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O Informador

Novas regras da Carta de Condução

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Constam por ai notícias que dão como certa a alteração das leis da carta de condução que irá a partir de 1 de Junho deste mesmo ano passar a funcionar através de pontos, tal como em vários países europeus. 

Por cada penalização devido a contra-ordenações lá se vão uns pontos à vida com as novas regras. Doze pontos iniciais para começarem a ser retirados... Vamos ver o que vale o que! Uma contra-ordenação grave vale dois pontos. Uma contra-ordenação muito grave vale quatro pontos. Crime rodoviário seis pontos. Quem conseguir a proeza de ficar com quatro pontos é obrigado a frequentar aulas de formação rodoviária, mas se ficar somente com dois pontos terá mesmo de realizar novo exame de código para relembrar as regras possivelmente esquecidas com o tempo. Ao ficar sem qualquer ponto por cometer várias infracções então o condutor ficará sem carta de condução ao longo de dois anos e terminado o prazo poderá se quiser voltar a tirar o título.

Querem mais? Agora só coisas positivas! Se o condutor não cometer qualquer falha ao longo de três anos será distinguido com a atribuição de três pontos extra, como se tivesse direito a um aumento salarial. Para os condutores profissionais que passam mais horas na estrada, então o dito prémio é atribuído de dois em dois anos. 

Escravatura nos supermercados

Andava eu por aí a vaguear, quando encontrei o texto que passo a citar pelo blog L'Obéissance est morte. Aqui, a sua anónima autora, mostra o que muitos trabalhadores do nosso país passam pelas grandes empresas que mandam na economia e acabam por fazer o que querem. Não me consigo identificar com este caso por não ter passado por algo semelhante, no entanto já me foram relatadas situações do género que ocorreram dentro de outros grupos comerciais, o que mostra que todos são iguais, mas aqui existe um nome, Sonae/Continente!

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Os hipermercados são um lugar horrível: cínico, falso, cruel. À entrada, os consumidores limpam a sua má consciência reciclando rolhas e pilhas velhas, ou doando qualquer coisa ao sos hepatite, ao banco alimentar ou ao pirilampo mágico. Dentro da área de consumo, cai a máscara de humanidade do hipermercado: entra-se no coração do capitalismo selvagem. O consumidor, totalmente abandonado a si próprio (é mais fácil de encontrar uma agulha num palheiro do que um funcionário que lhe saiba dar 2 ou 3 informações sobre um mesmo produto), raramente tem à disposição mercadorias que, apesar do encanto do seu embrulho, não dependam da exploração laboral, da contaminação dos ecossistemas ou de paisagens inutilmente destruídas. Fora do hipermercado, os produtores são barbaramente abusados pelo Continente (basta que não pertençam a uma multinacional da agro-indústria), que os asfixia até à morte e, quando há um produtor que deixa de suportar as impossíveis exigências que lhe são impostas, aparece outro que definhará igualmente, até encontrar o mesmo fim. Finalmente, nas caixas do hipermercado, para servir o consumidor como escravos idênticos aos que fabricaram os artigos comprados, estamos nós.

O hipermercado está portanto no centro da miséria que se vive hoje no mundo. O consumidor, o produtor e nós temos uma missão comum: contribuir para que os homens mais ricos do planeta fiquem cada vez mais ricos – contribuir para que a riqueza se concentre como nunca antes na história. Se somos todos diariamente roubados e abusados, é por este mesmo e único motivo.

Vou-vos relatar apenas a minha banal experiência diária (sem pontos de exclamação já que o escândalo é comum a qualquer um dos tópicos que irei descrever). Espero que sirva de alguma coisa, apesar de saber que ninguém se incomodará muito com ela. Afinal, é a mesma selva que está já em todo o lado.

 

  • 1 – salário

Trabalho 20h semanais em troca de 260€ mensais, o que dá pouco mais de 3€ por hora. Que isto se possa pagar a alguém em 2015 devia ser motivo de vergonha para um país inteiro. Que seja um milionário a pagar-me esta esmola devia dar pena de prisão efectiva.