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O Informador

Tempestade interna

Não sei que dizer e de como exprimir os meus pensamentos! Ando a leste, meio ausente deste planeta de conflitos sociais e internos. Que estrela guia deverei seguir para estar bem e acabar por não sair magoado de decisões rápidas e intempestivas?

O caminho do ciclo da vida deu-me uma oportunidade duradoura de auto conhecimento com um par perfeito, sintonizados no mesmo sentido e em comunhão com a vida. Viajamos na mesma direcção durante tempo suficiente para perceber que estávamos no caminho certo só que nem sempre as longas viagens acabam em bom porto, existindo oscilações de percurso onde as sinuosas estradas causam estragos. A solidão, a percepção que sozinho também se está bem, a noção que tudo já foi bem melhor do que nos últimos tempos e a saturação para com a rotina levam a desfechos nem sempre queridos e desejados pelas várias partes. O que fazer para não cair na tentação de estragar tudo o que foi construído mas onde já não idolatramos viver?

O tempo, o afastamento, a procura pessoal e o reconhecimento que existem fronteiras próprias que ainda não tinham sido descobertas ajudam a deitar tudo a perder para voltar atrás no tempo, recuperar o entusiasmo próprio e querer caminhar com as aprendizagens obtidas mas sem os pesos que acabaram por estragar aquele ciclo tão importante mas que teve o seu desfecho com hora marcada, talvez há algum tempo reservado mas sem ser anunciado previamente. 

Ofendidos por falar! E se pensar?

Não sei se diga, se conte ou simplesmente pense! O que sei é que se ofendem por admitir as verdades, então nem quero reflectir no que aconteceria se soubessem o que penso sobre cada qual!

Não digo tudo o que me vai passando pela cabeça porque também não sou um maluquinho para andar a disparar para todos os lados. Embora muitas vezes apeteça mandar tudo e todos ao ar e seguir em frente como uma fénix, isso não pode acontecer. Lixam-se com simples palavras e comentários que transmito que nem revelam metade do que me vai pela cabeça. Agora se deixasse escapar tudo o que por aqui vai queria ver a festa que não seria com tanta tinta a escorrer por um autêntico tiroteio de paintball. 

Se já ficam ofendidos com o que falo, imaginem se soubessem o que penso! Ai! Ai! Ai!

Karma

A desilusão, insatisfação e ausência de verdadeiros afectos aparecem mais cedo ou mais tarde pelas relações. Tu pareces ter um karma com quem te aparece pela frente e te ocupa o coração, chegando a um ponto em que apetece gritar que «já chega» de tanta brincadeira de sentimentos e mágoa pessoal por quem passou e casou estragos desnecessários. Se foram pessoas que não serviam para o futuro não se sabe, o que se percebe é que enquanto estiveram do teu lado foste feliz e seguiste as tuas crenças objetivas.

Parece que o karma esteve do teu lado mais uma vez, desafiando a lei das vontades e atitudes para com o futuro que ambicionavas e que por algum motivo não quis ser acompanhado por quem acreditaste ser a pessoa ideal para o amanhã que chegará com o passar do tempo. Sei que pensas tudo e mais alguma coisa sobre o que está para vir, que não queres pensar em mais nada e ninguém, por sentires a mágoa que te deram de livre vontade, no entanto também sei que estás com a força não existente em outros tempos, realizaste-te com outros campos e os maus têm de ficar para trás, falando e falando, escrevendo o que querem, sem te poderem mais afectar porque a vida continua, quem sempre cá esteve continua a estar e aí não podes duvidar.

Muito deve ter ficado por dizer, por admitir e revelar. Muito deves ter omitido, passado e negado. Mas fizeste as tuas escolhas com a certeza que são as melhores. Agora sorri, passa a ferro o passado e deixa-o na gaveta da sociedade transtornada que se cruzou contigo porque não mereces passar nem mais um segundo com todos os mundos feios e falsos a quem infelizmente algum dia deste a mão.

