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O Informador

Meteorologia matreira

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Olhas para a aplicação de Meteorologia do teu telemóvel e percebes que nas próximas horas o tempo vai estar nublado mas sem vestígios de chuva, que ao aparecer só no dia seguinte. Vestes a tua roupa destinada ao teu andamento diário, onde tentam dar mais de dez mil passos, calças os ténis, auriculares colocados, máscara no bolso, chaves de casa guardadas e telemóvel no bolso e lá vais tu. Eis quando fazes uns dez minutos de caminhada a bom passo, encontraste num local isolado e sem onde te protegeres e das nuvens começam a surgir os primeiros pingos daqueles que mal molham. Tentas andar um pouco mais rápido enquanto pensas onde te poderás resguardar caso os pequenos pingos comecem a aumentar, e eis que não vês solução e a chuva cai sobre ti em modo «boom, toma lá com isto e cala-te».

Momentos solitários

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A chuva cai através do beirado da varanda para que o olhar se concentre em cada fio de água da chuva que escorre para seguir o seu caminho. Ao mesmo tempo, lá ao fundo, enquanto o dia se deixa alongar, o nublado invade o horizonte, deixando a serra de um momento para o outro, quase sem se fazer avisar, tapada e fora de vista. Cá dentro, de computador no colo, aquecedor por perto, pantufas calçadas, chá na mesa-de-cabeceira, televisão ligada, telemóvel a carregar e livro pronto para ser fotografado para futura publicação no Instagram e mesmo aqui pelo blog, vou centrando o pensamento entre o que escrever e a passagem das horas em tempo de confinamento, isto ao mesmo tempo que o telemóvel recebe nova mensagem, penso no que irei comer dentro de minutos e no entanto deixo-me ficar por aqui sentado de pernas esticadas, puxo a manta para reforçar a necessidade de me aquecer e me fico por mais um bom bocado. Tudo e nada disto aconteceu num pequeno espaço de tempo, aquele tempo que passa e sobre o qual o ser humano nem se dá conta. 

Autoridades previnem confinamento

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Nos últimos dias tenho falado da falta de noção que os portugueses têm tido para com o incumprimento das regressadas regras de confinamento e da pouca ação das autoridades, que nesta fase inicial têm de mostrar trabalho para que todos percebem que as regras são mesmo para cumprir. Hoje venho anunciar que em pleno fim-de-semana os avisos à população andam a ser feitos e que o incumprimento já anda a causar avisos e multas junto dos incumpridores, tanto no trânsito como junto dos estabelecimentos abertos.

Aqui pela aldeia já aconteceu a passagem das autoridades pelos cafés que permanecem abertos com serviço de janela, que é como quem diz, num género de take-way assim meio estranho. Uns tinham o postigo aberto mas de esplanada quase montada, com mesas e cadeiras para se sentarem, outros colocavam clientes nas traseiras do estabelecimento e também existia quem entrasse para o interior, como que clandestinamente, sem campainha mas com batidas para se poder entrar. Quem de direito visitou os espaços, avisou população que se mantinha sem máscara nos arredores destes locais, não se sabendo se surgiram mesmo multas ou não, e avisou os proprietários sobre o que estava a ser feito sem autorização. Mesas desapareceram, bancos saíram, traseiras fechadas (até quando) e tudo encerrado a horas certas. Quanto aos desobedientes que andam pela rua sem respeitarem o uso de máscara e os ajuntamentos avisos aconteceram e a promessa de regresso ficou feita. 

As pessoas têm de se respeitar a si e pensarem que se continuarem a agir como se nada estivesse a acontecer nunca iremos sair desta situação que só tem vindo a piorar desde que 2021 iniciou. Não podemos pensar que estamos livre porque nada acontece só aos outros, podendo hoje um dos milhares de infetados em estado grave ser um desconhecido e amanhã ser um dos nossos ou mesmo nós próprios. 

Sem grandes confinamentos

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Primeiro dia de confinamento a meio gás em Portugal continental e eu, que fui para o último dia de trabalho antes de entrar de lay-off, constatei pelas estradas e por passar pelo interior de localidades na deslocação casa/trabalho e trabalho/casa e também pelas imagens que fui vendo ao longo do dia, tanto nas redes sociais como na televisão, que de confinamento pouco existiu nesta Sexta-feira, 15 de Janeiro de 2021.

Alunos nas escolas, com pais a deslocarem-se para deixarem os filhos nos institutos de ensino e mais tarde os voltarem a levar para casa ou transportes públicos cheios com jovens que se deslocam assim para as aulas. Supermercados, farmácias, clínicas, veterinários, igrejas, bancos, oculistas, dentistas, talhos, peixarias, papelarias, padarias e outros tantos serviços abertos como se nada se estivesse a passar. Restaurantes em take-way, cafés e pastelarias a servirem o que os clientes pretendem junto a portas e janelas, esplanadas como que montadas só porque ainda não existiu tempo de serem retiradas, e muitos incumprimentos logo na partida para esta jornada. Encontros em grupo nas esquinas e jardins, pais que esperam na conversa junto dos carros que os filhos saiam da escola, crianças que saem dos autocarros e que de imediato retiram as máscaras. Ou seja, confinamos em termos laborais mas ao que parece existe tanto para se fazer lá fora que a vontade é mesmo a de sair e arranjar uma das várias desculpas possíveis para se poder circular na via pública.

A partir de hoje...

