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O Informador

Tempo

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Aprender a valorizar o tempo começou a ser um dos meus maiores motivos para olhar o futuro de outra forma. Sem conseguir desfrutar do tempo que existe ao nosso redor nas melhores condições o que levaremos da vida que está para acontecer?

Os momentos a solo e com os outros devem ser aproveitados da melhor maneira, sem preocupações do que fica por fazer e dizer, desde que se viva cada momento disponível nas melhores condições. O tempo é coisa rara e se não levarmos o melhor de cada situação o que iremos aproveitar e levar connosco para a vida?

Sinto-me cansado

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Cansado, é assim que me sinto! Acordo e adormeço dentro do mesmo ritmo, abro os olhos e percebo bem cedo que o dia está a nascer lá fora, tento ficar mais um pouco na cama mas rapidamente percebo que ficar na ronha não é para mim. Tenho mais um dia pela frente onde nada acontecerá e quando dou por mim já passaram horas, já vi o sol e a chuva e estou de novo pronto para me deitar sem conseguir aproveitar mais um dia, seja ele o início ou o fim-de-semana.

Sinto-me em baixo com toda esta não rotina, irritando-me facilmente, sem paciência para mim e mesmo para os poucos com quem passo estes dias nublados e sem emoção. Melancolia e inatividade, sentindo-me fraco, com algum cansaço sem nada fazer para tal e sem qualquer vontade de reação. 

Solitário

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O vazio que a vida por vezes me trás tem surgido pelos últimos tempos. Posso falar com meio mundo, mostrar estar feliz a quem se cruza pelo caminho, mas na realidade o sentimento que me acompanha interiormente não está de acordo com o que passa para fora. 

Neste momento todos andamos um pouco mais ausentes das vidas uns dos outros, distantes e encurralados, e neste estado de maior turbulência social sinto-me como que esquecido por mim próprio de que a vida tem de continuar e que tenho o dever de debater este negativismo que me tem vindo a atrapalhar nos últimos tempos, deixando-me como que num vazio constante perante a incapacidade de reação.

Regresso ao novo normal

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Está para breve o regresso ao trabalho! Praticamente quatro meses após a paragem do dia-a-dia normal, eis que o regresso está marcado para a próxima semana, voltando a encontrar a equipa habitual, os lugares de sempre e os cuidados mais rigorosos com higiene e contacto com os outros. 

Passei durante este período de quarentena por várias fases. O 《está tudo bem e fico mais uns dias de pausa》, depois passei pela fase do cansaço onde também me fui abaixo com idas ao Hospital por um problema ocular que felizmente passou após três semanas, causando algum desespero por achar que o problema poderia ter chegado para ficar. Após a recuperação voltei a passar pelos dias de descanso, vistos de forma positiva. Mas quando Maio chegou ao fim as semanas começaram a pesar, o cansaço surgiu e só pensava no regresso ao trabalho, o que parecia tardar porque a área comercial nos centros comerciais continuava fechada. Junho aproximou-se e percebemos que a equipa seria dividida porque não poderíamos voltar todos ao trabalho por reabrirmos com horário reduzido. Mais um mês em casa, mas com novo ânimo por olhar para estes novos dias como possibilidade de férias até final de Junho para aproveitar os tempos finais de lay-off. Malas feitas, carro cheio e lá parti para o Alentejo. Hoje, já de férias desde o início de Julho, e ainda por terras quentes alentejanas, escrevo este texto, a menos de uma semana para regressar ao trabalho, já com horário normal, com toda a equipa reunida e pronto para voltar ao novo dia-a-dia possível perante o novo estado mundial onde a pandemia continua a assombrar as nossas mentes e corpos. 

Não mexam nas minhas coisas

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Sou teimosamente desconfiado por natureza e tenho vindo a detetar pelos últimos tempos que existem pessoas que não se conseguem controlar e que mexem no que não é seu. Neste ponto falo de alimentação, e não só, que fica guardada no canto pessoal a que tenho direito mas que mesmo assim tende em desaparecer aos poucos, assim como quem não quer a coisa. Ao início pensei que seria ideia minha, mas matreiro que sou, optei por fotografar hoje para verificar amanhã ou uns dias depois e adivinhem... As coisas estavam mesmo mexidas e com menores quantidades! Como o ditado popular afirma... «Grão a grão enche a galinha o papo!»

Como pode isto acontecer, digam-me?! Uma coisa é colocar à disposição de todos o que quero partilhar, outra coisa é mexerem no que está no interior do meu espaço, que é meu, pago com o meu dinheiro e que não me importo de partilhar, desde que peçam e não tirem à socapa. Será que não existe noção entre o bom senso e a vontade de mexer no que não é nosso?

