo Eu | Halle Butler

Euforia

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Título: O Novo Eu

Título Original: The New Me

Autor: Halle Butler

Editora: Euforia

Edição: 1ª Edição

Lançamento: Setembro de 2023

Páginas: 192

ISBN: 978-989-91-35291-0-2

Classificação: 3 em 5

 

Sinopse: Millie tem trinta anos e não consegue dar um rumo à sua vida, passando os dias a saltar de trabalho temporário em trabalho temporário. As noites, passa-as sozinha no seu apartamento, obcecada sobre como é que poderia dar a volta à situação – ao seu trabalho, à sua atitude, à sua aparência, à sua vida. Depois, vê televisão até adormecer e o ciclo recomeça no dia seguinte.

Quando surge a oportunidade de ter uma oferta de emprego estável e a tempo inteiro, Millie começa a ver a luz ao fundo do túnel e a acreditar que a vida melhor com que sonha pode estar agora ao seu alcance: comprar roupas de marca, ter comida saudável em casa e atingir a independência financeira.

Mas, vinda das angustiantes profundezas da sua mente, chega-lhe a paralisante constatação de que esta oferta de felicidade pode, afinal, estar esvaziada de sentido. Será que Millie irá encontrar o seu Novo Eu?

Uma comédia negra como breu, este o novo romance de leitura obrigatória da autora Halle Butler: de choque entre as expectativas da protagonista e uma realidade sem encanto.

 

Opinião: Millie tem trinta anos e vive sozinha em Nova York. Millie foi uma grande incógnita para mim do início ao final do livro por não me conseguir identificar em altura alguma com esta jovem mulher que acredita nos seus pensamentos mesmo quando tem a sua vida a girar num autêntico carrossel onde se sente solitária desde que terminou o seu namoro há mais de quatro anos, tem um emprego temporário onde se esforça mas percebe que não é bem aceite, sem vida social e ao mesmo tempo iludida por sentir várias vezes um estado emocional contrário ao que realmente está a viver.

Millie chega ao leitor no momento em que tem dia após dia uma rotina exata e frustrante na sua vida, até que encontra um emprego que a faz sentir alguma esperança na mudança, no entanto O Novo Eu em que começa a acreditar não passa de uma ilusão, uma vez que o problema está em si e na sua própria fraqueza para dar a volta a uma situação onde parece bem encostada e ao mesmo tempo confortável para criar um motivo de mudança, mesmo sendo a própria a perceber e a desabafar sobre o seu estado solitário e de sofrimento. Isto é o chamado pescadinha de rabo na boca, tudo está mal, mas também nada se faz para se mudar essa situação, então tudo tende a continuar do mesmo modo. 

 

Corações de Papel | Fábio Ventura

Minotauro Editora

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Título: Corações de Papel

Autor: Fábio Ventura

Editora: Minotauro Editora

Edição: 1ª Edição

Lançamento: Junho de 2023

Páginas: 400

ISBN: 978-989-91-2497-4

Classificação: 4 em 5

 

Sinopse: Num futuro próximo, algures no período pós-pandemia e pós-guerra, as áreas ligadas à criatividade e entretenimento encontram-se estagnadas. Nesse contexto, o mundo da literatura é tomado de assalto e torna-se viral com o surgimento de Ash Falls, um programa residencial para escritores.

O que à partida parecia ser uma aventura para se focarem somente nos seus livros acaba por se tornar num verdadeiro pesadelo quando são atirados para uma série de peculiares jogos de perspicácia, estratégia e sobrevivência.

 

Opinião: Sabes aqueles achados que unem o útil ao agradável? Poderei dizer isso de Corações de Papel, onde a literatura, através do thriller, se junta ao pequeno ecrã, mais concretamente a um reality show, fazendo com que num só livro tivesse dois mundos de que tanto gosto.

Seis escritores entram numa aventura onde são convidados a ficarem durante três meses isolados do Mundo a escreverem as suas próximas obras a serem publicadas. O que não sabem à partida é que todos os seus passos estão a ser filmados e que a experiência que prometia ser tranquila e pacifica acaba por ser tudo o que menos esperam. O programa para escritores acaba por se tornar numa verdadeira batalha pela sobrevivência onde segredos pessoais e a própria vida são colocados em risco ao longo do percurso em que estão fechados no que parece um deserto longínquo da sociedade.

 

A Lua de Joana | Maria Teresa Maia Gonzalez

Bertrand Editora

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Título: A Lua de Joana

Autor: Maria Teresa Maia Gonzalez

Editora: Bertrand Editora

Edição: 1ª Edição

Lançamento: Setembro de 2023

Páginas: 176

ISBN: 978-972-25-4604-1

Classificação: 3 em 5

 

Sinopse: Lisboa, 28 de agosto

Faz hoje um mês que tu… Não sou ainda capaz de dizer a palavra.