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A partir de hoje, 15 de Janeiro de 2021, pensei que poderia lançar aqui pelo blogue o que se iria apelidar por "Diário de um Confinamento", no entanto e analisando o que será o meu dia-a-dia pelas próximas semanas percebi que esse mesmo dito diário seria tão monótono, repetitivo e sem vida que fica aqui simplesmente o desabafo sobre o que pensei e que não avançará por não fazer sentido algum, já que a vida em confinamento é tão mais do mesmo que nem vale a pena tentar relatar as ligeiras diferenças que irão existir entre o hoje, o amanhã e o que se passará na próxima semana. 

Confinamento, lá vamos nós...

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O ano mudou e desde os primeiros dias de 2021 que se percebeu que iríamos quase na certa sofrer um novo corte mais austero para com a restrita liberdade de circulação e convívio. Os novos casos de coronavírus têm estado altos, o número de mortos diários já passam a centena e o que era quase certo, segundo as palavras governamentais há uns dias sobre as medidas para a segunda quinzena do mês, agora já está praticamente definido.

Será no dia 12 que o Governo dará todas as informações ao país, no entanto já sabemos que o executivo de António Costa, após ouvir os partidos com assento parlamentar, já terá definido que vamos entrar num novo confinamento geral bem semelhante ao que sofremos o ano passado em Março e Abril. 

Segundo as primeiras impressões, restauração e comércio não alimentar voltarão a encerrar portas, e a premissa será a de ficarmos isolados em casa, saindo somente para a compra dos bens necessários, serviços de saúde e passeios higiénicos e nas proximidades da habitação, continuando a agricultura e a indústria a funcionar, mesmo em condições restritas. Para já, tudo indica também que o lay-off simplificado será retomado como apoio aos encerramentos temporários.

Com isto o previsível acontece mesmo e iremos iniciar 2021 em confinamento para que os já mais de cem mil casos ativos comecem a descer e se consigam aguentar os serviços hospitalares, diminuir a propagação e o número de mortos, mesmo com a vacinação a decorrer por fases. As últimas semanas já começavam a anunciar este desfecho e agora é já certo que iremos ficar trancados, numa altura em que já conseguíamos viver minimamente com as idas ao supermercado, compras e no dia-a-dia laboral sem aqueles receios do início desta porcaria toda. 

«Saudade»

Palavra do Ano 2020

 

A 12.ª edição da iniciativa Palavra do Ano decorreu ao longo das últimas semanas do ano 2020 e terminou com a eleição da palavra «Saudade» como vencedora com 26,8% dos mais de 40 mil votos obtidos ao longo desta seleção. Nesta eleição final estiveram também as palavras «covid19», «pandemia», «confinamento», «zaragatoa», «telescola», «discriminação», «infodemia», «digitalização» e «sem-abrigo», mas a escolha recaiu em «Saudade».

Num ano tão atípico como foi 2020 as palavras em torno da pandemia mundial e dos relacionamentos afetivos andaram entre as preferências dos portugueses e a «Saudade» que todos sentimos da dita normalidade, dos pequenos pormenores, dos abraços familiares, do convívio com os amigos, acima de tudo das relações humanas que deixaram de ter o afeto e a proximidade para viverem de afastamentos e algum isolamento.

A eleição da Palavra do Ano é feita a partir das sugestões que os portugueses vão deixando ao longo do ano no site www.palavradoano.pt, também perante as pesquisas efetuadas no Dicionário da Língua Portuguesa em www.infopedia.pt e com base no trabalho permanente de observação e acompanhamento da realidade da língua portuguesa, levado a cabo pela Porto Editora.

Silêncios confinados

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21/11/2020, pelas 16h25

 

Esta tarde, de pijama vestido, o que vai contra as minhas regras pessoais de ficar em casa com um aspeto sociável e não com aspeto de quem vou dormir a qualquer momento, estou com a televisão ligada como dama de companhia, o computador também ele em espera que as palavras surjam pelo teclado para um texto que será publicado logo no dia seguinte, com o bulldog deitado aos pés da cama, meio adoentado e a ressonar no seu sono de prazer por poder estar na cama do dono a fazer a sua sesta durante horas. Cá dentro tudo está em modo quase pausado, sem grandes movimentações e também sem qualquer vontade para tal.

Já lá fora o silêncio impera. A janela está aberta, o sol aquele o quarto e se não soubesse que vivo numa das principais ruas da aldeia, por onde até costumam passar pessoas e carros, diria que estava isolado no campo, já que o som é inexistente durante as últimas horas. Nada acontece nas proximidades lá por fora, praticamente como aqui, estando como que parecendo isolado do mundo.

Silêncio total num dia que se fosse normal todos poderíamos aproveitar para um passeio pela natureza ou pelas calçadas de ruelas e avenidas. O sol brilha quente por este fim-de-semana de Outono em que não podemos aproveitar o ar livre, ficando toda uma sociedade suspensa dentro de quatro paredes onde nos sujeitamos a ver cada hora passar para que o dia seguinte inicie como mais um dos muitos que ainda esperamos dentro de um estado de emergência que parece longe de findar para o bem de todos. 

Sejam felizes em confinamento

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Hoje e Amanhã todos fomos convidados pelas entidades governamentais a entrar em confinamento ao longo das tardes, mas não será isso que deixará de lado os meus votos de bom fim-de-semana a todos que por aqui passarem. Divirtam-se e sejam felizes ao longo das horas em que estejam obrigados a ficar fechados entre quatro paredes, pensando que logo conseguiremos respirar livremente se soubermos manter a calma, continuando a cumprir as regras sem perder a esperança de que tudo ficará resolvido o quanto antes. Como o outro afirmava, "sejam felizes", mesmo em confinamento.