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O Informador

O Meu Nome é Alice

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Talvez um dos melhores livros que li nos últimos anos! O Meu Nome é Alice relata a história de Alice, a professora universitária que se vê com Alzheimer numa fase bem precoce. A partir do momento em que os primeiros sintomas são detetados tudo se começa a complicar na vida desta Alice que pode estar no seio de qualquer família!

Alzheimer, aquela doença que tal como outras ainda não tem cura, existindo somente um possível retardar da situação dos seus doentes. Como encarar a doença? Como enfrentar os familiares e amigos? Como auxiliar o doente e os mais próximos? Como perceber que o mundo mudou e irá voltar a mudar a cada instante na vida de uma pessoa que era livre e que acaba por se ver confrontada com uma prisão cerebral?

As memórias de uma vida vão ficando para trás quando tudo começa a ser alterado pela doença que acaba por contaminar pensamentos, gestos e atitudes de um ser admirável como Alice. Sem estar mas podendo marcar presença no mundo das maravilhas, esta personagem é cativante antes e após o relatório clinico, não perdendo o brilho e simplicidade que antes a caracterizam logo com a sua apresentação ao leitor. 

As aulas que tem de deixar antes do previsto, as viagens e palestras abandonadas pela falta de raciocinio lógico e o orgulho têm de ser abandonados ao longo do tempo que vai passando e onde a demência não volta atrás. Recorrendo a mensagens escritas e a uma agenda eletrónica na fase inicial, tudo se vai transformado e o esquecimento sobre as suas próprias coisas começa a ser notório para todos e com a própria. 

Lisa Genova está de parabéns com este livro onde a doença é retratada tal como é, sem malabarismos e disfarces, relatando o dia a dia de quem sobre de Alzheimer, a doença que mata antes do último suspiro, anunciando que o final está para chegar lentamente e com tudo a descambar durante algum tempo sem nada que possa ser feito. 

Uma obra sustentável do início ao fim, com uma escrita bem acessível e prática, O Meu Nome é Alice é daqueles livros que encaixam na categoria de melhor relato de vida! A experiência que tive com estas personagens foi fascinante, tendo adoptado durante a leitura esta Alice com os seus filhos e marido porque todos, à sua maneira, acabam por sofrer quando a erupção de um vulcão deste tipo acontece no centro da felicidade. 

Alice mostra ao longo dos seus últimos anos de vida que existe sempre tempo para agarrar a vida um pouco mais, recorrendo a métodos criados pela própria para mais um pouco de sanidade mental e noção da realidade. Um livro emocionante e cativante, sem dúvida alguma!

O mundo de Alice é quase perfeito. É professora em Harvard, vive com o marido uma relação que resiste à passagem dos anos, às exigências da carreira, à partida dos filhos. E tem também uma mente brilhante, admirada por todos, uma mente que não falha… Um dia porém, a meio de uma conferência, há uma palavra que lhe escapa. É só uma palavra, um brevíssimo lapso. Mas é também um sinal, o primeiro, de que o mundo de Alice começa a ruir. Seguem-se as idas ao médico, as perguntas, os exames e, por fim, a certeza de um diagnóstico terrível. Aos poucos, quase sem dar por isso, Alice vê a vida a fugir-lhe das mãos. Ama o marido intensamente, ama os filhos, e todos eles estão ali, à sua volta. Ela é que já não está, é ela que se afasta, suavemente embalada pelo esquecimento, levada pela doença de Alzheimer. "O Meu Nome é Alice" é a narrativa trágica, dolorosa, de uma descida ao abismo. É o retrato de uma mulher indomável, em luta contra as traições da mente, tenazmente agarrada à ideia de si mesma, à memória da sua vida, à memória de um amor imenso.

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