Joana, treze anos, acaba de perder Marta, a sua melhor amiga, vítima de uma overdose… e agora? Joana não sabe como lidar com o acontecimento. Resolve então escrever-lhe, como se fosse um diário. Nele, Joana encontra um refúgio para as suas preocupações e ansiedade. Será suficiente? em casa reina o conforto material e uma família ausente. o que fazer? Não está ninguém em casa.

Um clássico da literatura juvenil, de Maria Teresa Maia Gonzalez, que aborda um tema que se mantém atual. Uma obra intemporal da autora, que interpreta magistralmente o universo dos adolescentes neste e nos seus inúmeros títulos publicados.

A Lua de Joana soma centenas de milhares de exemplares vendidos e está traduzido em várias línguas.

 

Opinião: A Lua de Joana é um dos clássicos que sempre me lembro de ter visto em casa quando era pequeno, tendo perdido o rasto a essa mesma edição e que sempre foi daqueles livros que sem o ter lido sabia que um dia o teria de ter como companhia. Chegou agora o momento da história da Joana me fazer companhia e foi num só dia que tudo aconteceu!

Peguei e não mais larguei o diário que a Joana, com treze anos, começou a escrever um mês após ter perdido a sua melhor amiga, Marta, para o flagelo da droga, através de uma overdose. Joana sentiu-se perdida, sem o seu amparo diário, sem explicações perante o que tinha acontecido, tudo ao mesmo tempo que em casa não tinha o acompanhamento adequando por parte dos pais que sempre se mostraram ausentes e mais concentrados nas suas vidas profissionais e nos seus próprios egos que no bem estar familiar e dos filhos, desleixando este legado. Joana desabafou com a sua amiga através do diário, mostrou-se com vontade de dar a volta à sua situação solitária mas o tempo fez-lhe das suas e as decisões tomadas sem amparo acabaram por a deixar perdida e à mercê das tentações.

Está Tudo Bem, a Sério | Monica Heisey

Singular Editora

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Título: Está Tudo Bem, a Sério

Título Original: Really Good, Actually

Autor: Monica Heisey

Editora: Singular Editora

Edição: 1ª Edição

Lançamento: Setembro de 2023

Páginas: 356

ISBN: 978-989-789-005-5

Classificação: 3 em 5

 

Sinopse: O casamento de Maggie durou apenas 608 dias, mas isso não a afeta – está tudo bem, a sério. Claro, está sozinha pela primeira vez na vida, não consegue pagar a renda de casa e o seu obscuro doutoramento está encalhado há meses...

Mas, com 29 anos, Maggie está determinada a abraçar o seu novo estatuto de Divorciada Surpreendentemente Jovem.

Livre de compromissos, tem agora tempo para se dedicar a todo o tipo de hobbies, para mergulhar no mundo dos encontros e para partilhar tudo e mais alguma coisa nas redes sociais. À medida que Maggie se lança de cabeça no caos do primeiro ano de divórcio, dá por si a questionar todos os aspetos da vida, incluindo: Porque é que as pessoas continuam casadas? Será que falhei ainda antes de ter começado? Quantos mais hambúrgueres entregues em casa às quatro da manhã preciso de comer até voltar a ser feliz?

Está tudo bem, a sério é um irresistível romance sobre as incertezas do amor moderno, a amizade e a felicidade, escrito por um nome que certamente dará muito que falar.

 

Opinião: De um momento para o outro entrei na vida de Maggie para a acompanhar no seu processo de divórcio onde além de todo o sistema burocrático da questão, foi essencial recomeçar a aprender a viver a solo, com os gastos mensais a deixarem de ser partilhados, com as relações de amizade a ganharem uma nova dimensão e até onde a marcação de novos encontros a que há muito não estava acostumada tomaram lugar. Isto acaba por ser o que se pode apelidar por "diário de uma recente divorciada" onde facilmente todos nos podemos rever no momento em que aquela relação que se acreditou que seria para a vida toda termina para dar lugar a um vazio de onde acreditamos ser doloroso sair até todo o carrossel de novas emoções começarem a surgir.

Acidente de Viação: tudo o que você precisa saber!

Considera-se acidente de viação, todo acontecimento fortuito, repentino, inesperado e anormal ocorrido por veículo que esteja ou não em movimento, em via pública, através de uma circulação rodoviária, do qual sobresaiam danos, sejam de ordem pessoal, sejam de ordem material.

Neste artigo veremos dois tipos de acidente de viação, o acidente de trabalho e o acidente de viação por atropelamento, ao tempo em que abordaremos a legislação vigente no momento e os efeitos da responsabilidade civil em caso de danos.

