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O Informador

Barbie aposta na inclusão

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Foram precisas décadas para que a Mattel percebesse que existe muito mais para além de uma rapariga alta, esguia, loura e teoricamente perfeita. Há uns anos algumas Barbies incluídas na série Fashionistas começaram a ganhar cor na luta contra o racismo, tal como diferentes cores e cortes de cabelo, profissões e tipos de corpo. Agora, no ano em que a Barbie completa o seu 60ª aniversário, eis que um novo passo é dado, desta vez na direção da inclusão social com novas bonecas a serem lançadas mais para o final do ano a refletirem alguns problemas físicos. Os novos modelos a serem lançados contarão com uma Barbie em cadeira de rodas e uma outra com uma perna de prótese removível. 

Segundo a Mattel nas suas páginas pelas várias redes sociais, este lançamento pretende demonstrar «um maior reflexo do mundo que as raparigas vêem à sua volta», mostrando assim um novo esforço para reconhecer que a diversidade perante o conceito de beleza é igualitário a todos. 

Lembro, e após pesquisa, que há duas décadas, a Mattel lançou para o mercado a Share a Smile Becky, uma amiga da Barbie com mobilidade reduzida, mas a mesma foi retirada do mercado em 2017 por não se conseguir incluir no fantástico mundo da Barbie por falta de acessibilidades na casa e nos mais diversos acessórios criados ao longo destes anos. Agora é a própria Barbie que terá as suas novas versões, acreditando-se que assim os novos modelos para além da boneca possam estar a ser desenhados a favor da inclusão, uma vez que estas novas Barbies serão articuladas, tal como tem acontecido ao longo dos últimos anos com as restantes. 

Não se respeitam os cidadãos com dificuldaldes

Cadeira de rodasNum espaço público deste nosso país encontrei este papel de aviso na porta. Até aí tudo bem, mas se lermos a frase e analisarmos o espaço envolvente, dá para perceber que as coisas não se conjugam bem como é pretendido na frase que se segue...

«Para acesso por cadeira de rodas por favor solicite na Secção Central do Tribunal a colocação da rampa ou toque à campainha.»

O que se passa é o seguinte, primeiro, a pessoa para chegar até esta porta tem que subir um passeio, se estiver em cadeira de rodas, já não é totalmente fácil. Depois de chegada à porta tem duas soluções, ou volta para trás e vai à secção central do tribunal que é do outro lado da rua e tem várias escadas para se chegar ao seu interior ou então tem que tocar à campainha deste local. Mas não é que a campainha está à altura de um adulto de uma altura normal? Se alguém em cadeira de rodas não se consegue movimentar com tanta desenvoltura como a maioria dos cidadãos, como faz para chegar à campainha?

Será que não era mais fácil ter sempre a rampa colocada no local que até tem uma porta dupla e dava perfeitamente para ter sempre esta ajuda para quem necessita dela? Os locais da nossa função pública ainda têm muito para ser alterado até se encontrarem em condições de receberem todos os cidadãos que lhes têm direito. É o nosso Portugal!