As verdades que magoam

Costuma-se dizer que «as verdades doem» e tal afirmação colocada em prática consegue fazer com que aqueles que são confrontados com palavras e atos de que não estão à espera, mas que muitas vezes merecem, fiquem magoados por acharem que sempre estiveram bem com as suas atitudes perante quem se vai deixando pisar até que chega o momento da reviravolta e onde as fragilidades dos fortes se fazem sentir.

As verdades sempre acabam por magoar e deixam qualquer pessoa abalada pelo confronto direto com as afirmações proferidas por quem acham adorável e capaz de suportar as suas terríveis atitudes ou simples gestos de malvadez. Magoou, digo o impensável mas também acabo por despejar os fortes argumentos que me levam aos estoiro do momento. Sei que as verdades sempre magoam e quando as tenho que ouvir também sou um dos seres a sair lesado, no entanto sou humano e como tal e como todos os outros vivo em sociedade e nem tudo pode ser da maneira que quero e desejo.

Sou explosivo, porém nem sempre consigo dizer tudo o que penso e tenho para afirmar perante os outros, aqueles que me chateiam e a quem só apetece despejar por palavras tudo o que tenho guardado para um dia deixar fugir da mente. Sei que sou bruto quando começo a revelar o que quero e não quero e aí já é tarde.

As verdades doem e quem as revela só quer o nosso bem, nem sempre, mas na maioria das vezes! Ao contrário acontece a mesma coisa, embora não se queira perceber tal situação!

Norte e agora Algarve?!

No início deste ano passei umas boas semanas na zona Norte do país a trabalhar. Agora começa-se a falar que poderei passar os próximos meses pelo Algarve e a cabeça já começou a trabalhar!

Gostei da experiência de ter estado longe de casa a trabalhar, a dormir num hotel e sem preocupações com refeições e dinheiro, mas agora pensar que poderei voltar a repetir a experiência por um tempo mais alargado e pela zona algarvia já me começa a fazer alguma comichão! Não me custa ir e estar por lá porque sei que estarei a trabalhar e nas horas livres estarei bem, o que me deixa a pensar é o que posso deixar por cá e que me poderá voltar a dar chatices como anteriormente.

Nas próximas semanas lá veremos o que o último trimestre do ano me pode esperar! Por um lado quero ir e sinto-me preparado para tal, mas também tenho que confessar que os receios existirão sempre! O tempo ditará para onde ir e com que pensamentos estarei na altura! Vamos lá ver!

Uma dança sem par!

Dançar acompanhado durante anos e perceber com o tempo que a música que passa não corresponde aos pensamentos que outrora estiveram unidos mostra que tudo está a desafinar!

A dança é um envolvimento mútuo ao longo do tempo de partilha e aprendizagem, só que por vezes o sentido do som começa a ser diferente para o parceiro de pista, aquele que guiou e foi guiado por vários sentidos. Perceber que nada já está ritmado e que existem pedras pesadas pelo meio a queimarem os pés de baile num espaço de sentido único deixa antever o fim. Caminhar ao som da dança e deixar cair o verdadeiro sentido da emoção de união acaba por ajudar a desfalecer todas as crenças desejadas ao longo da ligação sintomática.

Uma boa dança sem par existe, o que não pode existir é um par desencaixado com a realidade que os uniu em outros tempos! Se ambos sabem dançar porque não conseguem agora brilhar na pista da verdade dos sentimentos que ainda conseguem ter em comum?!

O Medo

Senti medo que terminasse numa altura em que acreditei que estaria tudo bem! Ausentei-me do espaço e dos sentimentos e as coisas foram mudando sem quase me dar conta. Só depois percebi que tudo tinha andado a correr mal nos últimos tempos e tremi com as palavras e com as expressões reveladas que ditavam o suposto fim. O medo deixou-me de rastos mas ao mesmo tempo acabou por pegar nas forças interiores e levar-me a lutar pela reconquista do outro. Não queria deixar tudo para trás numa altura em que acreditava na felicidade e que a deixei ao abandono do hábito.