Odeio que mexam nas minhas coisas, principalmente no que toca à subtração de comida e privacidade. Se está num espaço que é meu só devem mexer após perguntarem se podem. Sem autorização não, para mais quando fazem as coisas às escondidas, como quem não quer a coisa. Como podemos assim confiar nos outros quando em menos de nada nos podem roubar, porque chamo a isto roubar com vontade, simples coisas, em momentos que estamos por perto e não custa nada pedir ou simplesmente dizer, «olha tirei isto». Agora tirar de forma intencional e para ninguém perceber? Não me façam isso porque só me conseguem deixar de pé atrás.

A despedida

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As despedidas nunca foram o meu forte e hoje serei eu a deixar o projeto onde permaneci por um ano, primeiramente com vontade de agarrar o lugar e para o fim com a ideia que o final tinha de acontecer o mais rapidamente possível a favor do meu próprio bem estar.

Hoje é o dia, exatamente um ano após o primeiro, quando tudo começou, sendo necessário aprender tudo sobre uma área que não conhecia. Com um primeiro mês de aprendizagem e onde o desenrascar era necessário, as coisas foram acontecendo e hoje saio com o sentimento de missão cumprida, dando o meu melhor, esteja num bom estado de espírito ou não, aqueles momentos são para dar o que melhor tenho em termos laborais e isso não me falha, ou raramente falha. A equipa sempre me deu incentivo e no momento em que aos poucos se ficou a saber que a minha saída estava prevista por vontade própria vários foram os que tentaram fazer-me voltar atrás numa decisão já tomada. Sou de ideias exatas e quem me conhece sabe que quando tomo uma decisão que a mesma é para levar em diante e assim foi. Quase dois meses passaram após a conversa sobre a saída e hoje entrarei, subirei as escadas para mais um dia normal de trabalho, onde nem o facto de mudar de funções me fez ficar porque a vontade já foi decidida e não há quase volta a dar.

Trabalharei até à última hora do horário destinado, ensinarei quem ficará no meu lugar e deixarei o lugar com a certeza que fiz um bom trabalho. Os meus pensamentos não estão sozinhos nesse campo e quando se tem uma equipa a mostrar agrado pelo que foste fazendo e da forma como evoluíste rapidamente numa área laboral que não era a tua, é bom. Sempre é bom receber elogios e quando se tem ideia de que se está bem e se consegue perceber pelos outros que tens razão no que pensas sobre ti, perfeito.

Hoje será o Adeus, sei que irei soltar uma lágrima e que estes doze meses ficarão para sempre na lembrança. Trabalhei, conversei, brinquei, sorri e até me deixei emocionar. Muito aconteceu ao longo desta passagem com dias menos bons por me sentir sem vontade para enfrentar as horas onde já não estava bem, mas sempre disfarçando e dando o melhor que consegui. Mas também onde os bons momentos acabam por abafar os menos bem passados. 

Histórias contadas

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Histórias existem, histórias ficam e são contadas! Adoro ler histórias, daquelas que preenchem pela empatia que rapidamente criam com o leitor, envolvendo e criando um ritmo onde o suspense e a curiosidade se aliam para que se pretenda saber mais sobre o que irá acontecer pelos momentos seguintes. No entanto se ler e ver histórias ficcionais é bom para que possamos viajar com personagens por vezes inspiradas em realidades, o que dizer sobre histórias reais contadas na primeira pessoa como uma reflexão partilhada? Simplesmente adorável!

Por muito que por vezes se pense que já ouvimos aquela ou a outra história sobre um certo momento da vida de alguém, sentar em torno de uma mesa a conviver e viajar pelas palavras que surjam através de memórias lúcidas transporta o ouvinte para outros tempos onde cada local serviu como recetor de vidas que se tornaram passado. Pensamentos recordados de pequenos e por vezes simples gestos onde o que pareceu na altura um ponto numa vida que acabou por se transformar numa viragem que terá marcado e ficado na memória de quem a viveu. Como é bom ouvir uma história real de quem já muito viveu, passar bons momentos a escutar, a questionar, puxando pela memória de quem viveu e viajando por outra época ao sabor de costumes diferentes dos que existem nos dias que correm.

Poder ouvir escutando o que existe para contar, partilhando espaços e unindo pedaços que foram criados em torno de uma história única, partilhada e singular, onde cada ser é um ser, e consoante os anos passam mais são as raízes que vão ficando para alimentar e deixar para que os ouvintes possam receber um pouco de cada memória. 

Sentir

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Autor: Cristina Ferreira

Lançamento: Novembro de 2016

Editora: Contraponto

Páginas: 200

Classificação: 4 em 5

 

Sinopse: Sentir, de Cristina Ferreira, é um inspirador livro de memórias a que ninguém fica indiferente.

