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O Informador

Vírus de 2002 semelhante ao Covid19

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As leituras conseguem quase sempre chegar ao leitor com pontos desconhecidos e que ficamos a conhecer por vezes com alguma surpresa. Isto aconteceu com a leitura de Sob Céus Vermelhos, uma obra da autoria de Karoline Kan, lançada entre nós pela editora Quetzal. Através da reconstrução da história de três gerações da sua família e da própria China, a autora recorda e retrata os tempos e as mais variadas situações pela qual foram passando. No entanto e o que me surpreendeu foi mesmo a semelhança entre o atual Covid19 com uma doença que afetou a China na época de 2002/03.

Com o nome de SRA, que é como quem diz, síndrome respiratória aguda, esta epidemia afetou várias regiões do país, tratando-se de uma epidemia mortal. Pesquisei e confirmei os factos contados pela autora que passo a citar, «se dizia que se podia contrair a doença falando com alguém infetado. Ficava-se febril e com tosse, com dores musculares, e o sistema imunitário entrava em colapso numa questão de dias. (...) As pessoas queriam evitar ajuntamentos e contágio. A sombra da morte pairava sobre a minha cidade e muitas outras. (...) A doença parecia um monstro invisível, à espreita na sombra, que podia assomar e comer-me a qualquer momento. (...) Todos os dias era registada mais de uma centena de vitimas. (...) A saída só era permitida por razões de força maior, que tinha de ser aprovada pelo chefe. As escolas de Pequim foram encerradas, e os alunos tinham de estudar em casa através de vídeos online.».

Tenho a confessar que desconhecia que este surto tinha acontecido e quando comecei a ler e a perceber cada descrição fui de imediato pesquisar, percebendo que na verdade no início dos anos 2000 isto tinha acontecido, tendo mortalizado milhares de vidas, num surto que se ficou maioritariamente pela China na altura. Infetados através da transmissão de gotículas expelidas pela tosse e espirros, febre e dores musculares foram também os principais sintomas que levaram ao isolamento, necessidade de apoio respiratório e uma percentagem de mortes acima de uma gripe normal. De 2002 para 2020 passaram dezoito anos e a transformação do vírus voltou numa pandemia global com efeitos bem mais catastróficos. Mais uma vez nada parece ser novo e até na doença as transformações acontecem, num vai e vem, existindo alterações nos vírus que acabam por coabitar e adaptar-se aos novos comportamentos de todos nós.

Mariza, A Nossa Voz

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Existem centenas de anúncios a passarem nos intervalos publicitários dos canais televisivos e depois existe aquele anúncio que nos chama realmente a atenção. Em tempos de quarentena a NOS lançou uma nova campanha com a voz de Mariza e perante o pretexto A Nossa Voz, um tema dedicado a Portugal e a todos os portugueses. 

Com as avenidas de Lisboa em destaque ao mesmo tempo que Mariza canta e imagens de famílias portuguesas vão surgindo entre slides com a natureza de esperança a serem mostrados, tudo parece perfeito neste vídeo. 

Portugal a ser mostrado, as vozes de todos nós e o que de bom existe por aqui! A Nossa Voz retrata um excelente trabalho da equipa publicitária do grupo NOS, para mais com a grande voz de Mariza e com a seleção de imagens a transmitirem a sensibilidade necessária no momento para que a esperança de que vai ficar tudo bem continue a ser um dos nossos principais focos pelos próximos tempos. 

Não fazer nada não é bom!

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Existem momentos de mudanças forçadas em que depois percebemos que queremos fazer várias coisas ao mesmo tempo para aproveitar tempos de alteração de forma positiva. Aconteceu isso com o surgimento do Coronavírus em território nacional. Todos, ou quase todos, tivemos de alterar o nosso dia-a-dia em autênticas reviravoltas e de início parecia que a intenção era aproveitar o tempo ao máximo. Acordar e fazer tudo, criar e inventar, ocupar todas as horas com o que estava por fazer há algum tempo. Primeiras semanas foram assim, todos os dias vividos de forma efusiva porque existia a necessidade de nos ocuparmos dentro de casa ao longo de semanas seguidas, aproveitando para fazer o que ficava geralmente para trás e também para aproveitar todas as horas disponíveis com o que gostamos de fazer em casa a solo ou acompanhados. 

E depois quando a magia passou? Porque a verdade é que já ninguém está a suportar de livre vontade este enclausuramento, por muito que se goste de estar em casa. Todos já estamos cansados de inventar, de estar fechados, existindo vontade de sair, de ver pessoas, enfrentar a rua de novo e ver sociedade em movimento. Já não há pachorra para ler, ver televisão, fazer e inventar novos pratos, conversar pelas redes sociais, ...