 

Acidente de trabalho

O acidente de viação de trabalho se configura quando ocorre no trajeto de ida ou volta para o trabalho e, também, durante o período de tempo do trabalhador. Nesse cenário, se o acidente de viação acontece nesses termos, ou seja, em horário de trabalho do funcionário, tem-se o chamado concurso de responsabilidades.

Com a vigência da Lei n.º 98/2009, que “regulamenta o regime de reparação de acidentes de trabalho e de doenças profissionais, incluindo a reabilitação e reintegração profissionais, nos termos do artigo 284.º do Código do Trabalho, aprovado pela Lei n.º 7/2009, de 12 de fevereiro”, o Direito Português passou a regulamentar de forma mais específica a questão dos acidentes de trabalho. Assim, a menos que haja uma legislação específica para uma situação particular, é a Lei n.º 98/2009 que deve ser observada.

Nos termos dessa legislação, e ao tratar especificamente de acidentes de trabalho, fica estabelecido que a entidade patronal deverá assumir o pagamento das incapacidades daí decorrentes, sejam elas temporárias ou permanentes. A par disso, os restantes dos danos são de responsabilidade do condutor do veículo ou de seu detentor, em se tratando de seguradora. Nesses casos, a responsabilidade é transferida para a empresa de seguros, porquanto deu causa ao acidente, ainda que por assumir o risco da condução de outrem.

 

Acidente por atropelamento

Sempre que o acidente de viação decorre de atropelamento, todas as vítimas têm direito rodoviários. Isso porque os acidentes rodoviários geram direito à indenização, desde que alguém sofra algum dano que seja causado por terceiros. Estes danos, é importante que se diga, tanto podem ser patrimoniais como morais.

Assim, é certo que alguns atropelamentos por acidentes, devido às suas peculiaridades, dão mais peso à fixação da indenização por danos, tais como a intensidade das lesões sofridas pela vítima e o prejuízo daí decorrente. Por vezes, a vítima tem prejudicada a parte do corpo que é indispensável para o desenvolvimento do seu trabalho profissional, impedindo-o em alguns casos de continuar com seu emprego. Tudo isso deve ser levado em consideração na hora de se solicitar uma indenização e uma banca especializada de advogados é indispensável para se chegar a um valor adequado. 

 

Responsabilidade civil

Mesmo que se esteja diante de um acidente de viação por atropelamento, é necessário perceber quem causou o dano. Isso porque, embora seja claro que o pedestre tem situação de maior fragilidade diante daquele que vem conduzindo o veículo e está protegido por sua estrutura, há casos em que aquele que é chamado de vítima pode ser culpado pelo acidente.

Por outro lado, se o condutor estiver alcoolizado ou dirigindo acima do limite regulamentar de velocidade, não ocasiona uma indenização mais alta. Ou seja, mesmo se o acidente resultar de um comportamento negligente por parte da conduta do motorista, o fato que causa o atropelamento não tem o condão de, por si só, alterar o cálculo da indenização perseguida pela vítima.

Em conclusão, na hora de atribuir a responsabilidade ao causador do acidente e fixar uma indenização - inclusive moral - à vítima, cabe ao julgador, dadas as inúmeras variáveis que cada caso pode envolver individualmente, estabelecer a indenização que se busca, especialmente porque, em linhas gerais, não é possível estabelecer a média destes valores indenizatórios. Cada caso é único e como tal deve ser analisado. 

Bairro das Cruzes | Susana Amaro Velho

Aurora Editora

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Título: Bairro das Cruzes

Autor: Susana Amaro Velho

Editora: Aurora Editora

Edição: 1ª Edição

Lançamento: Maio de 2023

Páginas: 260

ISBN: 978-989-9150-22-5

Classificação: 4 em 5

 

Sinopse: Uma família. Um laço inquebrável. Um segredo que atravessa o tempo.

O Bairro das Cruzes é a história da Luísa. E da Rosa. É a história das cruzes que se carregam desde a infância e que condicionam escolhas. Caminhos que se seguem e outros que se evitam. O Bairro das Cruzes mistura comunistas e PIDE e sobrevive às cheias de Lisboa. Carrega um fardo pesado e agarra à terra quem lá nasceu.

Numa história que podia muito bem ser a nossa, Susana Amaro Velho mostra-nos como as raízes, a família e os laços que criamos na infância podem influenciar-nos para sempre. Faz-nos rever os nossos avós, numa narrativa rápida e pontuada por detalhes cheios de humor, num romance que revela as gentes e as histórias do Portugal dos anos setenta.

 

Opinião: Em Mafra o leitor encontra pela voz de Luísa o Bairro das Cruzes. Dividido por dois espaços temporais iniciais, 1963 e 2023, este romance é aquele bombom agradável de ser encontrado para nos remeter para as nossas memórias, para um passado onde fomos crianças felizes, onde corremos e ficamos com nódoas negras, mas fomos livres nas ruas de bairros e aldeias deste nosso país.

