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O Informador

Medo de sair magoado

Hoje em dia vivo com o medo de me deixar magoar de novo, vivo a pensar que já dei mais passos do que devia e que as consequências podem ser complicadas para quem não se queria apaixonar tão rapidamente e acabou por ser apanhado pela surpresa dos afectos sem que procurasse o romance.

Sim, estou apaixonado, sim, vivo de medos e receios que as coisas não funcionem e que me volte a magoar por pensar demasiado talvez ou por não querer aos trinta e seis anos de idade andar a brincar aos casais como se tivesse a descobrir o amor. Sei o que quero, acredito que aprendi com os próprios erros do passado, estou a viver as coisas como se tudo fosse novidade e quero tanto, mas tanto, que o futuro esteja a ser construído com alicerces para seguirmos em frente de mãos dadas.

 

Um Muro e Uma Cerca | Elisabete Martins de Oliveira

Cultura Editora

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Título: Um Muro e Uma Cerca

Autor: Elisabete Martins de Oliveira

Editora: Cultura Editora

Edição: 1ª Edição

Lançamento: Abril de 2023

Páginas: 264

ISBN: 978-989-8860-77-4

Classificação: 4 em 5

 

Sinopse: Pequenos gestos podem mudar o rumo de uma vida.

Elias vive sozinho numa casa demasiado grande, já sem os três filhos, que emigraram, e sem a mulher, que morreu. Quando uma família se muda para a moradia ao lado — entre as muitas que de repente chegaram à Margem Sul do Tejo, desafiando-lhe o sossego —, desenvolve antipatia e desconfiança para com os vizinhos.

Do outro lado, contudo, um rapaz negligenciado pelos pais e pela avidez da vida moderna vai-se aproximando, curioso, apesar das barreiras erguidas por Elias. Com Santiago a começar de forma turbulenta o quinto ano na escola nova, o menino procura consolo e atenção junto do vizinho.

A sintonia entre Elias e Santiago cresce, mas uma notícia perturbadora vem ameaçar-lhes a amizade e trazer ao de cima as vidas difíceis que levam, e os segredos que escondem um do outro.

 

Opinião: Elisabete Martins de Oliveira estreia-se tão bem com Um Muro e Uma Cerca, uma história onde o valor da amizade é transmitido perante a aproximação de Elias, um velho solitário, deixado pelos seus filhos e a viver muito para si, meio que isolado em Fernão Ferro, e Santiago, um jovem negligenciado pelos pais, que sofre de bullying perante os seus pares, e deixado muitas vezes entregue a si próprio. O caminho destes dois seres de gerações distintas cruza-se quando os pais de Santiago compram uma nova moradia ao lado da velha casa de Elias e a criança começa a mostrar alguma curiosidade sobre o senhor que está para lá de um muro e uma cerca, na sua pacata e solitária vida. 

Neste romance a amizade entre um idoso e uma criança é a valorização máxima do poder do cuidado e da proteção. Estas duas vidas cruzam-se no momento em que ambos precisam de apoio e proteção para seguirem em frente e o leitor é convidado a percorrer esta história contada na primeira pessoa de um modo tão emocional como real, já que é de sentimentos e simplicidade de que se fala em Um Muro e Uma Cerca.

Hoje na Wook!

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Hoje é dia de descontos loucos na Wook. É isso mesmo, este Domingo existem milhares de livros em português e inglês com descontos que vão até aos 30%, tudo na Wook e num período de 24 horas onde tens de colocar o teu carro de compras online a mexer para que esta promoção não te escape e fique adiada por mais uns dias. De certeza que alguns dos livros que tens mantido debaixo de olho estão em promoção e por isso aproveita para que dentro dos próximos dias te façam companhia ai por casa.

 

Crime na Quinta das Lágrimas | Lourenço Seruya

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Título: Crime na Quinta das Lágrimas

Autor: Lourenço Seruya

Editora: Cultura Editora

Edição: 1ª Edição

Lançamento: Abril de 2023

Páginas: 352

ISBN: 978-989-8860-93-4

Classificação: 4 em 5

 

Sinopse: Quando Alice e Diogo escolheram a Quinta das Lágrimas para celebrar o casamento, estavam longe de imaginar o horror em que se tornaria o dia mais feliz das suas vidas.

Naquela semana de inverno, com o hotel reservado em exclusivo para noivos, familiares e amigos, os preparativos são concluídos com sucesso. Contudo, na manhã do casamento, os convidados acordam em sobressalto: a noiva desapareceu. Não a encontram em parte nenhuma e rapidamente se dá início a uma busca pelo exterior da Quinta.

O jardim está coberto por um frio gélido e o cadáver de Alice é descoberto em circunstâncias macabras...

