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O Informador

Rouxinol Faduncho

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Uns anos após a pausa nos espetáculos de Rouxinol Faduncho, eis que o grande ator, cantor e compositor está de volta aos palcos nacionais com um novo espetáculo, intitulado Mais do Mesmo. Será que alguém ainda acreditava que podia este regresso ser diferente do que havia sido feito no passado?

Marco Horácio fez assim voltar aos palcos a sua icónica personagem que já conquista o público há vários anos. Com a mesma irreverência, grandes dotes para o canto (só que não), energia, boa disposição, brilho e bastante glamour (?), eis o regresso aguardado de Rouxinol Faduncho, o artista que se encontra acima de qualquer outro, dentro ou fora do seu género, com ou sem talento, inato e exato com tudo o que diz. O Rouxinol e os seus cães de loiça são ícones nacionais que sempre que marcam presença num lugar deixam o público alegre e desta vez não foi exceção.

Em pleno Auditório do Casino Estoril assisti assim a uma das sessões de Rouxinol Faduncho - Mais do Mesmo e embora há uns tempos a comédia em formato stand up não fosse o meu forte, através de outras produções a que assisti do género, entrei na ideia e fui um dos palmistas deste espetáculo. Aprendi a aplaudir em modo «rock in rio» e «programa do Goucha», recebi algumas dicas sobre as dietas que andam na moda, ouvi muita música onde o fado, o jazz, o bossa nova e o rock não faltaram e assisti a tanta coisa que o melhor é verem, ouvirem e sentirem para acreditarem. Quem também não faltou ao evento foi a critica social, os gazes, os erros gramaticais e as falhas de memória. Mas tudo isto são caracteristicas do Rouxinol Faduncho ou não?

Tenho a confessar que ao vivo é que se conseguem perceber os talentos de cada artista e com este espetáculo percebi que Marco Horácio sabe bem marcar a sua presença em palco, criando empatia junto do público com esta personagem. Este é um «sow» descontraído, dinâmico, bem encadeado e sem qualquer momento de pausa. Existindo vontade geral de iniciar, ver e querer continuar a ver sempre mais um pouco, o que é agradável, e nesta aparição do verdadeiro Faduncho isso acontece, fazendo com que o tempo passe a correr, como uma «dieta dos três passos». 

A Comédia Fantástica

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Filipe La Féria estreou uma nova comédia no palco do Teatro Politeama, fugindo um pouco do que tem apresentado pelos últimos anos. Adaptado de Blithe Spirit, o sucesso de Noël Coward, galardoado com um Tony e com o título de melhor espetáculo do ano na Broadway e no West End de Londres, respetivamente, agora chegou a vez de ser apresentado ao público português este espetáculo. 

Com Manuela Maria, Cristina Oliveira, Helena Isabel, Rita Salema, Carlos Quintas, Maria Henrique, Nuno Guerreiro, Marina Albuquerque e Patrícia Resende em palco e encenação de Filipe La Féria, A Comédia Fantástica é apresentada como uma «hilariante comédia, com um texto absolutamente fantástico, sendo uma comédia radicalmente fora do comum, que leva o público de surpresa em surpresa». 

Tudo começa com um casal a preparar um encontro com uma médium com a finalidade de ajudar e servir de inspiração para se escrever uma peça de teatro, mas nem sempre as coisas correm como o esperado e eis que o poder da exuberante e eloquente Madame Arcati acaba por atrair uma figura do passado do proprietário da casa. A defunta Elvira aparece na figura de um espírito divertido, louco, sagaz e bem alegre, ao ponto de conseguir colocar o seu Pipi - não nos vou explicar nada acerca deste tema - em ponto de rebuçado por ter no mesmo espaço a antiga mulher em espírito e a atual bem presente e em fúria com toda a confusão gerada dentro da própria casa. 

Helena Isabel e Carlos Quintas dão vida ao casal que convida Madame Arcati, interpretada em regime de rotatividade por Manuela Maria e Cristina Oliveira, para visitar a sua casa e ser o centro das atenções numa noite onde as personagens de Maria Henrique e Nuno Guerreiro também se encontram presentes para um encontro com o além. Um divertido encontro com personagens bem construídas por cada ator onde também a empregada, interpretada por Marina Albuquerque tem o seu espaço cativante junto do público pelos pormenores gestuais que vai transmitindo ao longo de todo o espetáculo, conseguindo manter a graça não só através do texto mas também pela demonstração física com reações que se tornam permanentes numa empregada desastrada e tão normal dentro de um casa de loucos. 

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