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O Informador

Chama-me Pelo Teu Nome | André Aciman

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Título: Chama-me Pelo Teu Nome

Título original: Call me by your name

Autor: André Aciman

Editora: Clube do Autor

Edição: 1ª Edição

Lançamento: Junho de 2018

Páginas: 288

ISBN: 978-989-724-436-0

Classificação: 5 em 5

 

Sinopse: Na idílica Riviera italiana nasce um romance intenso entre um rapaz de dezassete anos e o convidado dos pais, um estudante universitário que irá passar com eles umas semanas no verão.

A mansão sobre as falésias é povoada por um conjunto de personagens excêntricas, com um gosto especial pela boa vida. Mas nenhum dos jovens está preparado para as consequências da atração, que, durantes essas apaixonadas semanas de calor, mar e vinho, faz crescer entre eles o fascínio e o desejo, sentimentos que não conseguem suprimir, apesar de todas as proibições e dos perigos.

Divididos entre o receio das consequências e o fascínio que não conseguem esconder, avançam e recuam movidos pela curiosidade, o desejo, a obsessão e o medo, até se deixarem levar por uma paixão arrebatadora e descobrirem uma intimidade rara que temem nunca mais encontrar. 

Chama-me Pelo Teu Nome não é só uma história intemporal, é também uma análise franca, bela e dura sobre a paixão – como agimos, pensamos e sentimos. Uma elegia ao amor e um livro inesquecível.

 

Opinião: Contrariedades numa mente complexa recheada de pensamentos reais de um adolescentes de 17 anos que claramente apaixonado vive em negação perante o que para si está errado. Chama-me Pelo Teu Nome é relatado na primeira pessoa por Elio, o jovem que a partir do primeiro momento me conquistou graças à forma como se apresenta ao leitor com toda a verdade, sem restrições e com os pontos assentes sobre os seus estados de espírito perante a vida e cada situação que lhe vai sendo colocada num caminho onde uma paixão que para si é proibida dá uma grande história de amor. 

Mostrando todo o envolvimento de Elio e a forma como vai evoluindo com o tempo, André Aciman, o autor, fez com este romance um excelente trabalho criativo onde deixou que as palavras sondassem cada pormenor num espírito antigo em corpo jovem. Olhar para esta narrativa e ficar a ver tantos pontos de verdade só mostra a fidelidade com que o autor criou cada momento onde comportamentos e pensamentos são relatados de forma coerente. Não é necessário olhar para uma relação gay neste livro porque o que vive Elio é sentido em todo o tipo de relações. Os calafrios, os receios, o pisar o risco até ao último ponto no primeiro amor onde tudo parece estranho e complexo, olhando para o outro lado e não percebendo as razões ou não querendo perceber o que está mesmo a acontecer. A adolescência e o amor são pontos fortes que geralmente surgem emparelhados e recheados de contrastes que levam qualquer um a crescer enquanto pessoa e Elio mostra essencialmente isso. Pensar no que poderá acontecer e tarda em surgir e no que poderá suscitar caso o caminho não siga o que tanto é desejado e idealizado. 

Olho para este livro e vejo transparência nas relações humanas recheadas de surpresas e contratempos com as borboletas no estômago a darem sinais de nervosismo sobre o caminho a seguir, onde poder arriscar, analisando ao mesmo tempo os comportamentos de quem está do outro lado e de todos os que circulam em redor de uma balança que quer estabilizar mas que tarda em se encontrar no mesmo patamar.