Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

O Informador

Atenção ao Goodreads

goodreads1.jpg

 

Aproveito este espaço de partilha para sugerir a todos os editores e autores para começarem a dar uma maior atenção ao Goodreads para que quando for lançada uma nova obra abram a sua ficha na rede social inserindo todos os dados sobre o novo lançamento de forma a facilitar a procura e não levarem a que sejam os leitores a inserir os dados de cada nova obra disponível no mercado literário. 

Já inseri os dados sobre várias das minhas leituras quando estas tinham acabado de ser lançadas para o mercado, achando que esse trabalho deveria estar do lado dos responsáveis pelo lançamento de forma a que não existam falhas nos dados publicados, sendo ao mesmo tempo facilitada a procura logo nos primeiros dias, já que muitos dos leitores com conta na rede social literária não se vão dar ao trabalho de criarem a ficha de um livro que por lá ainda não existe. Chegar, escrever a opinião e publicar é bem mais fácil do que ter de criar a ficha do livro de raiz, quando este trabalho deveria ser feito como um dever por parte das próprias editoras de forma a ajudar a concentrar as opiniões na rede social.

Pequenos-almoços

pequeno almoço

 

Será de mim ou todos tomamos mais que um pequeno-almoço por dia?

A verdade é esta... Não consigo simplesmente ficar toda a manhã somente com a primeira refeição do dia que tomo nos primeiros minutos após acordar. Na realidade e pouco mais de uma hora depois volto a comer alguma coisa, geralmente até mais que logo de manhã e se ainda faltar um bom espaço de tempos, uma hora ou mais para o almoço, existe por vezes ainda espaço para umas bolachas entre o segundo pequeno-almoço e o almoço daquele dia. Faço praticamente sempre duas refeições de manhã mas depois, quando existe a tal vontade, petisco aquelas bolachas que me piscam o olho antes mesmo de me sentar para a primeira grande refeição do dia!

Reiniciar | Katherine May

Clube do Autor

reiniciar.jpg

Título: Reiniciar

Título Original: Wintering

Autor: Katherine May

Editora: Clube do Autor

Edição: 1ª Edição

Lançamento: Março de 2021

Páginas: 260

ISBN: 978-989-724-565-7

Classificação: 3 em 5

 

Sinopse: Podemos andar à deriva, mas não será para sempre.

Reiniciar é hino ao mundo natural e à resiliência dos seres humanos.

Ao longo da vida, sofremos revezes inesperados, como uma doença grave, a morte de um ser amado, uma rutura sentimental ou a perda de emprego. Estes períodos podem ser solitários e dolorosos. No caso de Katherine May, o marido adoeceu, o filho deixou de ir à escola e os seus problemas de saúde forçaram-na a renunciar ao emprego. Este livro explora a maneira como ela suportou estes momentos difíceis, mas também como aproveitou as oportunidades únicas que eles lhe ofereciam.

Esta comovente narrativa, entrecortada com lições retiradas da literatura, da mitologia e da natureza, oferece uma perspetiva inspiradora sobre o poder regenerador do descanso e do isolamento. A luz provém de fontes surpreendentes, e a mudança, inevitavelmente, ocorrerá.

A autora convida-nos a mudar a maneira como nos relacionamos com os momentos de pausa. Tal como May, podemos encontrar alimento no isolamento, alegria na beleza silenciosa do inverno e encorajamento na aceitação da vida como sendo cíclica e não linear. No fundo, ajuda-nos a transformar as dificuldades em energia retemperadora.

 

Opinião: Esperei, esperei e continuei a esperar o que nunca chegou ao longo da leitura de Reiniciar. Prometendo dar o exemplo de que por vezes é necessário parar o presente para recomeçar a pensar no futuro, a obra de Katherine May chegou até mim e fiquei com uma ideia que não correspondeu de todo ao que acabei por constatar. Não sinto que tenha falhado a sua missão, no entanto consigo olhar para esta partilha pessoal como um recordar de bons pontos memoráveis da vida da autora e não como testemunhos de êxitos sobre alterações presentes para enfrentar o que está para acontecer perante os novos acontecimentos da sua vida.

Bancos desconfinados

EFB008D0-BA00-492C-ACAE-EC69E4B2DEAA.jpeg

Os bancos de jardim voltaram a ganhar liberdade após dois meses em que ficaram confinados, suspensos e com fitas e placas a ditarem as regras do "não sentar" para quem passava.

Portugal começou a desconfinar aos poucos e os bancos de jardim voltaram assim a ficarem disponíveis, de forma legal, uma vez que muitos, eu incluído, sempre se continuaram a sentar de forma clandestina durante este período de tempo. Se as pessoas iam ao seu passeio diário e faziam as suas paragens, qual a necessidade de nos fazerem sentar nos muros, na relva, nas escadas, quando existe um banco mesmo ao lado? Qual a diferença de sentar no chão ou num banco em tempos de pandemia?

