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O Informador

AJ and the Queen | T1

Netflix

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O conhecido drag queen RuPaul Charles idealizou, escreveu com Michael Patrick King e protagonizou a série AJ and the Queen que se encontra disponível na plataforma Netflix. Se a série parece leve, com algum sentido mas não muito elaborada e com diversas situações inusitadas, então deixa que te diga que será como parece que esta produção se apresenta. 

Enfrentando o público com uma personagem inspirada em si, RuPaul em AJ and the Queen encarna a personagem Ruby Red, que não passa de uma cópia de si próprio mas numa história ficcional onde a sua forma de estar na vida é colocada em demonstração através de um personagem que tem tanto de si que até acredito que siga pontos de sonhos e vontades ao mesmo tempo que debate diversos temas sobre o transformismo, a comunidade LGBT, prostituição, abandono de menores, amizade e amor. Com diversos momentos em que a exuberância e o parecer bem se sobrepõem a tentar criar uma produção de ficção sem pensar no que os outros vão pensar, nesta série uma criança deixada sozinha por parte da mãe entra na auto caravana de Ruby Red e juntos partem para uma viagem de reconquistas e procuras tão distantes que acabam por se cruzar e tocar. 

Se um pretende reconquistar o seu lugar nos palcos e esquecer a desilusão amorosa que enfrentou, outro mostra toda a vulnerabilidade de uma criança que se sente sozinha no mundo, não deixando espaço para aproximações e momentos de carinho por quem aos poucos se mostra interessado em lhe querer bem. Vivendo de histórias numa viagem até bem pensada e onde os diversos temas são demonstrados e comentados, existem pretextos e personagens nesta série que estão tão fora de contexto que seriam muito bem dispensadas sem se sentir a falta. Um namorado que rouba o que Ruby Red poupa ao longo dos anos e uma vilã com uma pala no olho que vive de colocar silicone de forma clandestina na cara de quem só pensa na beleza, ambos em busca de dinheiro que não lhes pertence numa perseguição que sempre lhes corre mal, numa tentativa vã de existirem os bons e os maus da fita nesta história que não precisava de criar tanto para ser apresentada de forma agradável.

A base de AJ and the Queen é boa, não consigo ver a prestação de RuPaul como sendo um mau ator, já que o vejo a fazer de si próprio por intenção de se representar em modo ficcional, mas depois tudo falha na elaboração dos contextos em que as diversas situações são criadas. Com a jovem atriz Izzy G. no papel de AJ a brilhar muito bem e com outros nomes com algum destaque a entregarem boas cenas, o problema desta série é mesmo a falta de conteúdos que prendam, por existirem pontos menos bons na continuação do enredo.