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O Informador

Cusco de conversa indesejada

Por vezes surgem momentos em que preferes não estar onde estás! É verdade, existem alturas em que era preferível não marcarmos presença em certos locais só para não ter de ouvir coisas que não te dizem respeito mas que são temas onde pessoas que bem conheces são o tema central.

Conversa de café, não sabendo ou não querendo saber que sou mais que um conhecido de alguém, e eis quando na mesa ao lado começas a perceber que comentam sobre a vida de uma pessoa em questão. Primeiramente ficas atento porque começas a conhecer em parte a história mas quando o nome surge tens a certeza que o teu radar está a funcionar corretamente. Ficas calado, ouves tudo, não te consegues concentrar na leitura que estás a fazer porque ficas curioso e a tua faceta de cusco logo aparece. 

Ouves tudo, começas a ficar com vontade de dizer alguma coisa, pensas em ir embora mas continuas até que a grupeta se levanta e segue a sua viagem, talvez continuando com o mesmo tema pelo caminho ou não. Só sei que preferia não ter ouvido falarem de pessoas que conheço nas suas costas, para mais quando de imediato consegui identificar o tema central e interpreto-o de outra forma. Mas cada qual tem sempre a sua visão independente e diferente da do vizinho do lado sobre um determinado tema, e na vida alheia isso não é exceção.

Ao chegar a casa...

... Pela hora de chegar a casa sempre estão dois ou três vizinhos sentados num banco como se não existisse nada mais para fazer. Se fosse gaja ainda pensava que os seniores estavam todos os dias religiosamente à espera de me ver a sair do carro. Mas como sou gajo isso não me parece acontecer... Perco assim uma oportunidade de não levantar o ego mas sou controlado na mesma na chegada a casa, minuto a minuto, hora a hora!

Concentração impossível

Quando se está por algum local público, com outros seres ao redor e as conversas, mesmo não sendo dentro do mesmo grupo se começam a cruzar e a subir de tom ao ponto de não existir concentração sobre o que estamos a tentar revelar ou fazer com quem estamos torna-se numa situação complicada!

Sentado numa mesa de chá, um livro para ser lido aberto, em boa companhia e pelas mesas do lado duas conversas fluem, com um volume acima do pedido, é sinónimo de que está tudo estragado! Eu, cusco de serviço sobre vidas e pormenores do dia-a-dia, quando começo a apanhar algum dos fios condutores do que está a ser contado já não largo mais o motivo, não conseguindo depois dedicar-me na totalidade ao que antes estava a fazer ou poderia ocupar-me pelos próximos minutos. 

As conversas do lado são sempre apetitosas para serem consumidas, dando depois até algumas ideias sobre algo a fazer ou conhecer futuramente. Será que alguém se consegue concentrar nos seus apetrechos quando é apanhado por uma cusquice alheia e que nem lhe diz respeito? Se estão a falar alto é porque nem se importam que todos fiquem a saber de que falam, não é verdade? O problema depois reside é sobre quem perde tempo a ouvir o que não lhe pertence, não se conseguindo concentrar nas suas coisas!