Redes sociais em tempos de pandemia

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As redes sociais são em tempos de quarentena um bom apoio para que todos possamos ficar um pouco mais próximos, demonstrando agora, numa fase complicada para todos, que a presença no Facebook, Instagram e Twitter e também em plataformas de conversão como o Whatsapp e Skype afinal também contém pontos positivos que outrora eram desvalorizados por grande parte da sociedade que deixava de lado esta forma de muitos comunicarem através do online. 

Num momento em que a necessidade é de quase isolamento perante o lema #ficaemcasa, a necessidade de interação para existir contacto com quem nos é querido existe e é neste ponto que todos estamos bastante mais ligados ao universo online com chamadas, mensagens e principalmente as videochamadas que nunca foram tão importantes como agora. Na vida pessoal ou profissional muito atualmente consegue ser feito através de um telemóvel ou computador para aproximar de forma simplificada todos nós. Os almoços familiares partilhados por videochamadas, as reuniões para que as empresas não parem, as conversas entre amigos e muito do que tem sido possível fazer e que ficará nas nossas vidas a partir daqui.

Acredito que estas necessidades forçadas que todos tivemos de adaptar ficarão connosco no futuro. Muitos empregos irão ser possíveis de acontecer a partir daqui em formato de teletrabalho, muitas conversas telefónicas ficarão a contar com imagem de forma mais próxima... Todos estamos a mudar a forma de estar connosco e com os outros e as redes sociais, em pleno 2020 e após anos a levarem por tabela por transmitirem um mau exemplo por roubarem tempo para as conversas e encontros reais ganharam agora destaque e são vistas como as heroínas perante as formas de comunicar em plena pandemia que nos tem feito ficarmos por casa. 

Preciso de Abraços!

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Não sou uma pessoa de abraços e mimos espontâneos e hoje afirmo de forma rápida...

Preciso de Abraços!

Sim, necessito urgentemente de receber abraços, daqueles bem apertados e que geralmente me deixam até meio desconfortável. Quando tudo isto terminar quero abraçar todos os que me estão a fazer falta nestas longas semanas de quarentena, sem contacto, sem conversas reais e onde a proximidade me tem feito tanta falta.

Preciso de Abraços, de todos, dos que me são próximos e de quem aparecer pelo bem, o importante será perceber e sentir que todos enfrentamos o mesmo desafio e que saímos ilesos desta situação conturbada que nos fez perceber que nada nem ninguém está seguro quando um poder superior impera e coloca toda a civilização a refletir e a caminhar num sentido onde necessidades e valores seguem rumos semelhantes.

Pânico no supermercado

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Na quarta semana de quarentena a necessidade de entrar num supermercado aconteceu. Geralmente são os meus pais que têm feito as compras para casa, mas como tive de sair por umas horas e a fome surgiu tive de entrar no supermercado mais próximo, por acaso até dos mais calmos pela zona, para comprar algo para comer por não saber a que horas ficaria despachado. Só te posso dizer que senti pânico ao controlar todos os passos das pessoas com quem me cruzei, principalmente ao balcão onde tive de pedir o que pretendia e depois na caixa de pagamento.

Ainda não me tinha apercebido sobre esta situação, mas no momento em que atravei a entrada e passei a parte das frutas e legumes percebi que estava a fazer um olhar meio estranho de controlador, como um inspetor com visão raio-x. O que queria comer nem sabia mas fui até ao balcão da padaria e por acaso percebi que existiam pequenas pizzas disponíveis, vi um micro-ondas atrás, o que não existia antes, e perguntei se aquelas mini pizzas podiam levar um calor. E sim podiam. Tudo bem, mas só te digo que controlei a distância que deixei para o balcão, olhei para as luvas de quem me atendia, chegou novo cliente e medi se tinha deixado a distância de segurança marcada no chão, aproveitei e pedi um sumo natural para não ter de ir a outro recanto do supermercado. Aceitei o pacote com a pizza aquecida e o sumo de braços esticados e fui, fugindo dos corredores com clientes. Fui até à caixa e ia para as automáticas, mas lembrei-me que tinha de tocar no ecrã onde outros mexeram, seguindo então para uma caixa humana que estava sem fila. Paguei com contactless para evitar contacto com o dinheiro e não quis talão da compra. 

As estantes de todos nós...

