Autor: Clare Mackintosh
Data: Julho de 2016
Editora: Marcador
Número de páginas: 360 páginas
Classificação: 5 em 5
Sinopse: Numa fração de segundos, um acidente trágico faz desabar o mundo de Jenna Gray, obrigando uma mãe a viver o seu pior pesadelo. Nada poderia ter feito para evitar esse acidente. Ou poderia? Essa é a pergunta que a inquieta quando tenta deixar para trás tudo o que conhece, procurando um novo recomeço refugiada num chalé isolado na costa de Gales. Mas cedo passa a ser assombrada pelos seus medos, pelo desgosto e pelas memórias daquela fatídica noite de novembro que lhe mudou a vida para sempre.
Também o detetive Ray Stevens, responsável pela investigação por este caso que procura a verdade, começa a ser consumido pela sua entrega ao mesmo, deixando a vida pessoal e profissional à beira do precipício.
À medida que o detetive e a sua equipa vão juntando as pontas do mistério, Jenny, lentamente, permite-se vislumbrar uma luz de esperança no futuro, o que lhe dá alguma segurança. Mas é o passado que está prestes a apanhá-la, e as consequências serão devastadoras.
Opinião: Deixei-te Ir é considerado um thriller, no entanto a essência desta obra de Clare Mackintosh foge do tradicionalismo literário que existe nesta faixa de escrita.
Com uma apresentação de personagens forte e bem cuidada, tal como com os locais que o leitor é convidado a conhecer, a autora cria ao longo de parte da sua obra um ambiente que conduz a história por uma verdadeira ilusão que sem nos darmos conta acaba por nos fazer chegar a um abismo onde tudo cai por terra e a alteração ocorre como uma autêntica viragem da narrativa. Somos convidados a conhecer personagens com o pensamento em outras quando afinal tudo gira, como uma autêntica transformação de personalidade num ser que esconde a verdade dos factos até conseguir, tudo para que se consiga proteger do medo de uma vida.
Neste livro o que acontece, e acredito que não tenha sido só a mim, é que em determinados momentos sentimos que é necessário voltar atrás na leitura para que se tente apanhar o que nos escapou e que faz com que a ação se mova ao contrário do que estávamos a prever. Afinal o que andamos a ler ao longo de várias páginas não pertence a uma personagem mas sim a outra? Em que ficamos então?