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O Informador

Ser escuteiro... Não compreendo!

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A questão de ver miúdos escuteiros por ai ao frio e a percorrerem quilómetros de estrada ao escuro, com lanternas na cabeça e sem estarem acompanhados por adultos é daqueles temas que nunca vou compreender e com o qual me debato sobre quem me vier dizer que os seus filhos andam nos escuteiros e que os pais ficam descansados quando as suas crias ficam noites fora de casa ou dias onde não sabem o seu paradeiro e o que andam a fazer. Desculpem-me a sinceridade, mas estas provas de aptidão para mim não colam e não as consigo aceitar!

Há dias voltei a cruzar-me com quatro miúdos, com idades entre os dez e os treze, não mais que isso, quando já era noite cerrada. Os quatro de coletes florescentes colocados, três deles com lanterna na cabeça e cada qual com o seu «cajado» de guerra. Pelo menos quatro quilómetros aqueles pré adolescentes iam fazer para chegarem a nova pista junto de uma pessoa mais velha e que no lugar de estar sentada em espera que grupo a grupo fosse chegando deveria sim andar a acompanhar no sentido de ser responsável pelos elementos mais novos que colocam a andar por ai, vagueando com um sentido que só os mentores percebem e que nunca vou entender. Conheço jovens que se iniciaram nos escuteiros em criança e que hoje são lideres de grupo e adoram, defendendo estas atividades, as noites frias passadas fora de casa, em tendas partilhadas e onde por vezes cada qual tem de se desenrascar com a sua própria alimentação e comodidades ao longo de estadias de horas em que assentam arraiais após caminhadas de longa distância para voltarem a acordar e ter um novo caminho pela frente. Os miúdos gostam, ok, mas será que não deviam existir cuidados redobrados com estes jovens grupos que circulam em estradas sem iluminação e onde os acidentes acontecem, para mais quando a circulação não é feita em fila pela berma da estrada, mas sim ao lado uns dos outros. Sei que as regras ditam todas as leis de proteção na estrada, mas essas mesmas regras não são cumpridas quando se é mais novo e se pensa em brincar e aproveitar o momento de caminhada para colocar a conversa com os amigos em dia. 

Sinceramente, o tema escuteiros faz-me uma certa comichão por pensar nas liberdades que são dadas aos jovens que passam frio e correm riscos ao longo de noites para concluírem missões pensadas pelos mais velhos que ficam protegidos em espera que os outros, aqueles que estão agora a passar pelo que os líderes já passaram anteriormente, cheguem sãos e salvos a uma meta que pode ser inglória para alguns e deixar mazelas para a vida. 

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