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O Informador

Avenidas secas de Lisboa

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Carlos Moedas assumiu a presidência do Município de Lisboa no final de 2021 e numa visita recente à capital tenho a destacar que parte da obra feita pelas avenidas da capital por parte de Fernando Medina parece estar deixada ao abandono. 

Os canteiros floridos que foram surgindo nos últimos anos como um dos adornos destinados a embelezar as principais vias da capital ao mesmo tempo que serviam de separadores entre as faixas de rodagem estão agora deixados ao desmazelo. O que parecia florido e cuidado no mandato de Medina está agora seco com quilómetros em várias vias de circulação a mostrarem árvores abandonadas, pequenos arbustos secos, ervas a crescerem e em alguns locais mesmo com plantas selváticas a começarem o seu caminho para invadirem as bermas da estrada. 

Já sabíamos que Carlos Moedas não queria investir muito na beleza de Lisboa, tendo aparentemente outras preocupações ainda omitidas, no entanto será necessário deixar ao abandono o bom trabalho feito pelo autarca do PS ao longo dos últimos anos para apresentar uma cidade em que dá vontade de sair à rua e visitar?

Os canteiros outrora floridos estão agora descuidados e a entrarem em modo mata seca, no que parece ser um real desaire da boa vontade por parte do senhor Moedas por não querer seguir a linha do seu colega do partido do lado em manter a nossa capital fresca e fofa para ser considerada das mais belas da Europa junto de quem vive e visita. 

Garantia Covid19 ultrapassada

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Estou em Março de 2022, precisamente dois anos após Portugal começar a perceber que os primeiros infetados no país com Covid19 começavam a surgir em quantidade suficiente para que fosse necessário fazer algo para não deixar alastrar o vírus que em três meses se espalhou pelo Mundo. Isto aconteceu em 2020, estou agora em 2022 e percebo que tudo tem um prazo e facilmente fica ultrapassado.

Com a Guerra na Ucrânia, eis que o Covid19 parece ter deixado de existir, sendo quase um assunto silencioso neste momento, dando prioridade aos temas da Guerra. O tempo foi passando, os altos e baixos das crises com altos valores de infeção aconteceram mas assim que a Rússia iniciou o seu ataque que o tema que nos foi atormentando ao longo dos dois últimos anos deixou de ser conversa central para passar a ser praticamente um marginalizado.

Entradas e saída no Big Brother

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A noite começou e Cristina Ferreira abriu a gala reforçando as partilhas emocionais que foram feitas pelos concorrentes ao longo da primeira semana do Big Brother, mostrando a diferença com os primeiros dias de outras edições. Logo de seguida juntou-se a Flávio Furtado como comentadora Marta Gil, a atriz finalista da última edição do formato, substituindo assim nas noites de Domingo Ana Garcia Martins, a Pipoca Mais Doce, que optou por ficar de fora desta temporada do formato. Se ao longo da noite gostei das intervenções da Marta? Para primeira vez até gostei, mostrando logo que não tem, tal como quando estava na casa, papas na língua no que toca a dar a sua opinião com o que está a achar no momento sobre as questões que lhe são colocadas. 

Os salvamentos começaram a acontecer e numa primeira ronda inicial na noite com 5% e 8% foram salvos, respetivamente, Miguel Azevedo e Bernardo Sousa, o que não me gerou qualquer surpresa, uma vez que o Miguel tem sido nestes primeiros dias um dos preferidos do público, não me conseguindo conquistar por o achar em tudo demasiado forçado para se fazer de engraçado e o Bernardo ser aquela planta que numa fase inicial passa despercebido por ter concorrentes mais controversos em jogo. O terceiro salvo da noite numa segunda ronda foi a Tanya com 15% da votação entre três, o que também não me surpreendeu pelo facto da própria concorrente me estar a surpreender pela positiva. Para o final a decisão do público foi manter Nuno Graciano com 49%, retirando assim Pedro Pico do jogo com 51% numa votação renhida e que foi definida ao longo da gala.

