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O Informador

Aglomerados pelos horários reduzidos

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Estamos a desconfinar e os horários dos estabelecimentos ainda não estão totalmente dentro do que era o normal antes de tudo isto nos começar a afetar. No entanto o que deteto, como lojista de serviço, é que o encerramento do comércio ao fim-de-semana pelas 13h00 só ajuda a piorar a situação para com o distanciamento, cuidados e níveis de stress.

Existe neste momento um maior acumulado dentro dos centros comerciais e mesmo nas avenidas principais dos grandes centros urbanos nas manhãs de fim-de-semana fazendo com que existam maiores congestionamentos dentro e fora dos estabelecimentos, com filas de metros e metros a aguardarem a sua entrada. Em alguns locais existe espaço exterior para se aguardar, mas se for na rua e estiver um tempo menos bom, por exemplo, quem aguarda tem maior tendência a não respeitar o seu espaço. Existindo uma menor possibilidade de horário para se poder fazer as suas compras com tranquilidade e tempo a concentração tende a aumentar, o stress surge e a confusão aumenta. Compreendo que a ideia é tentar manter a população no recato do lar nas tardes em que mais pessoas estão livres, mas isso não resulta, levando a que os horários disponíveis sofram uma sobrecarga que seria facilmente evitável se os horários de abertura e encerramento voltassem ao normal de outros tempos. 

Desconfinamento a mais...

Imagem retirada do portal da Renascença

 

O dia 03 de Maio representou o início do desconfinamento em Portugal após o estado de emergência, passando o país a viver perante o estado de calamidade que pelo nome parece mais grave que o primeiro mas não é. As portas de lojas de rua de pequenas dimensões começaram a abrir, centros de saúde e hospitalares reiniciaram consultas adiadas, transportes públicos voltaram a ser pagos e «Portugal e o Mundo» parece ter ressuscitado de um estado inanimado e muitos dos peões resolveram sair à rua para recomeçarem a fazer as suas vidas sem qualquer noção que esta suposta liberdade tem muitos apontamentos pelo meio e os cuidados pedidos em situação de emergência têm de ser mantidos pela calamidade. O pior é que a maioria parece não ter percebido essa parte!

Vamos ao supermercado e as pessoas não respeitam o espaço físico por quem está em espera. Passamos perto de um café que estava fechado e somente servia os seus produtos através de um pequeno espaço na porta e os clientes já se encontram em grupo encostados ao balcão, hospitais com auxiliares em pânico a tentarem controlar utentes e as ruas começam a encher, com conversas entre vizinhos que já não se viam durante semanas e que agora afiam a língua bem de perto uns dos outros, como se não conseguissem falar das novidades com algum afastamento. 

Para muitos este desconfinamento tem sido levado como um touro a sair da jaula para o trágico e que muitos veneram espetáculo das arenas. Pessoas, tenham calma e mantenham o cuidado. Podemos voltar ao nosso novo normal mas com mil e uma restrições e sem a liberdade de outros tempos. Sair de casa após tantas semanas de quarentena não é sinónimo de andar a festejar aos abraços, procurando o colo dos desconhecidos nos supermercados e brindando com uma chávena de café nos estabelecimentos mais perto de casa. 

Primeiro dia de Calamidade

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Terminei as consultas hospitalares que surgiram após ter ido até às urgências e onde me detetaram uma bactéria ocular que me fez andar em tratamento por duas semanas onde no início o tratamento custou a fazer efeito por ter sido vagaroso mas eficaz. Felizmente que em duas semanas exatas tudo ficou resolvido, conseguimos que a situação fosse melhorando e ficasse finalizada. Apanhei ótimos profissionais no serviço de oftalmologia e com o tempo, que logo me indicaram que iria demorar, as coisas foram correndo, mostrando que nem tudo se consegue com pressa, sendo necessário o poder da paciência, da exatidão e da vontade para que tudo dê certo. 

Passada a situação, que me fez pensar o pior por ter pesquisado os sintomas e sinais antes de partir para o hospital, hoje quero falar da saída de emergência e entrada em estado de calamidade a partir do passado dia 03 de Maio do país. Isto porque curiosamente foi na Segunda-feira, dia 04, que fui para a consulta final e só posso dizer que ao entrar no Hospital só apeteceu subir as escadas para o piso onde iria ter a consulta, ficar bem quieto com as minhas coisas em espera para ser consultado e longe de todos. Claro que não foi isto que aconteceu!

Ao contrário dos dias anteriores em que tive de me deslocar ao serviço tudo parecia tranquilo, a ala central hospital praticamente vazia, entrar, subir, marcar a consulta e esperar numa sala de espera com espaço e com três ou quatro pacientes. No dia 04, em que muitos serviços médicos começaram a entrar na rotina habitual com as consultas a voltarem ao normal, tudo mudou. A partir do momento em que passei as portas do Hospital fui invadido por uma auxiliar que me indicou que não podia subir para o serviço destinado sem ir ao balcão central. Tirei a senha e esperei bem longe do ecrã de chamada, porque os lugares são escassos, até que fui chamado, fui ao balcão e indicaram-me o que já tinha dito à auxiliar que me abordou de início, «se é para marcar consulta tem de subir para o piso», e «sim, foi isso que informei a sua colega que não me deixou passar». Lá veio a colega que acabou por perceber que a sua pressa e estado de nervos sem me ter ouvido não valeram a pena. Cheguei ao balcão habitual e nova fila. Esperei uns minutos e lá passei para a sala de espera que já não contava com as poucas pessoas de outrora, tendo encontrado sim uma sala cheia, com lugar ocupado e o seguinte com aviso para não sentar para que não existam proximidades. Só pensava que ia demorar mais tempo em espera, mas curiosamente fui atendido rapidamente e na hora indicada, fiquei descansado e sem ter de voltar, se tudo correr como previsto, a nova consulta de revisão. Enquanto esperei as auxiliares falavam alto na sala de espera para que as pessoas não andassem em pé desnecessariamente, isto ao mesmo tempo que perguntavam quem estava para que serviço e doutor, tentando também ligar ecrãs de senhas que têm estado desligados nas últimas semanas, mas tudo num modo muito efusivo como se estivessem a tentar travar uma luta de almofadas entre pequenos seres humanos.