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O Informador

Fumos vizinhos

Não é que os vizinhos, aqueles meio estranhos que não cumprimentam, não estendem roupa e não geram lixo, agora deram para grelhar carne numa varanda do quarto quando têm do lado da cozinha a rua mesmo ao lado?

Pois é, se nos descuidamos com janelas abertas e roupa estendida fica tudo a cheirar a fumo e como se isso não bastasse, o fogareiro e o carvão que utilizam devem ser tão reutilizados que larga pequenas fagulhas que ficam pelo parapeito das janelas e pelo chão da nossa varanda como se tivesse existido um incêndio. Não sei como é as pessoas conseguem não ter raciocínio para tentarem fazer as coisas corretamente e tentarem estar de acordo com o bem-estar social.

Montaram uma antena de televisão por cabo e deixaram o quintal da vizinhança cheio de pó, não limpam a entrada de casa há meses, não abrem janelas e quando saímos há rua ao mesmo tempo que abrem a porta para saírem o bafo do tabaco quase que nos adormece, a varanda estala quando andam do pó que acumulou e por isso é que está forrada com um pano escuro para não se ver a desgraça, as flores murchas plantadas em vasos partidos, um pássaro que passa os dias ao sol, o berbequim a furar paredes semanalmente pelas primeiras horas do dia ao fim-de-semana...

A vida num prédio!

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Os canos da casa do lado não andam em boas condições e deixam a água escorrer para o andar debaixo.

Uma mãe stressada quando nada advém aqui de casa, uns vizinhos de baixo em apuros porque o tecto está encharcado dia após dia, o esquentador tapado porque pinga-lhe em cima e o proprietário e rendeiros da casa que se encontra com problemas parecem não querer tomar decisões. O rendeiro sai durante horas e dias e deixa o contador aberto com a água a sair por algum lado que não pelas torneiras, o proprietário diz-se em espera que o canalizador lhe diga alguma coisa. Com tudo isto já passaram praticamente duas semanas e a tenda continua!

Aquele momento...

... Em que entramos em casa e parece que tudo à volta está a ser destruído! É assim a vida neste prédio onde tudo acontece de dia ou de noite e onde o respeito dentro de quatro paredes não existe, conseguindo até incomodar a vizinhança com tanto espalhafato!

Vigilante diurno

O que faz um segurança de manhã ao final da tarde junto a um prédio que não está acabado em vigília? Simples, guarda esse mesmo prédio!

A questão agora é... E de noite, em que ninguém está atento àquele prédio? Será que nas horas nocturnas não existirão riscos de roubo dos materiais que já estão colocados no local?

Suicídio no Carregado

Existem coisas que nos marcam e que ficam na memória, por mais que tentemos esquecer, por largos anos! Uma delas será o suicídio a que acabei de assistir no Carregado! Um homem caiu, acredito que por vontade própria porque os apelos de quem o rodeava assim o mostravam, de um prédio com talvez quinze andares! Vi os últimos minutos do indivíduo pendurado na janela, a ser puxado por quem estava no interior do apartamento e vi a queda, com um estrondo quando o impacto no chão aconteceu!

Primeiro comecei a ouvir as ambulâncias e carros policiais, depois gritos de desespero e quando decidi ir à rua olhei para o local exacto onde tudo estava a acontecer e fiquei sem reacção. Um homem estava pendurado num décimo terceiro ou quarto andar, seguro por um braço e só ouvia alguém dizer que não estava a aguentar mais o esforço. Fiquei pálido, aflito e sem saber o que fazer! Uma sensação estranha que é complicada de explicar por palavras e imagens que irão ficar na memória por muito tempo!

Nestes casos tenho que olhar e ver sempre tudo, não conseguindo seguir em frente sem perceber o que se passa e aqui vi os últimos minutos de vida daquele homem desesperado por algum motivo e que decidiu colocar assim termo à vida.

Neste momento em que estou a escrever o texto pouco mais de trinta minutos passaram sobre o sucedido e tenho o estômago às voltas, sentindo agonia pelas imagens e por relembrar o som do impacto que a queda teve. Um acidente que me pareceu voluntário e que me chocou! Não consigo explicar como fiquei, só me lembro de estar a olhar fixamente, sem querer tirar os olhos daquele ser e a acreditar que o iriam conseguir recuperar para o interior do apartamento quando vejo o corpo a descer e as pessoas a gritarem.

Uma sensação de pânico pessoal inexplicável!