Num dos momentos que mais aprecio nas galas, a Curva da Vida, ficou entregue primeiramente a Marie e depois a Miguel Azevedo. Com a sua tendência de moda a concorrente mais nova do grupo continua a inspirar e a ser a minha preferida no jogo. Em conversa com Cristina a Marie mostrou a sua boa disposição e logo depois foi apresentada a sua história de vida. As boas memórias da infância e a paixão em pequena pela região, a ideia de rejeição por parte da mãe e o amor pelo pai, a depressão com anorexia em adolescente, nunca se apaixonou mas afirma amar o seu animal de estimação, uma ovelha. Aos 18 anos iniciou-se nas redes sociais, começou a ganhar visualizações, conquistou e viralizou com os seus vídeos no TikTok que a tornaram conhecida, sem perder a magia e os sonhos que nos tem mostrado também dentro da casa. Adoro a Marie, mesmo até antes de entrar no Big Brother, e nesta sua participação ainda a tenho percebido melhor pela sua simplicidade e humildade, por mostrar o que sente dentro da sua verdade, os sentimentos e as mágoas do passado, e a evolução que decerto como pessoa vai ter nesta sua estadia no reality show. A Marie é uma jovem que precisa de atenção, a Cristina quebrou a regra e conseguiu que a mãe da concorrente falasse com ela e mais uma vez aponto a forma como Cristina tem apresentado o Big Brother por seguir o caminho da emoção e dando destaque aos bons valores da vida. 

A segunda Curva da Vida da noite ficou a cargo do Miguel Azevedo. Alentejano de raiz, nascido em Évora, com uma irmã que sempre o protegeu por terem o pai a sofrer com esclerose múltipla, levando a família a transferir-se para junto da família em Mora, onde o pai acabou por falecer. Desde cedo percebeu que gostava de cantar e ainda em criança começou a dar nas vistas pelos palcos da vila, mas foi depois de começar a trabalhar no campo que comprou os seus primeiros instrumentos musicais e levou a música em diante. Casado com duas filhas, apaixonou-se por uma das bailarinas com quem fez o segundo casamento com outros dois filhos. Com o Covid19 a área musical parou e viu-se a cair, até que voltou a trabalhar pelos palcos e acabou logo de seguida por entrar no Big Brother. 

Somos Nós foi o primeira BBPlay da noite com o resumo das partilhas mais pesadas que os concorrentes foram fazendo ao longo da semana sobre as suas vidas. As perdas e derrotas, o que já passaram e fizeram os outros passarem e ao mesmo tempo a forma como foram ultrapassando os obstáculos. Assim mostra a produção que o formato dos vídeos que passam para os concorrentes verem não têm de seguir somente o lado polémico, sendo possível criar bom conteúdo pelas histórias de vida que mostram a emoção instalada em cada um. Gostei desta aposta foram do diz que diz para os colocar ao barulho, uma vez que quando corre bem em boa disposição de partilha há que incentivar para mostrar que estes formatos da vida real não têm de viver da discussão. Comparsa no Crime foi a segunda película da noite com Sara Aleixo e Pedro Pico como protagonistas por terem desrespeitados as regras de permanecerem durante quatro dias na roulote. Saíram, usaram a cozinha, foram ao wc da casa e saíram várias vezes do espaço onde deviam permanecer confinados, estando conscientes que não o poderiam ter feito. 

Autovoucher, de 5€ para 20€

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O AutoVoucher surgiu como medida de apoio ao aumento dos combustíveis onde todos os meses o consumidor que coloque o seu NIF nas faturas de combustível nos postos aderentes à campanha veria o valor de 5€ ser reposto na sua conta bancária associada aos dados que constam nas finanças. Agora, com o aumento histórico dos combustíveis por vários fatores e com a Guerra na Europa a dar uma grande ajuda, acaba de ser implementado um novo apoio que se inicia já neste mês de Março em que dos 5€ atribuídos passamos a receber 20€ de forma mensal. Tudo porque nos próximos dias estão previstos aumentos de 8 cêntimos por litro na gasolina e de 14 cêntimos no gasóleo, valores que tentarão ser colmatados por esta medida anunciada pelo Governo para ser colocada, pelo menos, até ao mês de Junho. 