Na história encontramos as primas Luísa e Rosa, tão distintas entre si e com uma criação única que não corresponde às desigualdades com que se tornaram mulheres. Se por um lado encontrei neste romance uma Luísa sensível, trabalhadora e guerreira, capaz de arregaçar as mangas para não deixar ninguém para trás, mesmo que lhe tentassem passar a perna, por outro conheci uma Rosa amarga, egoísta e provocadora como os espinhos característicos da planta com o mesmo nome. Ambas cresceram num bairro com o Estado Novo a mexer com as regras do país, onde a liberdade de expressão e o futuro estavam comprometidos, ambas tornaram-se mulheres adultas e mães, só que o destino não as conduziu pelos mesmos caminhos e as desigualdades são bem notórias entre si.

Fúria Mortal | Bruno M. Franco

Suma de Letras

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Título: Fúria Mortal

Autor: Bruno M. Franco

Editora: Suma de Letras

Edição: 1ª Edição

Lançamento: Setembro de 2023

Páginas: 544

ISBN: 978-989-784-749-3

Classificação: 5 em 5

 

Sinopse: Nos anos 90, um assassino em série aterrorizou Portugal. Nunca foi detido, nem sequer identificado pela Polícia Judiciária, tornando-se num dos maiores mistérios da justiça portuguesa.

Trinta anos depois, uma mulher é brutalmente assassinada. Os inspetores Marta Mateus e Leonardo Rosa ficam encarregados do caso e, ao observarem a cena sangrenta, recordam-se de um antigo caso idêntico. Terá o assassino regressado décadas depois ou trata-se de um imitador?

Quando mais corpos são encontrados em condições terríveis, a urgência em encontrar o culpado é cada vez maior e os inspetores pedem ajuda a um antigo aliado, para fazer frente a um assassino implacável e impossível de capturar.

Inspirado em factos verídicos, Fúria Mortal é uma história alucinante, que mostra os meandros da mente mais macabra que se conheceu em Portugal.

Conseguirão Marta e Leonardo pôr um ponto final na série de mulheres assassinadas?

 

Opinião: Fúria Mortal, o terceiro volume da série Mortal, após os bem sucedidos Segredo Mortal Jogo Mortal chegou com tudo para agarrar os leitores que tiveram a boa ousadia de iniciarem a leitura e nem mesmo as mais de quinhentas páginas afugentam os curiosos que ficam agarrados a uma história que une factos verídicos com personagens ficcionais cada vez melhor conseguidas por parte do Bruno M. Franco.

Neste thriller fui convidado a encontrar o possível regresso de uma figura mítica do crime nacional dos anos 90, a figura misteriosa conhecida como o Estripador de Lisboa que nunca terá sido apanhado pelas autoridades na altura. Trinta anos depois novos crimes macabros e bem violentos a envolverem prostitutas seropositivas e nas malhas das drogas voltam a acontecer e desta fez a já conhecida dupla de sucesso de inspetores, Marta e Leonardo, são chamados para encabeçarem a procura da figura mistério que atormenta a noite da capital e que vai muito para além disso. Envolvidos em novos mistérios, com os seus problemas pessoais e conjugais a permanecerem nesta relação que o leitor pode acompanhar para além dos afazeres profissionais, posso dizer que a par da investigação a decorrer, fui fazendo a leitura a torcer por aquele romance bom do final feliz ao longo da história e como em tudo na vida onde existem riscos, cheguei ao fim e fiquei a pensar.. Raio do Bruno que me deixou em suspenso por mais um ano até ao próximo volume da série!

Um Homem Inofensivo, no Teatro Aberto

Um-Homem-Inofensivo1©Filipe-Figueiredo-1536x1024.

A meio do silêncio e sossego da noite, Renato acorda e percebe que no interior da sua casa está uma outra figura masculina, um desconhecido. O medo gera confronto de palavras perante a tensão e as dúvidas e o tempo vai passando sem que nenhum baixe os braços perante este encontro de duas figuras solitárias da nossa sociedade. Passado e presente em debate perante vidas em conflito interior que num frente-a-frente acabam por se abanar e despoletar num final pesado. Afinal de contas nesta sociedade corrida não estamos todos sujeitos a momentos de solidão e negativismo sem estarmos preparados para os enfrentar sem que muitas vezes o clique da realidade não seja dado na altura certa? Um Homem Inofensivo é a visão solitária da sociedade entre dois homens que se aproximam e afastam perante o desejo e o medo do reconhecimento.

Um texto de Luís António Coelho, vencedor do Prémio de Teatro Português 2022, com encenação de Álvaro Correia e interpretação de Filipe Vargas e Renato Godinho, em cena de Quinta-feira a Domingo no Teatro Aberto, em Lisboa.