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O Informador

Água de Verão | Sarah Moss

Cultura Editora

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Título: Água de Verão

Título Original: Summerwater

Autor: Sarah Moss

Editora: Cultura Editora

Edição: 1ª Edição

Lançamento: Julho de 2023

Páginas: 188

ISBN: 978-989-9150-35-5

Classificação: 2 em 5

 

Sinopse: No dia mais longo do verão, a chuva cai fortemente sobre uma pequena aldeia rural nas Terras Altas da Escócia. Doze pessoas sentam-se com as suas famílias nas suas cabanas de madeira gasta, tendo pouco que fazer para ultrapassar o tédio da chuva — além de observar os restantes residentes, claro está.

Uma mulher corre como se estivesse a fugir de algo; um casal reformado recorda-se dos vizinhos que há muito se mudaram; um adolescente brava as águas escuras do lago no seu caiaque vermelho. Cada pessoa está envolvida nos seus próprios assuntos, mas cada vez mais alerta para a comunidade à sua volta. Uma família em particular — uma mãe e uma filha que não têm as roupas certas ou as maneiras adequadas — começa a chamar a atenção dos restantes. As tensões aumentam e todos ficam atentos, inconscientes da tragédia que se avizinha à medida que a noite finalmente cai.

Enquanto a chuva de verão e o dia progridem, as tensões aumentam e, com a escuridão, virá uma reviravolta irreversível do presente.

 

Opinião: Entrei numa pequena aldeia rural nas Terras Altas da Escócia e fui visitando a mente de doze habitantes de singelas cabanas de madeira num dia de temporal em que todos deviam ter o cuidado para que as suas famílias permanecessem em segurança dentro dos seus próprios espaços. O pior é que com tanta divagação alheia senti-me perdido e bem desamparado num romance que podia ter muito e que me contou tão pouco. 

De um momento para o outro, capítulo a capítulo, o leitor de Água de Verão é convidado a ouvir o que cada pessoa pensa sobre o estado do tempo e também sobre o que os outros estão a fazer nas cabanas ao lado, numa divagação sem grande nexo e onde não consegui perceber qualquer cruzamento de monólogo para monólogo. Confesso que me senti do início ao fim desta leitura sempre perdido e foi de arrasto e um pouco por obrigação para ir até à última página que segui em frente.

Percebi que a ideia da história seria criar um alerta perante os tempos de individualismo que o Mundo atravessa mas senti que a autora tentou criar demais e que acabou por me conduzir numa narrativa deprimente e sem nexo algum.

Morte Suspeita em Marlow | Robert Thorogood

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Título: Morte Suspeita em Marlow

Título Original: Death Comes to Marlow

Autor: Robert Thorogood

Editora: TopSeller

Edição: 1ª Edição

Lançamento: Junho de 2023

Páginas: 336

ISBN: 978-989-623-882-7

Classificação: 3 em 5

 

Sinopse: Judith Potts, 78 anos, viúva (não se sabe exatamente o que aconteceu ao marido), nadadora no Tamisa (sem roupa) e conhecedora de whisky, vive sozinha, mas não está propriamente só. Com as suas amigas Suzie (uma excêntrica passeadora de cães) e Becks (a antes cerimoniosa, mas agora afoita esposa do vigário), integra o Clube do Crime de Marlow, responsável pelo desvendar de um dos maiores mistérios ocorridos na pequena cidade.

Ao receber um telefonema de Sir Peter Bailey, um dos mais distintos habitantes de Marlow, a convidá-la para uma festa na sua mansão, na véspera do seu casamento com a sua enfermeira pessoal, Judith não hesita em aceitar. Afinal, fica perto de casa e é quase certo que haverá champanhe de graça.

Todavia, durante a festa, os convidados ouvem um barulho terrível vindo de dentro de casa, e quando as três detetives amadoras acorrem para saber o que se passou, dão de caras com o futuro noivo estendido no escritório, esmagado por um armário gigante.

Como a pisão estava trancada por dentro, a polícia põe de parte a hipótese de se tratar de um crime. Só que Judith tem outra opinião: Sir Peter foi, obviamente, assassinado!

 

Opinião: O alerta deve ser feito desde o início, não li o primeiro volume desta série, O Clube do Crime de Marlow, porém acredito que não seria por isso que a opinião sobre Morte Suspeita em Marlow estaria diferente. 

