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O Informador

A Bela e o Monstro

a bela e o monstro

Um clássico Disney que agora ganhou um remake onde atores reais se encontram envolvidos com a criação perfeita de cenas e personagens computorizadas tão reais que levam esta nova película a quase atingir a magia do primeiro amor que o público tem para com A Bela e o Monstro. Costuma-se dizer que não há amor como o primeiro e neste caso e por muito bem feita que esta nova versão esteja, obedecendo bastante ao original, não consegue chegar aos encantos a que assisti em pequeno. 

Uma história intemporal e que ultrapassa gerações volta a espalhar magia convidando os espetadores a circularem pelas escadarias e salas do castelo para (re)viverem uma grande história de amor entre uma jovem inspiradora e apaixonada por literatura e um príncipe amaldiçoado. Este é daqueles contos que em livro, em filme animado, teatro ou agora em versão cinematográfica real consegue sempre emocionar, dado o envolvimento que A Bela e o Monstro vão criando ao longo de todos os desafios que lhes vão sendo colocados. A capacidade de transformação de um ser magoado para com os cuidados de outro para que se consigam criar elos de ligação, primeiro para se descobrir quem está do outro lado e depois porque o coração fala mais alto e percebe que a paixão não surge por um rosto bonito, mas sim pela demonstração do carácter que está tanta vezes por detrás de um corpo que nada nos diz e que com o tempo se mostra um ser encantador e perfeito. 

Emma Watson pelas primeiras cenas parece ausente da personagem mas assim que se vê confrontada com o Mostro protagonizado por Dan Stevens consegue mostrar que agarrou a sua Bela como era pedido, tendo uma presença ascendente ao longo de toda a história. Já no que toca a Stevens, acredito que teriam conseguido ter um outro rosto a dar vida a este príncipe que em formato Monstro convence bastante mas depois os poucos minutos em que fica de rosto limpo acaba por desiludir pela ingenuidade que acabou por dar à personagem. De resto, não existem oscilações de casting e nota-se que a intenção era mesmo surpreender com o trabalho de equipa onde os mágicos cenários e as personagens não humanas criam a verdadeira ilusão para a fantasia que depois acontece no final quando todo o elenco surge a celebrar o amor. 

Um filme com maior duração que o original para explicar o passado familiar de ambas as personagens e também pormenores que na versão animada e mais virada para o público infantil passam despercebidos mas que agora já deixariam dúvidas acerca de determinadas atitudes, dando também para perceber o cuidado com vários problemas sociais, como é o caso da homossexualidade e do racismo, com a presença de personagens que mostram que a realidade existe e não há que ser omitida no cinema. 

Um filme para ver ou na maioria dos casos rever mas que não consegue tirar a magia do verdadeiro, do original, aquele que nos ficará para sempre na memória e que os mais novos que só estão a ter o seu primeiro contacto com A Bela e o Monstro agora devem ver porque não se conseguirá fazer melhor, por muito que se tente, do encanto que foi criado com aquela película animada.