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O Informador

Cresci com as palavras

O Informador está a umas semanas de festejar o seu primeiro aniversário e eu, pessoa que está por detrás de milhares de palavras que são publicadas diariamente porque me sinto bem assim, percebo que ao longo destes meses não só o número de visitantes que visitam este blogue cresceu. Eu também desenvolvi a minha forma de escrever para os outros e não só para mim. Isso ajuda a ter mais atenção dos seguidores porque tudo é mostrado de forma mais espontânea e sem as ideias de que se tem de fazer desta ou daquela forma para se tornarem os textos mais apetecíveis. Este espaço é cada vez mais aberto e cada vez mais a minha cara, sem disfarces e complicações!

Ao ler os primeiros textos que publiquei sobre mim, dos outros ou de alguma coisa, percebo que agora os pensamentos não se transformam em palavras da mesma forma que nessa altura. Neste exato momento consigo raciocinar bem mais rápido o que quero passar através das teclas para o ecrã. Antes tinha que pré preparar a ideia, o modo como ia falar do mesmo e agora isso não acontece. Coloco-me de frente ao computador, penso no assunto que vou escrever e tudo começa a nascer. As palavras desenvolvem-se entre si sem ter que me perguntar o que vou escrever agora. Isto porque o agora está a acontecer neste exato momento e eu estou feliz por sentir que enquanto bloguista cresci e desenvolvi-me.

A par da escrita e pensamentos se terem modificado ao longo deste tempo, nada disto também seria possível sem quem me segue diariamente, porque os números que me dão só me transmitem forças para poder continuar a fazer mais e melhor.

Espero poder estar no próximo ano a afirmar que ainda me sinto melhor do que hoje porque além de ser sinal de que estou por cá e que O Informador continua a fazer parte da minha vida, é a certeza de que este projeto está a ganhar asas e a crescer!

As palavras são um perigo

Sempre amei por palavras muito maisdo que devia

são um perigo as palavras

quando as soltamos já não há regresso possível ninguém pode não dizer o que já disse apenas esquecer e o esquecimento acredita é a mais lenta das feridas mortais espalha-se insidiosamente pelo nosso corpo e vai cortando a pele como se um barco nos atravessasse de madrugada

e de repente acordamos um dia desprevenidos e completamente indefesos

um perigo as palavras

mesmo agora aparentemente tão tranquilas neste claro momento em que as deixo em desalinho sacudindo o pó dos velhos dias sobre a cama em que te espero

Alice VieiraO que Dói às Aves, Caminho, 2009

Como as palavras que são ditas são tão perigosas quanto o nosso pensamento! Eu, com o meu modo explosivo de ser, deixo escapar muita coisa que não devo quando me enervo e depois já não existe volta a dar. Sou tão impulsivo com as pessoas que mais amo e depois acabo por as magoar sem realmente ter essa intenção nos momentos em que me exalto. Tenho nervos de ser assim tão rezingão nos momentos quentes, mas não consigo ficar calado e depois lá chegam as palavras boas e más que se juntam e magoam os outros! As palavras depois de ditas já estão transformadas num perigo em construção e depois tudo depende da maneira como são interpretadas! Cala-te mas é!

Interpretar há sua maneira

Na vida real e em sociedade nem sempre nos conseguimos fazer entender pelos outros, e aqui por este espaço tenho cada vez mais a noção que isso acontece e com muita frequência. Escrevo A e B e quero dizer C, mas o que é certo é que nem sempre as pessoas que lêem o que eu digo percebem o meu verdadeiro sentido de C, entendendo assim tudo em C+ ou mesmo em D. Como umas palavras ao serem lidas por outras pessoas conseguem ter o significado diferente das que era suposto terem...

Nem sempre conseguimos ser compreendidos pelos outros com o que dizemos e com o que escrevemos e isso tem-se notado por aqui através de alguns comentários que têm sido feitos aos meus textos. As mensagens que quero deixar nem sempre são vistas da forma como as tentei mostrar e isso por vezes tem gerado críticas e mesmo comentários não tão positivos.

Interpreto esta situação dos mal entendidos tanto nas conversas como nas mensagens escritas por sermos todos diferentes e por isso pensarmos de formas diferentes e com bases também distintas uns dos outros e é por isso que eu não vejo uma folha de papel do mesmo modo que a pessoa que está a ler este texto a vê, tal como a posso usar para um fim oposto ao da outra pessoa, sendo a folha exactamente a mesma, mas vista por duas mentes com pensamentos e atitudes diferentes.

Tenho aprendido que não podemos julgar os outros pelo que dizem, embora o façamos, porque cada um tem as suas razões para mostrar o que pensa e sente sobre as situações que o rodeiam, sem os outros saberem os verdadeiros motivos por tais atitudes. Eu exprimo-me de uma maneira que nem sempre é compreendida pelos outros, mas esses outros também o fazem, isto porque nem sempre conseguimos pensar uniformemente e mesmo que o façamos existe sempre algo com a nossa explicação que faz com que os outros a vejam de outra forma.

Cada qual interpreta as coisas à sua maneira e embora eu saiba o que quero dizer, sei que quem está a ler este texto poderá interpretá-lo à sua maneira, ter a mesma ideia que eu, mas através do seu pensamento perceber coisas opostas porque poderá dar um sentido diferente a uma das palavras que tudo muda no processo da compreensão.