A chegada da Polícia Judiciária põe o hotel em alvoroço. Os inspetores estabelecem que o homicídio foi cometido por um dos hóspedes, mas as mentiras propagam-se e ampliam-se as suspeitas.

Quem matou Alice?

Assim que as evidências se encaixam e começam a formar uma imagem concreta, a polícia inicia uma corrida contra o tempo no encalço de um assassino que não ficará por ali...

Há mais alguém que não sairá vivo da Quinta das Lágrimas.

 

Opinião: Lourenço Seruya tem vindo a crescer enquanto autor e se com A Mão Que Mata e A Maldição conseguiu colocar o leitor no centro da ação através das aventuras pessoais e profissionais do inspetor Bruno Saraiva, em Crime na Quinta das Lágrimas o mistério criado num ambiente bem conhecido da nossa história consegue aumentar o interesse para que se perceba quem está por detrás de um crime planeado e preparado quando um casamento está prestes a ser celebrado num local com tanto significado. 

Ainda não visitei a Quinta das Lágrimas, em Coimbra, e o que consegui imaginar do local com esta leitura foi por ter feito alguma pesquisa e pelas descrições que o Lourenço vai dando ao leitor que se torna inspetor a partir do momento em que se cruza com esta história quando somos convidados a entrar no hotel reservado em exclusivo para um pequeno núcleo de convidados de um casamento de sonho, onde encontramos os noivos e os empregados do espaço, e que tudo parece perfeito até que uma morte inesperada acontece e o inspetor Bruno Saraiva e a sua nova companheira de serviço Carolina são chamados a intervir para que se apure a verdade sobre como tudo parece ter acontecido, das causas aos culpados e aos que nada têm a ganhar e a perder com a situação. E será que os restantes elementos do grupo estão a salvo até a investigação estar completa?

Procuro emprego

Comecei a semana passada a procura de novo emprego. Após mais de quatro anos e meio de empresa, e com quase dezoito anos de trabalho, é tempo de arregaçar as mangas e procurar um novo desafio profissional. 

Neste momento, e para os mais atentos e que me conhecem ou seguem nas redes sociais, trabalho em loja de centro comercial, só que aos trinta e seis anos de idade o cansaço de trabalhar aos fins-de-semana e fazer horários da noite, diga-se até às 22h00, começa a pesar por não existir planeamento para que consiga ter uma vida dentro dos horários e dias de pausa semanais fixos como a maioria das pessoas. Gosto do que faço sim, mas andar constantemente a mudar de horários, tanto entro às 09h00, como às 10h00, 11h30 ou 13h00 e faço sempre oito horas de trabalho como manda a lei, para perceberem a que horas saio da loja. Isto de Segunda-feira a Domingo com duas pausas rotativas que nãl calham assim tanto ao fim-de-semana como seria desejado. 

Gosto do que faço, gosto de trabalhar com o público e na área comercial, tendo também já passado pela parte administrativa de outra empresa, e neste momento necessito de algo que para além de me dar horários fixos, mesmo que me tenha de deslocar, coisa que não me importo por gostar de conduzir, me consiga dar alguma estabilidade na vida para ter rotinas fixas, conseguir planear a minha vida a médio prazo sem andar a olhar para o calendário e a pedir para ter folgas neste ou naquele Domingo, por exemplo, como se tivesse a mendigar o que devia ser meu. 

É normal o ser humano

É normal o ser humano sentir receios.

É normal o ser humano começar algo de novo com toda a força e depois começar a pensar se é mesmo esse o caminho a seguir.

É normal o ser humano colocar vários entraves na frente da corrida.

É normal o ser humano sentir que as coisas não vão funcionar.

É normal o ser humano hesitar e pensar em voltar atrás.

O Filho, no Teatro Aberto

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As fragilidades da saúde mental na adolescência são colocadas em debate através do novo espetáculo do Teatro Aberto, O Filho, de Florian Zeller.

Estreou no passado Sábado, 15 de Abril, na sala lisboeta, a peça O Filho que conta com Cleia Almeida, Paulo Oom, Paulo Pires, Pedro Rovisco, Sara Matos e Rui Pedro Silva num elenco encenado por João Lourenço e com coreografia do Cifrão.

A peça O Filho relata o confronto com que Nicolau, um adolescente de 17 anos, se debate quando os seus pais Ana e Pedro se separam e este segue para uma nova relação, com Sofia, de onde tem um outro filho. Pedro resolver recuperar o filho para a sua nova família a partir do momento em que percebe que Nicolau entra num estado depressivo, de profunda tristeza, faltando à escola e sem conseguir definir o seu caminho por não estar bem consigo próprio. Entre a dor de Nicolau e o desespero de Pedro por se sentir culpado pelas marcas físicas e psicológicas do filho existe Sofia que teme pelo bem estar do seu pequeno filho quando em convívio com o irmão, tal como de Ana que se sente impotente perante o estado de Nicolau. Este espetáculo convida assim ao debate dos problemas mentais tão presentes na nossa sociedade perante o sentido da vida de cada um de nós. 

