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O Informador

Confinado e sem vontade

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Neste período de confinamento a preguiça parece ter-se instalado em mim.

Ando semana após semana, cada vez que entro no carro, a pensar que tenho de limpar tapetes, portas, vidros interiores, bancos... E no dia seguinte, se voltar a entrar no carro, penso o mesmo. Os dias foram passando, semana após semana, e hoje, mais de dois meses após o primeiro pensamento de que era mesmo necessário, lá coloquei mãos à obra e atirei fora os talões, embalagens e tudo o que foi ficando acumulado nas prateleiras das portas da frente. Tapetes para fora, aspiração completa, bancos escovados, brilho na área do volante e está feito. Carro limpo por dentro, já por fora e com esta chuva a ir e vir dia sim, dia não, vou deixando ficar por não estar mal de todo.

Apático

Sinto-me estranho, sem conseguir explicar o que me vai na alma quando de manhã acordo sem entusiasmo e cansado e ao final do dia o ânimo continua frouxo, sem qualquer vontade de reação e só com a ideia de me deitar para dormir sem sequer ter entusiasmo para me manter acordado, como antes, durante mais tempo ao serão.

De há umas semanas para cá parece que alterei de forma inconsciente a minha forma de estar e de querer viver. Não consigo bem explicar o que se passa, mas não me sinto disposto a andar sorridente e a ter capacidade para alterar o modo como acordo cabisbaixo e assim contínuo ao longo do dia, seja de semana ou fim-de-semana. Nada neste momento me tem conseguido alegrar e dar a volta para me conseguir sentir vivo e com capacidades para me divertir e estar bem para que olhe o mundo com outros olhos. 

Não me sinto bem, é uma verdade, e embora tenha descansado mais porque tento dormir um maior número de horas para tentar melhorar, nada se tem alterado e dia após dia acordo do mesmo modo e sem aquela alegria que em tempos conseguia contagiar os outros. 

Não apetece fazer nada!

Na verdade não percebo o que se passa, mas o que é certo é que desde que a gripe me atacou (atenção que a tosse nocturna ainda não passou totalmente) que sinto o corpo mole, sem vontade de reacção. Ao sair do trabalho o dia parece estar terminado, só dando vontade de me estender pela cama após o banho e por aí ficar! 

Esta semana, na segunda-feira, os meus pais saíram depois do jantar, fiquei sozinho em casa e passado talvez uma meia hora já estava deitado, com a televisão como som de fundo mas sem lhe prestar qualquer atenção. Enrosquei-me no cobertor, óculos na mesa-de-cabeceira, aconcheguei-me à almofada e só me lembro de ouvir alguém a dizer que estava a dormir e que a televisão estava ligada. Apaguei por completo pouco passava das dez da noite e nem consegui desligar o televisor que afinal de contas não me incomodou para dormir durante as horas em que estive sozinho! Parece que aquela malvada e demorada gripe deixou rasto que tarda em desaparecer, deixando-me sem vontade alguma para me mexer, exercitar o corpo ou sequer falar.