Cheio de revelações, tocado pela surpreendente magia da sua escrita, mostra o percurso de trabalho e sacrifício de Cristina na busca determinada pela realização de um sonho. 

«O passado não guarda só as memórias. É nele que se inscrevem as histórias que nos moldam e nos transformam. A sorte de uma família perfeita faz o resto. Muitos me perguntam como consigo, qual o segredo do meu sucesso. Talvez aqui encontrem respostas. Este livro é uma partilha muito pessoal dos meus momentos, do que fez a diferença na minha vida. Não é um romance, mas está cheio de amor. E também de algum desamor. As imagens tornam-se aliadas de uma memória que me foi passada ou que vivi. Não sou mais do que gente normal à procura do sonho. Nunca tive a pretensão da escrita, mas encontro nas palavras uma forma de me revelar. Cabe a cada leitor encontrar os seus momentos-chave. E neles descobrirá a sua chave do sucesso.»

 

Opinião: Cristina Ferreira não é escritora, é uma profissional de televisão, que se formou em comunicação social e que após vários anos em destaque no pequeno ecrã foi-se lançado em várias frentes, até que chegou Sentir, o livro que não é uma biografia, mas sim um desfiar de memórias e histórias que marcaram a sua vida. 

Nesta obra encontra-se uma Cristina, tal e qual como aparece no ecrã, com os seus momentos de coragem e onde a fortaleza necessária perante casos pesados por vezes acaba por desabar porque o seu intimo não permite uma máscara de boa disposição contínua. Em Sentir a apresentadora homenageia essencialmente os seus pilares onde a família é um forte alicerce para as suas conquistas, sem esquecer amizades de infância, conhecimentos de faculdade e amores profissionais que encontrou para a vida. Os pais, o filho, tios, primos, vizinhos, o amor da sua vida, Goucha e Júlia Pinheiro, o seu primeiro Manuel, as estacas e os rostos da feira da Malveira. A partir do momento em que a menina, que trocou as voltas aos pais que desejavam um menino, nasceu que todas as pessoas que a têm ajudado a crescer marcam presença nesta obra bem pessoal onde encontrei verdade e sentimento. Seguindo a carreira de Cristina percebe-se que realmente o que foi passado para o papel são os pensamentos memoráveis de uma sonhadora que tem lutado pelas suas conquistas, onde pedras apanhou pelo caminho mas que nunca a fizeram desistir. 

Uma curiosidade pessoal... Rádio do carro

Sou complicado com tanta coisa e hoje, pela manhã, enquanto ia em direcção ao emprego reparei em como também gosto de acertar o volume do rádio do carro! Uma simples curiosidade pessoal que mostra mais um pormenor sobre as minhas taras e manias!

Confusão na explicação? Então vamos lá descomplicar este texto... O volume do som do meu carro tem de ir sempre em números múltiplos de cinco (5, 10, 15, 20, 25, 30), não existindo excepções. Já tinha reparado nesta minha teima até com os números que aparecem pelo ecrã do rádio mas agora é que percebi que é mesmo um hábito e se por algum motivo reparo que o volume está fora das coordenadas ideias, lá tenho que alterar para um dos números certos e que são assim os perfeitos para as viagens!

Nem mais nem menos

Não me sinto mais que ninguém nesta vida, no entanto percebo que existem momentos onde não encaixo socialmente, ora por sentir algum desconforto para com atitudes e conversas que os outros têm onde não me revejo, ora porque também não sou daqueles seres que dá hipótese a que qualquer um entre pela minha vida dentro e me conte tudo para que também possa saber pormenores que só a mim e a quem está comigo dizem respeito.

Quando existem aqueles encontros sociais em que logo pensamos que iremos encontrar aquele tipo de pessoas que não nos dizem absolutamente nada é daquelas coisas que nos fazem reflectir sobre ir ou nem sequer aparecer, fingindo esquecimento ou afirmando a verdade. Sabe-se à partida que num grupo nem todos se dão da mesma forma mas existem aqueles com quem não nos damos, os que com quem vamos lidando e os outros, os que não sonhamos sequer que algum dia farão parte de algum círculo social onde pertençamos.

As pessoas são diferentes entre si e nem sempre estamos de acordo com o que a sociedade acha de normal. Conversas e comportamentos tratados da mesma forma por uma quantidade relativa de pessoas leva-me a pensar que poderei ser eu a não estar bem, mas depois de uma reflexão até percebo que afinal ao não me rever em tais vidas leva-me a crer que poderei ser eu a estar correcto sem os grandes dramas e malabarismos sociais do faz de conta e do querer parecer bem junto daqueles que querem que se sigam linhas pré definidas por alguns, os que vão na frente e levam o bando todo de arrasto.