Quem avançou com o anúncio desta medida foi o Ministro das Finanças, João Leão, que ditou também que esta decisão terá custos na ordem dos 140 milhões de euros: 40 milhões no AutoVoucher, 87 milhões na taxa de carbono e 15 milhões no ISP para as contas do país. 

Boa noite, Vitinho!

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Corria o ano de 1986 e o Vitinho surgiu nos ecrãs da RTP através de uma pequena película de animação com o nome Boa noite, Vitinho! para que após o anúncio de que estava na hora dos mais novos se irem deitar se iniciasse a programação noturna da estação pública de televisão. Nesse mesmo ano nasci e em pequeno sempre me lembro do Vitinho, tendo tido inclusive uma almofada com o famoso boneco estampado. Muito se criou em torno deste amigo animado, de livros a discos, peluches e cromos, sendo um autêntico sucesso de marketing entre miúdos e graúdos. O célebre Vitinho nasceu para desejar as boas noites a todas as crianças, anunciando a hora de seguir para o descanso, e o que é certo é que vingou e ficou na memória de todos.

Hoje, trinta e cinco anos depois, falei sobre esta memória com colegas de trabalho, percebendo que cada geração tem os seus heróis animados, e chegado a casa resolvi rever a memorável canção, a que chamo de original, da primeira temporada do Boa noite, Vitinho!, não me lembrando sequer que tinham existido outras três versões pelos anos seguintes, uma vez que a primeira me ficou para sempre marcada.

Resolvi, após ouvir várias vezes os quatro temas do Boa noite, Vitinho! deixar para quem quiser viajar pela sua memória, os temas, apresentando também a quem vem de gerações mais recentes o que para nós, acima da casa dos trinta, foi um amigo televisivo que todos os dias nos visitava e fazia por um breve minuto companhia. 

Almoço de Domingo | José Luís Peixoto

Quetzal Editores

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Título: Almoço de Domingo

Autor: José Luís Peixoto

Editora: Quetzal Editores

Edição: 2ª Edição

Lançamento: Abril de 2021

Páginas: 264

ISBN: 978-989-722-460-7

Classificação: 4 em 5

 

Sinopse: Um romance, uma biografia, uma leitura de Portugal e das várias gerações portuguesas entre 1931 e 2021. Tudo olhado a partir de uma geografia e de uma família.

Com este novo romance de José Luís Peixoto acompanhamos, entre 1931 e 2021, a biografia de um homem famoso que o leitor há de identificar — em paralelo com história do país durante esses anos. No Alentejo da raia, o contrabando é a resistência perante a pobreza, tal como é a metáfora das múltiplas e imprecisas fronteiras que rodeiam a existência e a literatura. Através dessa entrada, chega-se muito longe, sem nunca esquecer as origens. Num percurso de várias gerações, tocado pela Guerra Civil de Espanha, pelo 25 de abril, por figuras como Marcelo Caetano ou Mário Soares e Felipe González, este é também um romance sobre a idade, sobre a vida contra a morte, sobre o amor profundo e ancestral de uma família reunida, em torno do patriarca, no seu almoço de domingo.

 

Opinião: Uma verdadeira viagem no tempo e pela vida de um dos homens que mais tem marcado a história de Portugal pela forma que sempre mostrou pela luta pelos seus sonhos e objetivos, permanecendo sempre na sua vida o apoio aos outros e a vontade de fazer mais e melhor muito para também poder partilhar. Rui Nabeiro, o senhor Delta, é o grande protagonista de Almoço de Família, a biografia que José Luís Peixoto tornou real para dar a conhecer o homem que criou o império do café no nosso país, sem medos, enfrentando as oscilações económicas e as alterações políticas ao longo de quase um século de vida. Rui é o homem do café e através da leitura desta obra viajei, convivi e conheci o seu núcleo e as suas vivências, da família às viagens de negócios onde não faltaram os convívios com grandes nomes da nossa História, de Marcello Caetano a Mário Soares e Jorge Sampaio, de Portugal para o Mundo sem esquecer em algum momento as terras de Campo Maior que sempre foram suas e de que tem cuidado. Almoço de Domingo não é apenas uma biografia de Rui Nabeiro, é um retrato real de Portugal.

