Filipe La Féria não quis festejar os cem anos do Teatro Politeama com um novo musical ou com um espetáculo que não ficasse na memória. Como tal, juntou Marina Mota e João Baião a um elenco de estrelas do teatro e juntos tornam a sala de espetáculos lisboeta numa homenagem à Grande Revista à Portuguesa, tal como o próprio nome indica.
Marina Mota, João Baião, Maria Vieira, Vanessa Silva, Ricardo Castro, Rui Andrade, Patrícia Resende, Bruna Andrade, Filipe Albuquerque e Adriana Faria encabeçam um elenco de atores, bailarinos, cantores, modelos e acrobatas para um bom espetáculo com as tradições do teatro em Portugal e onde o humor, a dança, a sátira e o popularucho marcam presença em várias cenas tiradas da nossa sociedade.
Neste Grande Revista à Portuguesa, La Féria voltou ao seu expoente máximo com o espetáculo dos espetáculos. Não querendo falar do texto que podia estar melhor conseguido em diversas situações, em palco os artistas estão em bom, com as suas excelentes performances com o que de melhor sabem fazer e onde conseguem conquistar o público do princípio ao fim, não deixando também de aplaudir o bom trabalho do maestro Mário Rui.
Marina Mota é a atriz furacão que entra em palco e logo tem todas as atenções centradas em si. Marina sabe bem o que faz, cresceu nos palcos nacionais, viajou ao Brasil onde encantou na Globo e voltou ao seu país para as novelas e agora também para ter um bom regresso aos palcos. Marina é a cara da revista à portuguesa porque foi aí que se fez mulher e atriz e La Féria sabe disso, não a podendo dispensar deste seu projeto que já marca pontos juntos do público.
João Baião, o homem que não pára um segundo e que mais tempo em cena está neste espetáculo. Baião dá cartas como apresentador, tem o carinho do público e nas tábuas do Politeama mostra onde está a sua verdadeira alma, a do teatro. João transpira felicidade com este trabalho, onde se sente como peixe na água. Sem envelhecer aos olhos da plateia e sempre bem disposto para os seus pulos, o ator tem aqui um excelente regresso às salas teatrais porque se já foi a estrela destes espetáculos e deixou de o ser, agora voltou ao ponto onde já esteve e de onde nunca deveria ter saído.
Marina e João são os verdadeiros artistas de Grande Revista à Portuguesa e em ambos está todo o mérito porque o trabalho está lá com amor e perseverança e se são os grandes nomes do espetáculo é graças a si próprios que mostram dia-a-dia o que valem com as suas presenças arrebatadoras perante o público.
Maria Vieira, é um dos bons nomes da comédia e da representação nacional, no entanto, por aqui foi a atriz que menos me convenceu e de quem eu esperava mais. Poderia ter sido um dia menos bom para a Parrachita, mas quem está na plateia não adivinha e se a Maria for trocada por outra atriz não se deverá dar pela troca porque além de não ter personagens marcantes ao longo das várias cenas, também não mostra realmente do que é capaz. Um erro ou então uma vítima do texto que lhe calhou na rifa!
Ricardo Castro, Rui Andrade e Vanessa Silva dispensam apresentações para quem conhece os bons trabalhos que Filipe La Féria tem feito nos últimos anos. Este trio tem sido presença nas criações do produtor e se voltam a ser recrutados é porque estão a dar o melhor e isso é notório. Um trio que marcará o futuro do espetáculo teatral em Portugal e que tem mostrado talento e valor através dos trabalhos que têm feito pelo Politeama.
Quanto ao restante elenco, nota oito em dez! Não tão conhecidos como o sexteto de que já falei mas que com o trabalho de ensaios e com o percurso menos conhecido que já têm por trás superam as adversidades de ainda não serem as grandes estrelas da companhia. Patrícia Resende, Bruna Andrade, Filipe Albuquerque e Adriana Faria estão no ponto com o que fazem e embora não sejam as vedetas conseguem levar o público aos aplausos com as suas caricaturas, piadas e trechos.
Grande Revista à Portuguesa leva o seu público às gargalhadas ao longo de quase três horas através das situações decadentes e pessimistas do nosso país. De Sócrates a Coelho, de Gaspar a Moita Flores e de Joana Vasconcelos a Isabel dos Santos, todas as personagens da nossa atualidade cabem neste espetáculo que também recorda os bons nomes do teatro nacional. Sem dúvida que quando se falar do melhor que é feito em Portugal pelo teatro, Filipe La Féria está na lista de topo com os seus musicais e agora com esta revista tão bem aplaudida pelo público.
Chorei, ri, cantei e emocionei-me... Obrigado pelo excelente serão que me proporcionaram!
Apresentação de Grande Revista à Portuguesa...
No ano do centenário do Teatro Politeama, vinte anos depois de “Passa Por Mim No Rossio”, La Féria volta à Revista numa homenagem ao Teatro mais popular e da preferência dos portugueses. Com texto, música, encenação e cenografia de Filipe La Féria, figurinos de José Costa Reis, direcção musical do Maestro Mário Rui, coreografia de Marco Mercier e direcção vocal de Tiago Isidro a “Grande Revista à Portuguesa” reúne um elenco de primeiras figuras muito queridas do público. Marina Mota, a Rainha da revista à portuguesa, regressa ao teatro em números que ficarão históricos pela sua graça e talento ao lado de João Baião que irá mostrar a sua versatilidade numa exibição das suas multifacetadas qualidades de actor, cantor e bailarino. Outro regresso ao Teatro é o de Maria Vieira, após uma ausência no Brasil de três anos e que reaparece no auge do seu talento de cómica. Vanessa, a grande revelação do último Rock in Rio e a vencedora de “A Tua Cara Não Me É Estranha” tem a oportunidade de interpretar os momentos mais emocionantes da Revista. Ricardo Castro revela-se um cómico de primeira com caricaturas dos mais conhecidos políticos portugueses. Rui Andrade, Patrícia Resende, Bruna Andrade, Filipe Albuquerque, Adriana Faria encabeçam um grande elenco de bailarinos, músicos, acrobatas e modelos desta mega produção de La Féria.