Numa primeira fase desta história o leitor é convidado a perceber que o prestigiado senhor Peter Bailey liga a Judith, uma sua conhecida mas não amiga, para que marque presença numa festa de pré-casamento na sua linda e luxuosa mansão, o que deixa desde logo a senhora de 78 anos com alguma curiosidade que a leva a aceitar o prestigiado convite. Peter mostra-se nervoso no telefonema do convite e aliando a lembrança desse momento ao facto deste homem surgir morto trancado no seu escritório no dia da festa, Judith tem assim o ponto de partida para uma nova investigação de um crime ao lado das suas queridas amigas, Suzie, a passeadora de cães e radialista, e Becks, a conhecida esposa do vigário. O trio da terceira idade inicia as suas investigações mal o crime acontece, estando a par da investigação formal das autoridades e enquanto fazem a sua própria procura conseguem também colocar muito boa gente de cabelos em pé. Como será que morreu Peter sozinho no escritório e quem poderá ter alguma culpa consigo neste acontecimento? A tripla inicia assim mais um processo que as deixa bem empolgadas, convidando o leitor a seguir pista a pista e deixo aqui a garantia que o grande mistério só é mesmo desvendado no final, sem margem para se levantar uma suspeita certa a determinado momento porque o que parece não é, como acontece neste género de narrativas. 

Twisted Lies | Ana Huang

Clube do Autor

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Título: Twisted Lies

Título Original: Twisted Lies

Autor: Ana Huang

Editora: Clube do Autor

Edição: 1ª Edição

Lançamento: Junho de 2023

Páginas: 528

ISBN: 978-989-724-679-1

Classificação: 3 em 5

 

Sinopse: Stella Alonso é uma romântica sem tempo para relacionamentos. Mas quando uma ameaça do seu passado a leva diretamente para os braços – e para a casa – de Christian, o homem mais perigoso que alguma vez conheceu, fica tentada a deixar-se sentir algo pela primeira vez em muito, muito tempo. O seu amor é distorcido por segredos e manchado pelas mentiras. Quando as verdades finalmente são reveladas, podem destruir tudo irremediavelmente…

 

Opinião: E chegou o quarto e último volume da saga Twisted e se em termos de escrita Ana Huang conseguiu fazer um trabalho em crescendo de livro para livro, em termos de história desta vez não me conseguiu cativar como no volume anterior e tenho a confessar que esta leitura foi feita um pouco de arrasto por existir uma fórmula repetida sem grandes novidades para ajudarem a agarrar este leitor perante o que já tinha sido lido anteriormente. 

Após a boa estreia com Twisted Love, logo saltei para o seu sucessor, o Twisted Games mas foi o Twisted Hate que mais me conquistou nesta série de quatro volumes que contaram as histórias de amor de quatro amigas, Ava, Bridget, Jules e Stella com os seus respetivos pares. Neste Twisted Lies a atenção recai no par que faltava, Stella e Christian, a influencer digital e o CEO de uma empresa de segurança e tal como os anteriores pares, o amor não lhes batia à porta e a convivência entre os dois nem augurava nada de promissor. Através de uma ideia sem nexo que a autora criou para juntar estas duas personagens, as coisas aconteceram, a meu ver de forma bem forçada e a partir daqui para quem gosta de romances com um q.b. de erótico pode ficar satisfeito mas enganem-se os mais ousados porque daqui não levam grandes cenas descritivas como em outras histórias do género.

Amor Estragado | Ana Bárbara Pedrosa

Bertrand Editora

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Título: Romance Estragado

Autor: Ana Bárbara Pedrosa

Editora: Bertrand Editora

Edição: 1ª Edição

Lançamento: Maio de 2023

Páginas: 208

ISBN: 978-972-25-4531-0

Classificação: 4 em 5

 

Sinopse: Dois irmãos contam a dissolução de uma família. Manel casou com Ema, e foi até que a morte os separasse como enfim os separou - pelas mãos dele. Habituado ao álcool e incapaz de lidar com as frustrações, não era a ele que mãe e irmãos deviam o amor sem reservas? Zé, casado, agora com três filhos, não vê no sangue uma desculpa para a vida do irmão. Pela mão da violência, que é pedra de toque, assistimos a uma família cujos laços se desfazem. E à vida transformada noutra coisa.

