Um simples jantar entre amigos pode tornar-se numa guerra desenfreada de palavras? Pode. Nome Próprio é uma comédia sobre a amizade, mas também sobre a hipocrisia, a mesquinhez e os não-ditos. Estreada em Paris, Nome Próprio (com o título original Le Prenom) teve um enorme sucesso na Europa e na América Latina e chega agora pela primeira vez a Portugal. A qualidade do texto e das personagens é de tal ordem que rapidamente foi adaptada ao cinema, onde obteve excelentes críticas e enorme afluência de público. Nome Próprio é um belíssimo exercício sobre a complexidade das relações humanas. Pontuada por um elegante sentido de humor, a acção desenrola-se durante uma noite, em que um grupo de amigos se reúne para mais um momento de convívio. Mas o conflito começa quando uma das personagens revela o nome que quer dar ao filho. É este o pretexto para descobrimos que, afinal, todos têm muito que dizer sobre as suas vidas e as relações que mantêm uns com os outros. Pode o simples nome de um bébé por termo a décadas de amizades inabaláveis? Talvez não. Mas pode provocar muitas gargalhadas e fazer-nos refletir sobre os nossos próprios preconceitos.
Nome Próprio é a comédia que junta José Pedro Gomes, Aldo Lima, Ana Brito e Cunha, Joana Brandão e Francisco Menezes no mesmo palco. Embora os protagonistas do espetáculo tenham boa cotação artística com provas profissionais bem firmadas ao longo dos anos em que ser ator é das coisas que melhor sabem fazer, este espetáculo tem vários pormenores que me levaram a não conseguir aplaudir como a tantos outros. Poderia ser do dia em que o fui ver, o que não acredito, ou da disposição com que entrei no Auditório dos Oceanos do Casino Lisboa, não sei! O que sei é que Nome Próprio não me encheu o olho como esperava, saindo um pouco desiludido da sessão a que assisti!
Sendo esta produção uma comédia onde um jantar entre amigos dá o mote, rapidamente as conversas cruzadas começam a acontecer e as verdades e omissões de anos vão aparecendo para causar um grande desassossego entre várias das personagens. Gostei dessa parte e do encadeamento da história, no entanto e uma vez que tenho andado a ver vários trabalhos de Ana Brito e Cunha pelos últimos tempos, acho que a atriz consegue fazer muito mais e o texto não lhe permite tal acção. Tal como a Ana também outros dos atores em palco parecem não conseguir dar tudo o que conseguem ao longo das quase duas horas de espetáculo.