Chega aquele momento...

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No percurso profissional existem momentos em que é necessário refletir e perceber que é necessário procurar novos pontos para seguir em frente.

Estou com trinta e seis anos de idade, com mais de dez anos numa empresa que encerrou por incêndio, um ano em outra que sai por vontade própria e agora quatro anos e meio no terceiro empregador, no entanto está a chegar o momento de dizer chega. É isso mesmo, muito ligado ao atendimento comercial com trabalho administrativo pelo meio, agora sinto que preciso de algo mais, entrar num projeto onde me sinta valorizado e que ao mesmo tempo onde consiga olhar para os meus horários e perceber que tenho uma vida normal. Tenho trabalhado aos fins-de-semana, deixando muito da minha vida pessoal de lado por isso e existem alturas em que é necessário perceber que para além de precisar de me sentir útil junto do empregador também tenho de perceber que sou valorizado e consigo ter uma vida dentro do normal, com horários definidos e onde possa ter planos a longo prazo sem ter de esperar para saber se estou de castigo a trabalhar quando a grande maioria da população está de pausa. Não me importo de trabalhar mais horas que o habitual, não me importo de fazer dias extra, não me importo de levar trabalho para casa, desde que tudo seja recompensado e me sinta ao mesmo tempo valorizado por isso. 

 

Ai Coração, Mimicat

Ao contrário de outros anos, desta vez não acompanhei a lista de canções e cantores candidatos a representarem Portugal no Festival Eurovisão da Canção, mas rapidamente e ainda antes da final, comecei a perceber que a Mimicat estava lançada com o seu Ai, Coração. Um tema bem interpretado que fala muito mais do que da paixão aparente quando se ouve pela primeira vez. Esta música leva-nos pelos caminhos da ansiedade e da depressão que a par de outros remédios, podem ser combatidos com a ajuda do canto e dança como um hino ao amor com alegria.

 

Tudo é Rio | Carla Madeira

Particular Editora

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Título: Tudo é Rio 

Título Original: Tudo é Rio

Autor: Carla Madeira

Editora: Infinito Particular

Edição: 1ª Edição

Lançamento: Março de 2023

Páginas: 194

ISBN: 978-989-8860-87-3

Classificação: 3 em 5

 

Sinopse: Lucy é a prostituta mais concorrida da cidade. Dalva, por contraste, é de origem familiar e muito tradicional, mulher de Venâncio, senhor de uns ciúmes doentios.

Lucy e o casal, Dalva e Venâncio, protagonizam um triângulo amoroso que se afasta dos lugares-comuns dos romances e nos faz questionar, sob formas surpreendentemente originais, quais os verdadeiros limites do perdão, até onde pode ir a intensidade de um amor, de que valores se reveste a importância da família e, acima de qualquer outra coisa nesta história, quão forte ou fraca pode ser a afeição entre mulheres.

Neste seu impressionante primeiro livro, a escritora brasileira Carla Madeira socorre-se de uma linguagem sem pudores ou complexos, com uma narrativa madura, mas ao mesmo tempo poética e imagética; e dessa forma incorpora todos os extremos, sem ideias básicas de certo e errado, apresentando-nos o extraordinário mundo de mulheres fortes, fracas, com problemas e soluções, com sentimentos e desejos reais.

 

Opinião: Lucy, a prostituta que desde cedo começou a aprender, por si, a arte da sedução, enfeitiçando os homens que se colocavam no seu caminho sem rodeios e dando uso à sua beleza pela vontade de brilhar. Ao mesmo tempo somos convidados a conhecer Dalva e Venâncio, um casal forçado onde a submissão dela perante a violência dele acabam por provocar danos irreparáveis. O que terão estas três pessoas em comum na história de Tudo é Rio? A julgar pela descrição acredito que seja fácil chegar aos dados certos para o arranque da narrativa que Carla Madeira criou com este seu romance de estreia.

Tudo é Rio é uma história em bruto, relatada de forma crua e sem qualquer controlo com a arte do disfarce das palavras sem filtros, uma vez que todas as descrições feitas levam o leitor ao desconforto mas ao mesmo tempo deixa a vontade por se conhecer até onde vai Lucy com os seus comportamentos doentios e de obsessão para com quem lhe faz frente e não segue as regras auto estabelecidas.