A ligação com os que o viram crescer, formar família e o grande grupo empresarial e os que nunca deixou para trás, fazendo o bem, criando postos laborais, acolhendo quem chegava, criando postos de trabalho, aumentado a vila de Campo Maior com infra estruturas essenciais para todos. O Sr. Delta é a grande figura da vila alentejana onde é o maior responsável pela criação de empregos que têm ajudado a fixar famílias. Nesta história real fui convidado a encontrar um empresário que nunca baixou os braços desde 1961, quando criou a marca Delta, tendo conquistado e unido esforços para seguir o seu caminho e estar sempre presente, sem muito delegar e sempre ao dar a cara nos bons e maus momentos financeiros que foi passando ao longo do percurso.

Convites duplos | O Sangue das Palavras

03, 04, 05 e 06 de Março | ArtFeist

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O Auditório do Casino Estoril recebe o novo espetáculo de Henrique Feist, O Sangue das Palavras e por aqui existem convites duplos para sortear. Imaginemos Ary dos Santos vivo nos tempos que correm com as redes sociais a fazerem parte do seu dia-a-dia, como praticamente acontece com todos nós. Ary nos tempos modernos é o ponto que dá o mote para o início do espetáculo O Sangue das Palavras que conta com Henrique Feist, Diogo Leite e Valter Mira no elenco, com Ricardo Castro encarregue da voz de Ary dos Santos e Nuno Feist encarregue pela direção musical. Esta produção está em cena de Quinta-feira a Sábado, pelas 21h00, e Domingos, pelas 17h00, e todos podem assistir com as devidas precauções de prevenção pelas próximas semanas a esta nova aposta da ArtFeist.

Vamos imaginar que o Ary dos Santos ainda hoje era vivo...com Facebook e Instagram. Com acesso às redes sociais. E basta só imaginarmos isto porque o resto, até podemos calcular o que seria. Uma festa. Com tudo à mistura.

É este Ary que nos interessa. A pessoa. O homem. Pois foi do homem que nasceu um dos melhores poetas contemporâneos de Portugal.

O Sangue das Palavras. As palavras de Ary. O dom da palavra do Ary. Palavras ensanguentadas porque põem o dedo na ferida. Porque são uma arma. Mas é nele que também encontramos a nossa alma. A nossa verdadeira alma. Enquanto o ser humano for contra qualquer injustiça, não importa qual ou de que género, haverá sempre um Ary. Somos todos Ary. E o conceito que temos sobre liberdade e justiça vai muito para além da nossa cor política, ou até mesmo de qualquer outra cor.

O Sangue das Palavras acompanha a vida deste poeta, passando por muitos dos seus mais belos poemas cantados.

É este Ary que nos interessa. O Ary das canções que ainda hoje são cantadas. Mas nem o talento nem o dom imensos conseguiram preencher a tristeza e profunda solidão que nele habitavam. E foi essa solidão que pôs fim a esta alma inquieta.

Sono na condução

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Acordei cedo, não dormi as horas recomendadas e de que necessito para começar o dia bem e aguentar até à noite sem quebrar energias. Como era dia de folga deixei-me ficar por casa de manhã aproveitando para ler um pouco, comer com maior calma e ter aqueles momentos parados que só em dias de pausa podem existir. De tarde acabei por seguir direito ao mar para um passeio, acabando por lanchar pelo caminho.

O pior disto tudo foi mesmo o regresso a casa, já quando começava a anoitecer e percebi que o sono começava a fazer-se sentir com os olhos a quererem fechar ao longo do percurso. Sei que é perigoso mas a meia hora de casa acabei por parar, esticar as pernas, bebi água e café, coloquei um Halls na boca, um podcast no rádio como companheiro de viagem e a janela aberta para apanhar ar e seguir viagem.

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