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O Informador

Planeta ou Plástico?

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A edição de Junho da revista National Geographic já está a gerar curiosidade pelo seu tema central, principalmente pela sua imagem de capa. Sendo vista como uma das melhores capas da história da publicação, a alusão à poluição dos mares por plástico já está a criar falatório pelas redes sociais pela perfeição e forma de apresentação. 

A capa da edição norte-americana da publicação é da autoria do mexicano Jorge Gamboa que retrata a campanha mundial «Planeta ou Plástico?», mostrando um saco submerso no oceano, representando ao mesmo tempo um iceberg. Esta imagem tem múltiplas interpretações, sendo essencialmente vista como uma das pontas do iceberg sobre a poluição dos oceanos por plásticos.

Intitulada por «Iceberg Plástico», esta imagem pretende alertar acima de tudo para as toneladas de lixo que anualmente invade os oceanos, existindo um alerta que tem vindo a ser fortemente discutido como forma de combater este flagelo causado pela sociedade dos tempos modernos e que pode vir a transformar-se num grande problema daqui a uns anos. 

É Isto Que Eu Faço [Lynsey Addario]

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Autor: Lynsey Addario

Editora: Marcador

Edição: 1ª Edição

Lançamento: Abril de 2017

Páginas: 384

ISBN: 978-989-754-300-5

Classificação: 5 em 5

 

Sinopse: Quando, após os ataques terroristas do 11 de Setembro, convidaram Lynsey Addario para fazer reportagens no Afeganistão, ela tomou uma decisão que se repetiria muitas vezes - não ficar em casa, não levar uma vida tranquila e previsível; pelo contrário: arriscar a vida, cobrir guerras e atravessar o mundo para se tornar uma das mais importantes foto jornalistas do nosso tempo.

É Isto que Eu Faço segue o seu percurso - da sua primeira câmara oferecida pelo pai aos anos de repórter local, das guerras no Médio Oriente aos campos de refugiados sírios, sempre com a fotografia como propósito, e uma ambição única que a define e a incentiva.

Enquanto mulher num ofício maioritariamente masculino, está determinada a ser levada a sério, a enfrentar a dureza da profissão e o convívio com a injustiça e a guerra.

 

Opinião: Um livro de guerra geralmente não me conquista, mas rapidamente percebi que algo me fazia querer ler É Isto Que Eu Faço - Uma Vida de Amor e Guerra, e não é que o instinto revelou uma boa surpresa?

Esta autobiografia que a foto jornalista americana revelou ao mundo sobre a sua vida ao longo de vários períodos de caos e destruição entre batalhas que devastaram milhares de cidadãos em territórios onde o poder interveio para atacar os grandes líderes do terrorismo transmite verdade sobre a realidade que todos imaginamos mas que só podemos ter noção da sua existência através de relatos tão comoventes como o de Lynsey Addario. 

Uma jovem fotografa parte em luta consigo para uma aventura sem bases mas com o objetivo de mostrar o que era essencial para que existisse uma verdade estampada sobre o que estava a acontecer do outro lado da fronteira. Sem rede e acordos partiu, deixando um passado numa família dividida para trás e procurando locais onde se poderia sentir útil à sociedade. Lynsey partiu e aos poucos os editores de grandes meios de comunicação social começaram a olhar para o seu trabalho. 

Líbia, Afeganistão, Paquistão, Iraque, Sudão e Congo são apenas alguns dos territórios percorridos mais do que uma vez por esta mulher que não deixou para trás os seus sonhos, criando objetivos, sobrevivendo a sacrifícios e acabando por lutar pela vida lado-a-lado com outros colegas de profissão e soldados. Os pensamentos, a adrenalina do instante e os sacrifícios para obter a imagem perfeita mesmo que arriscando demais para estar na linha da frente em zonas de conflito.

Ao longo das palavras relatadas por Lynsey encontrei a história mundial onde uma mulher que a pretende relatar não baixa os braços para mostrar a todos o sofrimento de um povo que com pouco tenta sobreviver e aguentar sempre mais, acreditando que perante cada situação conseguirá dar a volta. A dor, revolta, perda, morte, tudo pesa neste momento só ao resumir mentalmente o que fui percebendo nos relatos desta fotografa que mesmo tendo o medo consigo conseguiu manter os pés assentes em cada terra por onde passou sem perder a esperança por si e por todos com quem se cruzou. Uma coragem incrível onde a paixão, os afetos e o amor convivem com o sofrimento e a perda numa luta desigual que acabou por causar muitas vítimas entre crianças, idosos e mulheres sem direitos e vistas como objetos sem culpa das atitudes machistas e terroristas que provocaram uma grande calamidade onde a morte é a palavra forte de guerras que parecem não ter fim.