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O Informador

Greve dos motoristas vs. Ganhos extras

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A greve dos motoristas de matérias perigosas, e não só, começa hoje e é por isso que tenho somente um ponto a destacar contra os senhores que tanto protestam pelos seus direitos e por melhores ordenados. Vamos lá ser sinceros, uma coisa é o que se queixam de ganhar ao final do mês de forma leal, com direito a descontos e afins como todos os trabalhadores dos mais diversos setores. Outra diferente e que ninguém comenta vai de encontro aos rendimentos que são obtidos por fora, como um saco azul, amarelo ou da cor que lhe quiserem dar, por muitos destes mesmos motoristas. Isto existe e somente quem não quer ver acredita no mundo mágico de que tudo no setor dos transportes é feito de forma legal, seja nos pagamentos, horas de trabalho, contratos e afins. 

Será que nos querem mesmo fazer crer que os ordenados, subsídios e horas que são apontados na folha de ordenado a cada mês mostra os verdadeiros pagamentos recebidos? Claro que não e todos sabemos que os extras que vão em direção a cada carteira existem nas mais diversas empresas do sector, tal como em outros. Percebo esta greve com tanto desabafo e boas intenções no futuro, mas tudo não passa de uma preparação para as reformas da maioria das pessoas que andam dia após dia a conduzir transportes pesados de mercadorias. Sim é um esforço, sim é uma responsabilidade, mas também é sim o facto de ganharem bem só que nem tudo entrar nos descontos que são revelados aos serviços financeiros do país. Agora que os anos para a paragem aproximam-se, muitos começam a perceber que aqueles extras que lhes foram atribuídos durante anos não irão contar em nada no que irão receber enquanto reformados.

Corrida ao combustível

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Os transportes de combustível entraram em greve e mais de meio Portugal entrou em combustão com as corridas aos postos de abastecimento. Tive perceção do que poderia estar a ser preparado no próprio dia de manhã, ou seja, na Terça-feira, mas foi só à noite, já após as 22h00, que consegui entender a verdadeira dimensão do tema. 

Passei por dois postos de combustível com longas filas de espera, olhei para o regulador do depósito e pensei que devia dar a volta e deixar-me ficar em espera, mas segui na esperança que no dia seguinte, Quarta-feira, tudo ficasse resolvido, já que iria existir reunião entre o Governo, sindicato e ANTRAM. No entanto e como sei como as coisas funcionam entre nós, resolvi já bem perto de casa ficar em modo espera num posto de combustível. A fila nem demorou a andar, isto porque Gasóleo já não existia, sobrando só mesmo o que necessitava, a 95. Esperei, coloquei o carro no seu devido lugar, fui pagar para abastecer 40€ e quando regressei consegui entender a verdadeira noção das coisas. O depósito das bombas estava a dar realmente as últimas. Demorei mais de cinco minutos e arrisco a dizer bem perto dos dez, para colocar os litros pagos. Tudo estava bem lento, mostrando que o depósito estava a ficar vazio e já estava a dar as últimas naquele momento. 

Hoje escrevo este texto com a certeza que o pensamento de que afinal tinha de parar e perder tempo em espera valeu a pena. A reunião não deu em nada, servindo de pouco, e somente os serviços mínimos foram assegurados, ficando a maioria dos postos de abastecimento sem combustível por mais uns dias. 

«O que vou fazer com os miúdos?»

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Na semana passada a greve de determinados departamentos de funcionários públicos no seio escolar levou a que muitos estabelecimentos fossem encerrados durante um ou dois dias. Como é sabido quem faz greve não pode avisar que o irá fazer e consequentemente nas escolas os mais novos têm de ser levados como habitualmente até aos estabelecimentos e aguardar com a decisão da direção escolar. Perante isto e a meio da manhã e numa conversa paralela enquanto tomava o pequeno almoço percebi o que sempre penso, que para muitos pais terem os filhos por perto é um autêntico estorvo. 

Vamos então rever a cena. Na fila da cafetaria duas mães faziam-se acompanhar por três crianças. Comentavam que os tinham ido buscar à escola porque não existiam condições para os pequenos ficarem por falta de auxiliares. Numa mesa e em modo «escutadeira de serviço» estava outra mãe, desempregada de longo prazo, que se meteu na conversa e questionou se aquelas crianças andavam na mesma escola que os seus filhos. Sim, confirmava-se! Os seus dois filhos pertenciam ao mesmo núcleo escolar que os outros, que já estavam com as mães e que iriam ser deixados ao encargo dos avós porque a vida dos pais continua e há que trabalhar. A mãe que deixou o filho na escola completamente despreocupada logo ficou preocupada mas não com o facto de ter de ir até à escola. A preocupação daquela mãe é que iria ter de ficar com o miúdo em casa três dias seguidos sem saber o que lhe fazer. 

O que é isto minha gente? São pai e mãe para as ocasiões mais importantes e depois não querem tomar conta dos filhos mais do que é devido pela sua lógica de paternidade? No pensamento de muitos progenitores, de semana os mais novos têm de estar na escola o tempo máximo conseguido para não chatearem e darem trabalho em casa. Será que ter filhos é acordar de manhã, despachar de forma rápida para os fechar num espaço escolar e só os voltar a recuperar ao final do dia onde chegados a casa tomam banho, jantam e são enviados para a cama sem tempo para os momentos familiares tão importantes?

Greves e más condições prisionais

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O Estabelecimento Prisional de Lisboa continua envolto em polémica com as greves policiais e com as supostas más condições de funcionamento.

Os familiares dos detidos vão mais longe e revelam que o local está empestado de ratos e baratas, tanto nas celas como nas zonas comuns, incluindo as salas de visitas. Quem fala perante a imprensa revela também o desagrado sobre a comida fornecida e a forma de tratamento e tempos entre as refeições.

Más condições, mau ambiente, números de visitas semanais reduzido e com atrasos, dificuldades de controlo perante o número de detidos acima do possível no EPL e o descontentamento de quem controla o local a mostrarem que tudo está mal num sítio onde a calma sempre se torna difícil mas com o descontrolo total o risco acaba por se tornar maior ainda. 

Só uma questão... TAP

Mas agora todos os noticiários têm de abrir com a greve da TAP? Será que não existem outros temas para destacar como principal foco depois de três dias de greve? É que as notícias são praticamente sempre as mesmas sobre o assunto e aqueles diretos televisivos sem nexo não mostram nem mais nem menos do que tinha sido noticiado horas ou até minutos antes. 

Pela próxima semana continuaremos a ter a TAP como grande notícia dos informativos nacionais? Só espero que o Correio da Manhã invente uma bronca qualquer em volta deste tema para apimentar a história e causar um fururu dos grandes! Algo do estilo, «Direcção da TAP com saco azul» ou «Pilotos dormem em serviço» daria um novo motivo para poderem continuar a ter os pilotos e os aviões como grande centro da acção sem cansarem com aquelas conversas de passageiros que ficam sem voo e sem onde ficar durante horas e mesmo dias!