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O Informador

À Conversa com... Vanessa Silva

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Vanessa Silva é uma das melhores vozes nacionais do nosso país mas nem sempre o seu talento tem sido reconhecido. Multifacetada em palco e exigente como um bom profissional tem de ser, Vanessa tem conquistado o público por onde tem passado ao longo de mais de duas décadas de carreira onde além de trabalhar com nomes de excelência como se tornou, ganhou amigos e encontrou o amor ao lado do bailarino Pedro Bandeira. Sem ter medo de arriscar e mudar, Vanessa tem seguido os seus sonhos e é por isso que de Portugal para o Mundo a artista é nossa mas tem conquistado os aplausos internacionais através do seu trabalho que vai já para além dos palcos nacionais, percorrendo mares em aventuras pessoais que mostram a verdadeira essência que um profissional de qualidade tem na sua arte. 

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Estreou-se nas lides artísticas bem cedo ao tentar a sorte em programas como Chuva de Estrelas e Cantigas da Rua da SIC mas foi através da entrada em Academia de Estrelas, na TVI, que deu os derradeiros passos junto do público. Que sonhos tinha a Vanessa antes de pisar os palcos televisivos e o que já havia sido feito antes destas experiências?

Bem, essa pergunta é mais ou menos verdade... É verdade que a Academia me expôs mais, dado ter sido um reality show, mas antes da Academia já tinha feito parte do elenco  do “Cantigas de Maldizer” na SIC , em 1998/99, e do “Sábado à Noite “ na RTP, em 1999|2000, ambos tiveram a duração aproximadamente de um ano, e foram antes da academia. Antes disso e como disseste e muito bem, concorri a uma série de programas, já tinha a minha banda de bares e tocávamos quase todos os dias , sendo que também ainda andava a estudar.

 

Se existisse agora nova oportunidade para entrar num reality que envolve-se aprendizagem como aconteceu na altura com Academia de Estrelas voltava a arriscar sabendo como o modelo de programa está alterado neste momento?

Não, de maneira nenhuma... Não que ache que não tenho nada a aprender, antes pelo contrário, mas dados os moldes dos programas, acho que ao fim de 23 anos de trabalho, se calhar já me podia sentar na cadeira dos júris/mentores...

 

Na Academia alcançou o terceiro lugar e foi a partir daí que começou a ser convidada para integrar vários projetos, tendo sido durante anos, um dos rostos residentes das manhãs da SIC onde fazia o que melhor sabe fazer, cantar. Quando saiu do formato matinal sentiu que tinha de o fazer porque existia outros projetos para abraçar ou foi um pouco empurrada para deixar o programa?

No fundo um pouco dos dois. As manhãs deixaram de ter cantores residentes, e eu nunca parei de fazer outras coisas ao mesmo tempo, fiz espetáculos musicais como “Esta Vida É Uma Cantiga”, “High School Musical”, “Fame”, etc, então foi só o fechar de um ciclo, no fundo.

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Posteriormente começou a pisar os palcos como cantora e atriz, tendo sido uma das figuras de destaque do Teatro Maria Vitória. Ter trabalhado e com sucesso junto da crítica com nomes como Henrique Feist, Wanda Stuart e Anita Guerreiro mostrou-lhe que era esse o caminho a trilhar?

Eu estudei teatro e dança, e não canto, então no fundo eu sempre soube muito bem o que queria... E como te disse, já tinha feito musicais, antes de ir para o Parque Mayer, portanto no fundo eu sempre tive as ideias bem assentes no que queria... Em relação aos grandes nomes, tive a sorte e o privilégio de desde bem cedo estar rodeada e poder trabalhar com eles.

 

O público começava a ficar com o nome da Vanessa no ouvido, mas foi com Filipe La Féria que talvez tenha ganho o verdadeiro balanço. Como surgiu a hipótese de integrar o elenco de O Melhor de La Féria?

Não sei se foi, mas a verdade é que já conhecia o Filipe desde pequena, já tínhamos feito algumas coisas juntos, nomeadamente o programa “Sábado à Noite” que tinha direção dele, e quando abriram as audições para o “Melhor de Lá Féria” achei que estava na altura de voltar e fazer coisas diferentes. Na altura tinha acabado a segunda revista no Parque Mayer e achei que queria mudar, e lá fui... Fiz uma audição como todos os outros presentes, e fiquei.

 

De um rosto no meio de um elenco, foi convidada por Filipe a interpretar o papel de Judy Garland - O Fim do Arco-Íris no Teatro Politeama e aqui não existiram dúvidas, os aplausos de pé e os prémios recebidos disseram tudo. Acredito que esta tenha sido das melhores experiências da sua vida em palco…

Sem dúvida.. e sei que nunca passarei por outra assim... Posso e hei-de, se Deus quiser, fazer ainda muita coisa na vida, mas interpretar a Judy foi uma bênção, não só enquanto fã, mas também pela confiança que o Filipe depositou em mim para um projeto tão difícil e arriscado. Em termos pessoais foi uma altura difícil também, então no fundo, tudo o que envolve essa peça foi especial. E trabalhar com o Carlos Quintas, o Hugo Rendas e aquela orquestra foi uma bênção!

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Seguiu-me Amália, em Uma Noite em Casa de Amália, onde mais uma vez deixou a plateia de pé sessão após sessão. Tornou-se um rosto dos espetáculos de Filipe La Féria. Como se preparou para homenagear Amália?