Com uma linguagem crua e destemida, que não raras vezes desarma o leitor, Amor Estragado é um romance sobre a família enquanto território a proteger, a traição da vida adulta face às certezas da infância, a inveja, o desgosto, a degradação que o vício impõe e o que custa perder um lugar de honra. E inevitavelmente sobre a culpa - do homem que mata e de quem não o impede.

 

Opinião: Amor Estragado retratada pelas vozes distintas de dois irmãos a quebra dos laços familiares que se colocam em causa através do vício do alcoolismo e violência doméstica.

Se por um lado o leitor percebe desde o primeiro instante que está perante um homem violento e sem escrúpulos, Manel , por outro tem em Zé a vergonha e a tentativa de remendar a situação que vê a sua família enfrentar e que não consegue ajudar. Manel é o revoltado, o culpado que se vitimiza e que acaba por dar uma visão da história de que a culpa é de quem está contra si e não do seu mau génio agressivo e do vício. Já Zé é a sensatez da vida normalizada e que acaba por sofrer com os desaires do destino quando tudo parecia correr no bom sentido dentro da família que criou. 

Quantos Manéis não existem por este Mundo fora a tratarem as suas companhias de vida como objetos e peões para cuidarem das suas casas e filhos à custa de maus tratos e pancada? Quantos homens, e cada vez mais mulheres, frustrados não se cruzam com o nosso dia a dia e são autênticas nódoas da sociedade que muitas vezes estão a poucos passos de matar? E quantas crianças não crescem com a frustração das agressões e se tornam adultos também eles transtornados? Os números da violência doméstica e dos homicídios estão à vista de todos e em Amor Estragado a realidade de uma família comum que pode viver mesmo ao nosso lado é retratada.

Persépolis | Marjane Satrapi

Contraponto

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Título: Persépolis

Título Original: Persepolis

Autor: Marjane Satrapi

Editora: Bertrand Editora

Edição: 2ª Edição

Lançamento: Abril de 2012

Páginas: 352

ISBN: 978-989-666-112-0

Classificação: 4 em 5

 

Sinopse: «Estamos em 1979 e, no Irão, sopram os ventos de mudança. O Xá foi deposto, mas a Revolução foi desviada do seu objetivo secular pelo Ayatollah e os seus mercenários fundamentalistas. Marjane Satrapi é uma criança de dez anos irreverente e rebelde, filha de um casal de classe alta e convicções marxistas. Vive em Teerão e, apesar de conhecer bem o materialismo dialético, ter um fetiche por Che Guevara e acreditar que consegue falar diretamente com Deus, é uma criança como qualquer outra, mergulhada em circunstâncias extraordinárias. Nesta autobiografia gráfica, narrada com ilustrações monocromáticas simples mas muito eloquentes, Satrapi conta a história de uma adolescência durante a qual familiares e amigos "desaparecem", mulheres e raparigas são obrigadas a usar véu, os bombardeamentos iraquianos fazem parte do quotidiano e a música rock é ilegal. Contudo, a sua família resiste, tentando viver uma vida com um sentido de normalidade. Um livro inteligente, muito relevante e profundamente humano.» BBC Com esta memória inteligente, divertida e comovente de uma rapariga que cresce no Irão durante a Revolução Islâmica, Marjane Satrapi consegue transmitir uma mensagem universal de liberdade e tolerância.

 

Opinião: A minha primeira experiência com novelas gráficas acontece com Persépolis e posso dizer que não podia ser de outra forma.

Num desfiar de recordações perante a sua infância e início da fase adulta, Marjane Satrapi mostra as suas memórias perante o caos que enfrentou no Teerão e que a levaram a ser encaminhada para a Europa onde também sobreviveu longe da sua família. Persépolis não é um livro simples, por ser algo complexo quando se percebe desde o primeiro instante que retrata uma história real, cheia de altos e baixos de uma miúda que teve de ser retirada dos seus para sobreviver sozinha em zonas desconhecidas e onde nem sempre foi bem tratada, o que também a levou a seguir caminhos menos convencionais e aceitáveis pelos seus. Com o tempo regressou a "casa" onde não se deixou ficar perante as ideias que lhe eram submetidas, enfrentando sem receios as leis impostas por um estado ditador e onde as mulheres sempre foram vistas como seres menores e de provocação ao longo dos séculos.