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O Informador

As Desaparecidas

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Autor: Megan Miranda

Lançamento: Outubro de 2016

Editora: Topseller

Páginas: 352

Classificação: 3 em 5

 

Sinopse: Uma história tão original como perturbadora. Nicolette pensa que escapou...Já se passaram dez anos desde que Nicolette Farrell abandonou a sua cidade natal. Não resistiu ao misterioso desaparecimento da sua melhor amiga, Corinne, e abandonou tudo: pai, irmão, namorado, toda uma vida. O destino trouxe-a a de volta...Agora, obrigada a regressar ao seu passado para cuidar do pai doente, Nicolette vê-se afundada em segredos chocantes, mentiras e aquele caso que ficou por resolver, abrindo feridas antigas há muito dormentes. Mas as dívidas têm de ser pagas...Um novo desaparecimento, o da atual companheira do ex-namorado de Nicolette, irá adensar a teia de mistério e precipitar os acontecimentos. O que realmente aconteceu há dez anos?

 

Opinião: Inserido num ciclo tendêncial de grandes thrillers psicológicos que têm sido lançados pelos últimos tempos, As Desaparecidas centra-se num desaparecimento recontado no presente mas que já aconteceu há dez anos atrás. 

Nicolette volta à sua terra Natal para resolver uma situação familiar, só que ao mesmo tempo que trata das questões burocráticas do pai e da venda de uma casa, o passado em Cooley Ridge sobre o desaparecimento da sua melhor amiga volta a bater-lhe à porta. Esta é uma narrativa contada de trás para a frente, já que após o desvendar de um ponto final disfarçado somos convidados a conhecer a história a partir do dia 15 para o 1. Nesta obra o leitor sujeita-se facilmente a alterar a sua opinião acerca das personagens que vai conhececendo ao longo da narrativa, graças aos pormenores que a população vai ajudando a fornecer ao leitor. Megan Miranda é tão boa a omitir o mistério sobre o caso que marca presença ao longo da história que só mesmo no final é que conseguimos apurar realmente quem são os verdadeiros culpados e inocentes sobre o desaparecimento de uma jovem que colocou toda uma vila em busca de pequenos pormenores ao longo do tempo. Neste thriller todos são convidados a intervir, seja através de buscas pelo território, seja pelos inquéritos policiais ou somente através do diz que diz social que vai servindo como falatório sobre o caso que marcou uma determinada altura mas que ficou na mente de todos que voltam a relembrar este mítico desaparecimento por um outro acontecimento atual e que levanta o véu sobre as memórias do passado. 

Estará Nicolette consciente acerca do desaparecimento de Corinne e da situação presente e afinal de contas nutre um carinho real pela sua melhor amiga de quem não sabe há uma década, momento pelo qual também decidiu deixar a vila? Ou na verdade esta mulher, que tentou alterar a sua vida na altura, tem culpas no cartório e omite algo que não quer enfrentar? O que é certo, para não desvendar em concreto o desenrolar da situação, é que ao longo da leitura e através de várias ajudas fornecidas por pormenores e pequenos apontamentos nas conversas com os outros, o leitor vai percebendo que afinal Nic não é tão genuína como somos levados a pensar numa fase inicial de toda esta situação, mas será a culpada?

De leitura fácil, embora a narrativa seja contada de trás para a frente de forma complexa mas bem formulada e capaz de conquistar, As Desaparecidas primeiramente parece ter uma história enfadonha mas que consoante vai evoluindo consegue engrandecer todo o mistério criado em torno de um desaparecimento que nunca foi totalmente esquecido. Afastado do envolvimento de A Rapariga no Comboio e de Numa Floresta Muito Escura, As Desaparecidas consegue conquistar os leitores deste género de literatura, no entanto falta-lhe pontos, pequenos detalhes que fornecem neste caso aos mistérios uma maior dimensão.