Foi complicado! Eu disse ao Filipe várias vezes que não aceitava, vinha muito cansada da Judy, foi muito intensivo e também tinha receio, não deixa de ser a maior referência nacional, principalmente para quem cresceu no fado, há um nível de respeito e as pessoas projetam-na de uma forma quase paranormal. Então tive medo, mas como em tudo na minha vida, lá arranjei coragem e fui! Estudei muito, trabalhei noites a fio... A maneira de falar, de cantar, aprendi muito sobre a sua vida... Tenho-lhe um respeito e admiração imensos, e no fundo o que fiz foi homenageá-la.

 

Dos musicais para o regresso à revista à portuguesa também no Politeama, tudo foi feito ao longo de anos seguidos por aquele palco até que saiu e partiu numa aventura única, trabalhar e conquistar o público em cruzeiros. Uma experiência que realizou ao longo de mais de um ano e que deixou marcas ao ponto de a querer voltar a repetir?

Já voltei duas vezes e se possível vou continuar por lá. Venho cá de férias, vejo os meus, se der tempo faço um espetáculo ou outro, mas não devo voltar para Portugal definitivamente, tão cedo.

 

Foi o sonho que a levou a partir e deixar os espetáculos de La Féria para trás ou algo aconteceu para que tivesse de colocar um ponto no que estava a ser feito ao longo dos últimos anos?

Nem uma coisa nem outra. Nunca me chateei com o Filipe, e tenho até uma relação bastante privilegiada , sei que somos amigos, além de que, nunca sairia por motivos pessoais fosse de que projeto fosse, trabalho é trabalho, e só saio de um projeto se eventualmente deixarem de haver condições decentes de trabalho. Também não tinha o sonho de ir,  gostava mas não era uma prioridade, mas eu sou só assim, gosto de arriscar, de ir, de fazer, de aprender, de conhecer pessoas novas, maneiras de trabalhar novas. Se calhar e como disseste, já estava há muitos anos no mesmo sitio e precisei de mudar, de expandir conhecimentos...

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Fez dueto com Anastacia em 2004, pisou o palco do Rock in Rio ao lado de Bryan Adams em 2012, compôs para o DJ Diego Miranda e também para a Globo. De Portugal para o Mundo, é assim que a Vanessa quer que o seu trabalho seja reconhecido?

Não sei, quero ser reconhecida pelo meu esforço e dedicação, por nunca ter baixado os braços, ainda que as oportunidades não tenham sido muitas, comparadas com outros colegas e amigos. Prefiro ser reconhecida por ser uma boa profissional e boa colega, do que por ter feito muita coisa.

 

Em televisão nos últimos anos entrou em várias edições do programa A Tua Cara Não Me É Estranha onde conquistou o pódio. A questão que lhe coloco é sobre a experiência com que se fica com a participação no programa e como o ambiente de bastidores é vivido?!

A experiência foi ótima, todos adorámos eu acho. O ambiente era ótimo, divertíamo-nos muito uns com os outros e principalmente no Kids. Essa edição foi muito especial para todos. Eu até ganhei um filho. No Duetos, estava com um dos meus melhores amigos, portanto nós sabíamos que independentemente do programa em si, nós íamo-nos divertir muito, somos muito palhacinhos juntos.

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Uma pergunta que se impõe após ter feito tanta coisa em teatro. Televisão, mais concretamente novela, será um objetivo a realizar caso exista convite?

Claro que sim! Quero fazer tudo o que ainda não fiz, faltam é os convites como disseste.

 

Ter trabalho no Trumps ao longo de anos com espetáculos semanais e distintos entre si deu-lhe experiência para arriscar e querer fazer tudo ao mesmo tempo sem hesitar em juntar vários projetos em momentos tão próximos, com tudo para ensaiar até à apresentação final?

Sem dúvida! Aquela além de ser o que chamo, a minha casa, é uma escola muito grande. Foi possivelmente o sitio onde fui mais feliz a trabalhar até hoje, muitas vezes trabalhar sem fundos, sem tempo, sem espaço, acaba por ser melhor, é um bocadinho o “depois disto desenrasco-me em qualquer lado”. Aprendi muito, profissionalmente e a nível pessoal também, e ganhei uma família linda, pois alguns dos meus melhores amigos foram feitos lá.

 

A Vanessa é um dos rostos associados ao mundo gay nacional onde tem convivido e circulado. Como tem assistido à transformação ao longo dos anos das pessoas, dos preconceitos e da atitude social?

Da minha parte, tenho feito o que posso. Mas ainda há tanto a fazer, tanto caminho para andar, infelizmente. É incompreensível que em pleno século XXI ainda seja assim. Existem coisas que eu nunca vou entender no ser humano, talvez por isso goste mais de animais! No fundo seria tão simples como, vivam a vossa vida e deixem-nos ser felizes. Acho que às vezes já nem é preconceito, mas pessoas amarguradas que não aceitam a felicidade dos outros.

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Na vida privada, casada com o bailarino Pedro Bandeira, com quem partilha várias vezes o palco. Este é um bom casamento na vida pessoal e profissional?

Este é O casamento! Se puder desejar algo a alguém, é que tenha a sorte que nós temos, de nos ter-mos um ao outro. Profissionalmente, o Pedro além de um excelente bailarino é também um colega incrível, a nível pessoal é a pessoa mais maravilhosa do mundo. Costumo dizer que me saiu o Euromilhões, e que se a vida já foi menos justa comigo, agora recebi o melhor presente de todos!

 

O que pode desvendar sobre os projetos a serem preparados para os próximos meses?

Por enquanto, continuo pelo Auditório do Casino Estoril, com o espetáculo “Let The Sunshine In”, Sextas e Sábados às 21.45. Para a frente, existem muitas coisas apalavradas mas ainda não sei bem por onde vou. Não gosto de planear muito, gosto de viver o hoje, portanto logo se vê. A dada altura voltarei para a Royal, isso é a única certeza.

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