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Em tempos de pandemia, os blocos de informação e entretenimento dos vários canais televisivos têm dado destaque a videochamadas através de diversas plataformas com médicos, especialistas, jornalistas, políticos, famílias e famosos sobre as últimas informações sobre o Covid19 e também como método de preencher os espaços vagos pelos diversos programas diários. O que se tem detetado com este boom repentino e essencial das videochamadas é o facto das estantes literárias de todos os portugueses que têm feito as suas intervenções televisivamente ficarem de um momento para o outro em grande evidência. 

Ligam para a ministra e lá surgem os seus livros técnicos, ligam para o comentador político e aparecem os livros históricos e técnicos, já a atriz apresenta de forma indireta os romances e thrillers, o jornalista revela a geografia, história e biografia. Na verdade todos têm as suas preferências que ficam bem expostas como pano de fundo da imagem que está a passar no ecrã enquanto estão no ar e maioritariamente em direto, divulgando as suas opções literárias e mostrando que andam a ler bastante.

Literatura alterada pela realidade

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O ciclo em que todos vivemos atualmente, devido ao surto de Coronavírus, tem feito com que o isolamento social aconteça e com isso a nossa vida levou uma grande alteração de rotinas e hábitos que tiveram de ser bastante ajustados à nova realidade que parece tardar em passar. Com esta quarentena forçada com que quase todos temos de viver, começou a existir tempo para serem feitas outras coisas ou alterando o que já acontecia. Num certo ponto, na literatura, a maneira como olho para as histórias contadas até se tornou diferente. 

Pessoalmente, o que notei é que não só mudei a forma de estar como também alterei, em termos literários, a criação mental de lugares e personagens. Confuso? Passo a explicar e quem lê correntemente irá talvez identificar-se com este ponto com que me apercebi pela minha atual leitura. 

Quando determinada personagem é descrita a correr por uma avenida ou praça conhecida geralmente a imaginação enche esses espaços de figuração literária, tal como acontece normalmente na nossa realidade. As visitas a um museu consistem também no cruzamento com outras pessoas, neste caso, figurantes, que dão assim vida aos espaços que estão a ser idealizados mentalmente. Com a atual leitura e porque as nossas cidades, vilas e aldeias estão desertas, dei por mim a imaginar praças e ruas vazias quando as personagens circulam fora de casa, num autêntico estado de quarentena literário.

Aqui se prova o poder da influência das nossas vidas nas criações mentais que idealizamos. Se andamos numa boa fase também as histórias parecem seguir o nosso lema atual, mas se passamos por momentos mais ácidos também isso será refletido na forma como se olha para as histórias que se atravessam pelo caminho. Por exemplo, se andamos a ver o mar constantemente decerto que iremos imaginar um determinado romance numa vila perto da praia mesmo que tal não seja referido, já se andamos e adoramos o campo será de forma mais rústica que as ruas de calçada serão descritas. Neste momento imagino uma cidade deserta onde há mês e meio teria imaginado aquelas personagens a circularem entre moradores e turistas nas suas vidas corridas. 

Da China com Amor

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O mundo enfrenta o Covid19 há meses, e sobre isso não quero desfiar texto por muito tempo a reforçar que iremos sair desta situação mais fortalecidos. O que quero mesmo comentar é a forma como tudo tem acontecido desde o dia 0 até ao momento.

Já paraste para pensar que foi da China que tudo partiu, onde milhares morreram, e que neste momento é a própria China que aparece como salvadora e socorrista do Mundo para ajudar a Europa a baixar o desastre que por aqui anda? Material de ajuda, profissionais de apoio e experiência, mas o que destaco mesmo é a capacidade que isto dará à economia chinesa que após a tempestade acabará por recuperar com os recursos que está a disponilizar para apoiar os europeus para que tudo volte a ficar bem.

O problema partiu deles e agora que estão controlados atacam fortemente o estado económico europeu e não só para se restabelecerem e ao mesmo tempo ganharem novos aliados que ficarão de certa forma a partir daqui ainda mais do seu lado.

 

 

Ser Cromo em tempos de Coronavírus

Vídeo da Caderneta de Cromos

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Nuno Markl transformou o seu espaço celebrativo dos 10 anos da Caderneta de Cromos, na Rádio Comercial, para dar um recado sobre o estado lamentável com que os portugueses reagiram nos primeiros dias ao Covid19 no nosso país.

Sei que já venho tarde e que até já toquei em alguns dos temas comentados por Markl, como foi o caso da loucura para com o papel higiénico, mas e porque são estes testemunhos de pessoas com voz na sociedade que podem fazer alguma diferença junto dos outros, resolvi partilhar este episódio onde se fica a saber o que é Ser Cromo.