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O Informador

Detesto despedidas!

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Existem despedidas que nos tocam e mesmo quando as pessoas não nos são ou estão próximas acabamos por perceber que a vida sempre acontece e se transforma para novas fases, onde cada despedida de um local e grupo dá lugar a um novo alento de cada um para começar de novo e apostar no que acredita.

Há uns dias, e mais uma vez entre os vários Adeus! dentro do género, uma das pessoas que "conheço" e com quem falo há anos devido às parcerias do blog decidiu deixar o seu lugar numa empresa com quem costumo colaborar. Um email inesperado que ditava o fim de uma etapa que acaba por marcar um novo recomeço. Tudo começava com um «Boa tarde! Hoje é o meu último dia...» e somente estas palavras já começavam a causar algum desconforto deste lado, do recetor e leitor de cada frase. Custa, sempre se torna num momento pesado cada despedida, para mais de pessoas que sempre se lembram de nós, que de certa forma nos reservam um pequeno canto nas suas memórias e lembranças e que de um momento para o outro deixam de estar em determinado local para abraçar outros horizontes, que talvez poderão voltar a cruzar caminhos, como por vezes tem acontecido. 

Confesso que ao abrir o email e perceber do que se tratava fiquei simplesmente sensibilizado por esta partida de quem de longe sempre mostrou interesse em comunicar, falar, partilhar e acarinhar quem segue a sua linha de raciocínio e gosta essencialmente de estar numa sintonização de harmonia e comunhão. Nenhum destes «Adeus!» tem de ser definitivo e sei que mais cedo ou mais tarde existe um novo regresso, num outro local, como novos pontos de destaque e um «Voltei a uma nova casa!». Sim, quando se acredita em quem está do outro lado e se percebe que é com empenho e dedicação que os ciclos profissionais são feitos, tudo se torna possível, uma vez que abraçando uma vez uniões que dão resultado com as pessoas certas, para sempre esses momentos se tornam eternos, lembrados e memorizados para que assim que possível se descubram novos caminhos onde os que ficaram congelados no passado são convidados a entrar. 

Ciclos de estabilidade

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Ciclos, como se estivessem viciados, chegam e vão de forma rápida ou mais lenta em cada vida.

O desgaste de semanas pesadas onde os pensamentos tendem a criar situações negativas que nos acabam por transportar para quase um fosso psicológico e que muitas vezes pesam fisicamente causando cansaço que nem sempre é fácil de contornar.

Ciclos pesados que nos fazem refletir, estando connosco próprios para entendermos os pontos menos bons que nos vão afetando para que tudo mude e os dias positivos e estáveis regressem como pontos que procuram felicidade e estabilidade em vidas que se transformam numa crença que se junta a sonhos e idealizações pessoais.

Bobine Rebellis no Teatro Turim

Bobine RebellisO Ciclo de Cinema proporcionado pela Bobine Rebellis no Teatro Turim já começou e O Informador marcou presença no primeiro dia, a primeira de quatro quintas-feiras de Abril em que curtas-metragens que não chegam aos grandes circuitos comerciais ganham visibilidade junto do público. Homecoming, de Filipe Coutinho, Embargado, de Leandro Silva, Quando Aprendi a Não Ter Medo da Morte e A Menina com Medo do Escuro, ambas de Maria Reis Andrade e Sementes e Frutos, de Rafael Gonçalves, foram as cinco curtas a que pude assistir e às quais posso dar nota positiva no seu conjunto.

Em Homecoming é retratado um lema humano onde a morte espreita, existindo um amor entre progenitor e filha e uma traição por parte da sua companheira. Tendo uma morte final já esperada, retratando assim os últimos dias de vida de um homem a quem lhe foi diagnosticado um tumor e que deixou de lutar pela vida pela falta de paz interior, esta curta gravada em inglês tem tudo para conseguir conquistar um público mais vasto, sendo o tipo de produto que os amantes do romance e do drama gostam de ver passar numa grande tela de cinema. Inspirado em factos reais e familiares, Filipe Coutinho retratou assim um tema que lhe esteve próximo e fê-lo da melhor maneira.

Com Embargado o seu criador Leandro Silva conseguiu em jeito de making off unir a ficção com a realidade fugindo da tradicional gravação deste género de produtos, deixando os espetadores com o pensamento que tudo o que é visto é mesmo verdade, não existindo ponta de ficção. Uma excelente ideia, que consegue enganar facilmente o público através da sua história que levou seis meses a gravar e que já conseguiu infiltrar-se em dois ou três festivais de curtas desde que foi criada. Um produto que não consegue conquistar todos, mas que tem o seu alvo bem definido, conseguindo cativar.

Maria Reis Andrade criou em casa as suas duas curtas animadas, Quando Aprendi a Não Ter Medo da Morte e A Menina com Medo do Escuro, mostrando assim a sua preferência por uma arte do cinema que não é muito vista. Através de rabiscos onde são criadas personagens a preto e branco, ambas as rápidas histórias contam o medo e os receios que talvez a sua autora também foi sentido ao longo do tempo, com as inseguranças que a vida profissional e o futuro lhe podem dar. A luta para com a morte que pode aparecer a qualquer momento e o medo do escuro bem presente nas crianças foram os temas que inspiraram a Maria nestas suas produções animadas.

Sementes e Frutos, de Rafael Gonçalves, explora um lado mais sensitivo em detrimento do cerebral, mostrando as ideias e vontades do seu criador em determinada altura. Para o seu realizador, autor e produtor, esta curta é uma homenagem à família, mostrando a calma do campo, sem falas e onde a natureza reina, deixando o tempo passar à espera do amanhã. Uma produção simples e pessoal que não consegue lutar com as histórias comerciais.

Cinco curtas-metragens, quatro autores e quatro estilos bem diferentes... O drama, a comédia, a animação e o relaxamento são as formas com que consigo identificar estes cinco produtos de autores nacionais que não têm conseguido mostrar o seu trabalho pelos grandes festivais cinematográficos que têm tido destaque por todo o país.

Quanto ao Bobine Rebellis é uma excelente ideia, mostrando que em Portugal existe muito por onde explorar no que toca ao cinema não patrocinado e que são precisos apoios para tais produções poderem ter destaque nas grandes salas. Uma união que nasceu e que tem pernas para continuar a mostrar horas e horas de pequenos filmes que mostram a ambição dos seus criadores para conseguirem vingar no mercado com as suas ideias.

Todas as quintas-feiras de Abril, no Teatro Turim, pelas 21h30 e pelo preço de 3€. Vale a pena ver estas e outras curtas que recebem depois os comentários de Gonçalo M. Tavares, Nuno Galopim, Teresa Tavares e Fernando Alvim, um em cada sessão e pela ordem mencionada!