Um ano passou...

d0d452d7-1eb3-4cf7-8bb9-96e7e2173480.jpeg.jpg

 

Já lá vai um ano desde que Portugal foi obrigado ao primeiro confinamento. Ora vamos para casa, ora voltamos a ter alguma liberdade, as semanas passaram, o número de casos oscilou bastante e um ano depois, após um segundo confinamento geral, eis que estamos a desconfiar de novo.

Cansado destas paragens forçadas, o dia em que tudo parou pela primeira vez está na memória, parecendo que foi ontem mas não o foi. Parece que tudo passou tão rápido, mas no final das contas um ano com um novo estilo de vida, sem grandes liberdades, frustradas ausências e grandes pesadelos perante a permanência de um vírus tão difícil de domesticar.

A vida mudou e neste momento, em que já tenho provisoriamente o regresso ao emprego marcado, tenho a ideia de que a minha relação com o atual trabalho foi alterada nos últimos meses, não existindo a mesma força que quando o desconfinamento aconteceu o ano passado. Sei que quando voltar estarei com a dedicação de sempre, no entanto existe um mas interior, daqueles que não consigo explicar para já. 

Era só o que faltava... Graciano no Chega

Nuno Graciano

 

Nuno Graciano passou, como apresentador, pela SIC, TVI e mais recentemente pela CMTV, onde parece ter suspendido a carreira televisiva. Agora, depois de se tornar num empresário na venda de queijos regionais e afastado dos holofotes, o antigo apresentador será, imagine-se, o cabeça de cartaz, perdão, de lista, do Chega em Lisboa. Nuno Graciano será assim o candidato do partido liderado por André Ventura à Câmara Municipal de Lisboa nas próximas eleições autárquicas que se realizarão em Setembro ou Outubro desde ano.

Segundo o comunicado do partido, Graciano, ao ser um rosto conhecido dos portugueses por ser "um lutador e um homem de convicções, sem qualquer vestígio de politicamente correto, representando, desta forma, aquele que é o espírito do partido", tem tudo para conquistar os leitores nesta batalha política pela capital. 

Defensor da prisão perpétua e da castração química, o antigo apresentador mostra assim a sua nova vertente profissional, enveredando pela política com um partido onde outros rostos conhecidos têm causado algum alarido ao lado de André Aventura, como é o caso de Maria Vieira. 

Barulhos vizinhos

vizinhos.jpg

 

No prédio de um lado tenho a vizinha dos saltos altos até altas horas da noite, do outro vive o vizinho que fala bem alto com a esposa, com direito a cantorias e anedotas em alto e bom som de janela aberta para fumarem dentro de casa. De manhã é o vizinho do lado de lá da rua com a música em alto e bom som para acordar o bairro. E nas últimas noites a rua tem recebido um pobre gato que se faz ouvir como se tivesse a pedir misericórdia e ainda uma coruja que vem cantarolar para os postes de eletricidade. 

A Desordem Natural das Coisas | Margarida Rebelo Pinto

Clube do Autor

a desordem natural das coisas.jpg

Título: A Desordem Natural das Coisas

Autor: Margarida Rebelo Pinto

Editora: Clube do Autor

Edição: 1ª Edição

Lançamento: Novembro de 2019

Páginas: 240

ISBN: 978-989-724-505-3

Classificação: 2 em 5

 

Sinopse: Esta é a história de uma mulher no seu caminho para a felicidade. Dividida entre a desilusão e a esperança, Mafalda reflete sobre o desencanto das relações atuais, fugazes e descomprometidas, enquanto sonha com um amor intenso.

Confiante mas sem se entregar por inteiro, Mafalda deixa-se enamorar por António, um homem divertido e inteligente, que lhe traz o vislumbre de um novo começo. É agora ou nunca, o amor não espera. Mas será que estão preparados?

Num registo confessional, os protagonistas vivem um enamoramento que, por enquanto, nenhum sabe como terminará. Aqui cabem todas as angústias e as alegrias de uma relação, à qual de juntam as traições e as dores do passado.

A Desordem Natural das Coisas segue os caminhos que todos nós, em algum momento, tivemos de percorrer para compreender que o amor, tal como a vida, tem um encanto especial na hora da despedida.

 

Opinião: Os romances de Margarida Rebelo Pinto seguem a mesma base desde sempre com relações amorosas, desgostos, traições, triângulos, perdas, bastante prazer no sexo e tudo isto sem esquecer as marcas caras que parecem fazer parte do universo restrito que a autora sempre pretende convocar para as suas obras. 

