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O Informador

Calma alentejana

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Sempre que regresso ao Alentejo a sensação de descanso com tranquilidade acontece. Por vezes com pausas mais prolongadas e repousadas do que outras, no entanto o certo é que por terras alentejanas, seja mais para cima ou mais para baixo, para a esquerda ou direita, a calmaria existe, a tranquilidade surge e o descanso acontece de verdade.

Por aqui não existem horários, a confusão do trânsito ficou longe, os dias corridos não fazem parte da rotina e o tempo é coisa rara para se aproveitar em bom estado. No Alentejo tudo acontece mas de forma distante, de maneiras diferentes, sobrevivendo o silêncio que nos grandes centros urbanos se torna caótico. Em terras rurais e distantes a natureza tem o seu espaço na comunidade, os pássaros organizam as suas famílias pelas aldeias, os caminhos cheiram a natureza e todo o ar é respirável. 

Calma com o desconfinamento

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Refugiei-me no Alentejo por estes dias e quem sabe se até quase ao final do mês se não ficarei por aqui. Continuo em sistema de lay-off, previsto terminar no início de Julho, tendo fugido do centro atual da pandemia em Portugal. Vivo em Alenquer, bem próximo da nossa capital, e os números de novos infetados com Covid19 têm vindo de dia para dia a subir de há umas semanas para cá. Andávamos numa fase de decréscimo, entre os duzentos e trezentos novos casos, com dias até abaixo das duas centenas e com a abertura a uma nova fase de desconfinamento a situação na região de Lisboa tem vindo a mostrar números que colocam algum receio a toda a população envolvente.

O desconfinar é importante, todos necessitamos de retomar as nossas vidas e criar hábitos com um novo dia-a-dia mas o que se está a verificar na região da capital é que parte da população está a desconfinar demais. Criação de eventos secretos para festas, idas para a praia em grupos, aglomerados pelos jardins de jovens e vários comportamentos em grupo que colocam em risco a boa prestação de Portugal para com o Covid19. Tivemos um problema a Norte nos primeiros meses e que numa fase complicada conseguiu ser controlado para existirem poucos novos casos diariamente. Agora que tudo tendia a voltar aos poucos ao normal conseguimos fazer em comunidade com que a zona de Lisboa piorasse e tenha vindo a registar bastantes novos casos diariamente, fazendo com que o desconfinamento aceite e pretendido pelo governo e DGS não esteja a ser feito de forma igualitária por todo o país. 

Tenham atenção nos concelhos que circundam a capital, não se falando somente em Lisboa, Sintra, Amadora, Loures, Almada e Vila Franca de Xira, sendo este um problema geral que tem vindo a crescer também por outros concelhos. Vamos todos olhar para o resto do país para se perceber como conseguiram superar e acalmar este maldito vírus para fazermos igual. As coisas têm vindo a piorar e assim fica difícil voltarmos a ser livres qb de forma mais rápida de Norte a Sul. 

La Casa de Papel 3 | Calma, que existe vida!

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Boom! Boom! Boom! Já estreou a terceira parte da série maravilha da Netflix que o ano passado conseguiu conquistar e colocar meio mundo a falar do grande assalto à fábrica da moeda espanhola. Os novos episódios de La Casa de Papel estão lançados mas é bom relembrar que além de gostar de ver séries tenho uma vida que não me permite, a bem também do discernimento mental, ver todos os novos episódios de uma só vez. 

Primeiro trabalho, segundo tenho de me alimentar, gosto de sair, adoro ler, opto por me deixar estar e tenho mais que fazer do que passar um dia inteiro de olhos colocados no ecrã para assistir a mais de oito horas de uma série de que gosto, mas calma aí. Qual a razão de andarem a ver tudo a correr para dizerem que foram os primeiros a terminar de ver a nova temporada? Tenham vida, vejam com calma cada episódio, não andem para a frente aqueles minutos que vos parecem que não vão dar nada de novo e que pouco importam para a continuação da história. 

Estou a ver a terceira parte de A Casa de Papel, a gostar, mas com tempo e medida porque existe vida para além do mundo Netflix e existem outros conteúdos interessantes que contínuo a acompanhar para além do produto espanhol que ao contrário do que pensei, até me está a surpreender pela positiva. 

O Alentejo

Deitar cedo num serão pacato no seio alentejano é sinónimo também de acordar pelas primeiras horas da manhã, com o sol a espreitar e os animais, principalmente os galos e rolos, a lembrarem todos os humanos, que se encontram pelas suas proximidades, de que já é dia e horas de levantar.

Um acordar preguiçoso, com olhos meio abertos, esticar pernas e braços antes de dar o pulo para poder calçar chinelos e começar a fazer a primeira e rápida higiene diária. Tudo aqui tem o seu tempo, nada exige pressa, para mais quando a juntar ao espírito de paz e sossegado ainda existe o fator férias a completar o ramalhete. Pequeno-almoço é preparado enquanto as novidades pelas redes sociais e também pelas aplicações da imprensa vão sendo obtidas. Existe tempo para comer com calma, sentar e desfrutar de uma tigela de flocos de cereais e umas torradas, o que no dia-a-dia acaba por ser uma perda de tempo para quem abre os olhos e faz tudo a correr para ir trabalhar logo de seguida. No Alentejo isso não acontece! Tudo tem o seu tempo, não importa se o pequeno-almoço é mais demorado ou não, o que importa é ficar de estômago cheio e confortável para umas horas de descanso, com um passeio matinal pelas ruas pacatas da aldeia e onde o «bom dia» não é deixado de lado. Aqui, todos se cumprimentam, residentes ou visitantes, nacionais ou estrangeiros. Existem boas maneiras entre a população que gosta de receber quem por cá passa.

Um bom descanso é feito numa aldeia alentejana sem pressões, sem trânsito e com as correrias distantes. Mesmo de férias pelos centros urbanos todos andam a correr, não se conseguindo ter um verdadeiro momento de paz e reflexão para que se consiga desfrutar do momento. Aqui não, tudo é feito com tempo, com calma e existe verdade através de palavras que são proferidas porque estão na educação das pessoas, não por qualquer ato de obrigação para com o próximo.