O medo da perda e da partida fez-me perceber que tinha de fazer algo e mudar o que tinha andado mal até aí! As ilusões e falsas imagens criadas por cada ser desvanecem-se no momento em que se sabe que tudo pode terminar sem existir a intenção de tal acontecer. Senti a perda e a ausência de mim próprio quando confrontado com a falta de algo que achei que estaria bem presente. O receio aliou-se à motivação para recomeçar a reconquista e agora acredito que estou no bom caminho!

Vivi com um sentimento de culpa e resolvi enfrentá-lo de frente porque sei o que não quero perder na vida! O medo é algo fodido!

Natal sem árvore

Aqui por casa o Natal nunca foi um evento muito celebrativo e desde pequeno que sempre me habituei à calma da época, sem grandes alaridos e ajuntamentos familiares. Os meus bisavós faleceram tinha eu dois anos, ele na véspera do dia de Natal, ela a 26, e desde aí que a época foi alterada na família para uns dias tristes e sem motivos para festejar. Aos poucos os sentimentos negativos foram ultrapassados, mas há dois anos para cá tudo voltou a alterar-se e a perder a cor. 

Desde que o meu avô ficou pior e começou a passar temporadas no hospital que a minha mãe retrocedeu no tempo e voltou a não ter o carinho natalício que marca tantos seios familiares por este mundo fora. O meu avô partiu um ano depois das primeiras recaídas sérias e o pesar abateu-se, para mais quando no mesmo ano, a minha avó também nos deixou, fazendo com que em poucos meses a minha mãe ficasse sem os pais por perto. Esse foi o Natal em que tudo terminou mesmo e a árvore de Natal deixou de existir aqui por casa.

Agora vive-se o momento em que mais uma vez fiz a pergunta se não iríamos fazer a árvore que muito pode simbolizar e a resposta foi vaga e deixou-me cheio de lembranças e recordações.

Vida: Realidade e Sonho

Ao longo da vida todos passamos por períodos em que as decisões sobre os vários caminhos, que são colocados à disposição, têm de ser tomadas e embora nunca seja fácil fazer a escolha, tentando-se agarrar todas as oportunidades que nos são propostas, existem motivos que pesam mais e que nos levam a optar por um só carreiro.

Ter um sonho de triunfar numa área e ser-se impedido por tal, devido ao emprego que se tem e que nos ajuda a ter, dia após dia, a comida na mesa e as despesas pagas, é bem complicado. Se por um lado se quer atingir um objetivo, se fazem tentativas para agarrar as oportunidades e espera-se que as respostas sejam positivas, por outro existe o facto dos «ses». Pois, «se» as tentativas de mudança correrem bem e revelarem que afinal o que se sonha poderá tornar-se realidade, o que se faz depois com o emprego que nos tem dado dinheiro e nos transmite alguma segurança? Tentar as duas coisas ao mesmo tempo é complicado, mas manter o local de trabalho e querer lutar por sonhos nem sempre é compatível e isso pode deixar mazelas. O que fazer quando se luta, consegue-se e depois se sentem os cortes nas pernas por não se poder seguir em frente com o que tanto se quer?

Será que o risco compensa e a decisão em mudar é o melhor, mesmo podendo o futuro ditar que afinal a escolha foi a errada? E se correr bem e o sonho se tornar finalmente realidade, tendo-se tomado a decisão certa quando se optou por seguir o que o coração quer em detrimento da segurança do momento?

Infelizmente já tive que fazer opções entre o trabalho e os sonhos e na altura optei por quem me dá um ordenado mensalmente. Hoje talvez fizesse a mesma opção, mas teria lutado por manter ambas as coisas até ao meu limite. Atingir os objetivos não é fácil, mas quando se está com um pé para esses objetivos poderem ser concretizados e se tem que recuar devido a algo, o melhor é fazer o esforço para conciliar ambas as situações até se perceber qual a que nos vai dar uns melhores tempos no futuro, esperando que seja o que tanto gostamos a levar a melhor!