Numa história dividida em três partes, com três narradores diferentes, uma mulher e dois homens, estas vidas acabam por se cruzar num triângulo amoroso mas o que existe em comum é passado para o leitor de forma confusa, sem se entender ao certo quando Mafalda se refere a António e a Rodrigo.

Sem conversa

conversa.png.crdownload

 

As conversas fluentes do dia-a-dia de outros tempos desapareceram em tempos de confinamento, faltando tema e até alguma paciência para se criar aquela conversa que bem podia ser desenvolvida e que nos dias que correm parecem nem fazer sentido. 

Encontramos numa ida ao supermercado ou ao longo do passeio higiénico alguém conhecido e acabamos por não conseguir desenvolver assunto. Fazemos aquela conversa de circunstância quando se dá o encontro e depois, quase como instantaneamente o bloqueio surge, sendo provavelmente o tema sobre a pandemia a dar o mote para três dedos de conversa em vão por existir a necessidade de tentar criar ali um momento que não se fique somente pelo "olá, tudo bem?".

Sinto que com o tempo de pausa as relações humanas estão a perder muito mais do que se pensa, sendo cada vez mais difícil socializar e criar situações para desprender temas entre quem já não se vê, nem fala mesmo pelas redes sociais, há alguns meses pelas circunstâncias tristes do confinamento forçado. 

Vaticanum | José Rodrigues dos Santos

Gradiva

vaticanum.jpg

 

Título: Vaticanum

Autor: José Rodrigues dos Santos

Editora: Gradiva

Edição: 2ª Edição

Lançamento: Outubro de 2016

Páginas: 608

ISBN: 978-989-616-733-2

Classificação: 4 em 5

 

Sinopse: Um comando do estado islâmico entra clandestinamente no Vaticano e o Papa desaparece. Horas depois surge na internet um vídeo em que os terroristas mostram o Sumo Pontífice em cativeiro e fazem um anúncio chocante: O Papa será decapitado em directo à meia-noite. O relógio começa a contar. O rapto do Papa desencadeia o caos. Milhões de pessoas saem à ruas, os atentados sucedem-se, mutiplicam-se os confrontos entre cristãos e muçulmanos, vários países preparam-se para a guerra.

Apanhado no epicentro da crise quando trabalha nas catacumbas da Basílica de São Pedro, Tomás Noronha vê-se envolvido na investigação para descobrir o paradeiro do Papa e cruza-se com um nome enigmático: Omissis. A pista irá conduzi-lo ao segredo mais sombrio da Santa Fé.

Usando informação genuína para nos revelar o que se esconde nos bastidores do Vaticano, o escritor preferido dos portugueses está de regresso com o thriller do ano. Com Vaticanum José Rodrigues dos Santos mostra mais uma vez por que razão é considerado mestre do mistério real.

 

Opinião: Convidado a trabalhar nas catacumbas da Basílica de São Pedro, Tomás Noronha regressa ao Vaticano para um novo trabalho quando sem esperar se vê envolvido num novo episódio de investigação. O Papa é raptado e as ameaças de morte do mesmo fazem-se sentir através de anúncios tornados públicos pelo Estado Islâmico. A partir deste ponto o investigador e criptologista é chamado a entrar em ação, sendo envolvido na investigação onde segue todas as pistas que vão surgindo para que consigam chegar junto do Papa antes da hora prevista para a execução final.  

Num thriller com nomes reais em harmonia com os criados para a ficção, sem a omissão de nomes que se encontram na história da corrupção do Vaticano, José Rodrigues dos Santos desta vez não poupou esforços e relata tudo o que se encontra documentado, sem criar personagens para a substituição de rostos reais. Tudo aconteceu, as lavagens de dinheiro e a falsificação de documentos aconteceram, os interesses foram tornados públicos e os esquemas de corrupção são mais que muitos num Vaticano recheado de pecados ilegítimos e com muita documentação a demonstrar que os amigos dos amigos sempre chegavam aos melhores lugares possíveis e onde eram necessários para levarem em diante as suas funções de elevado empenho para com capitais que não lhes pertenciam num autêntico esquema em pirâmide que durante décadas foi sendo camuflado. 

Há muito que se sabe que nos meandros do Vaticano e do seu próprio banco a ilegalidade foi mais que muita, não existindo uma novidade que o autor esteja a relatar com o seu recurso a Tomás Noronha. No entanto em Vaticanum o que acontece é que tudo o que é sabido e documentado acaba por ser contado numa narrativa que une a realidade com a ficção numa história que entretem enquanto transmite conhecimento ao leitor com a sua base de verdade e procura, sendo assim uma forma de relato sem recorrer a teses que certamente não seriam lidas com tanta facilidade.