Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

O Informador

Vazio

vazio.webp

Existem momentos em que a solidão surge e perante a qual é necessário tentar dar a volta para que não nos deixamos abater.

Ainda há dias, quando em dia de folga, que geralmente era um dos dias que conseguia fazer algo bem acompanhado, me apercebi que estava sozinho e sem saber como me ocupar, acabei por me deixar ir abaixo, caindo no vazio. Tentei enfrentar esse sentimento, seguir o meu caminho, mas não foi fácil. Chorei, recuei, voltei a tentar, não consegui, acabei por me deixar abater quando não queria.

Eu sei que ainda é cedo para me querer olhar ao espelho e ver uma pessoa forte em fase de mudança, eu sei isso tudo e agradeço a força que me vão dando, mas o sentimento de vazio é tão grande quando a ideia de seguir em frente existe sem saber ao certo o rumo a ser tomado porque o que parecia estabelecido terminou e é necessário agora conseguir com esforço dar a volta, procurar um novo rumo solitário e colocar em perspetiva novos horizontes para não deixar que a mágoa interior prevaleça e sobreviva num corpo e mente que pretendem reagir e que ainda não sabem como o podem fazer. 

 

Menino sem Mundo

ricardo trindade 2023.jpg

Um menino super educado mas no seu próprio mundo!

Sim, este sou eu, segundo as palavras de uma amiga com quem trabalhei e que se referiu em conversa comigo e ela tem razão. Sempre fui um menino, jovem e adulto bem educado mas muito dentro do meu próprio mundo, aquele que poucos deixei que entrassem e que sempre tentei resguardar, em demasiado, para mim, como se todos os que se pudessem aproximar tivessem consigo a chama do veneno para o estragar. Isolado de muitos, como se tivesse um muro ao meu redor, sempre vivi com que numa bolha muito própria que por vezes acabou por se transformar numa mágoa pessoal por não deixar que a vida e o tempo fizessem o seu trabalho de casa de forma correta. Sempre fui o menino super educado mas no seu próprio mundo que a poucos dei a conhecer e que muitos afastei, mesmo que mostrassem estar do meu lado, por ser talvez algo frio ou não tão disponível para o próximo como hoje percebo que deveria sempre ter sido. O menino que não é do mundo aqui está agora, a perceber as suas falhas e a tentar com algum custo dar a volta a mais de três décadas onde achou que vivia tão bem de forma paralela para com os outros que se auto colocava na margem. Ainda existe espaço para deixar entrar quem me quer bem no meu mundinho isolado? Quero acreditar que sim!

Adeus «para sempre»

coração partido.jpeg

13 anos depois o «para sempre» deixou de fazer sentido sem que me tivesse apercebido que estava tão concentrado em mim e em fazer as coisas de forma correta que desleixei o que acreditei ser seguro e para a vida.

Errei, hoje percebo que a segurança do que achava ser certo era pura imaginação fantasiosa da minha parte e que tudo o que pensei estar a fazer de forma correta afinal não estava a ser assim. Segui sim uma linha com um ponto final pela frente, tudo por deixar de estar e também por desleixar o que acreditei estar a ser o correto.

Fui demasiado egocêntrico nos últimos tempos, deixei de prestar atenção e agora estou como não desejei, sentindo-me o único culpado de uma situação para que fui alertado de outros pontos que podia acontecer mais cedo ou mais tarde pela minha incapacidade de reação. Por estes dias o «para sempre» deixou de me fazer sentido porque chegou o Adeus como que uma imposição que me está a ser complicada digerir por ser inesperada e me ter deixado vazio, sem fundamento e com a incapacidade de dar a volta por me sentir um fracasso.

 

Sem reação

vazio.jpg

Olho para uma página em branco quase todos os dias e por vezes nada tenho para te contar de novo. Outras vezes acabo por iniciar a escrita para logo ou mais tarde publicar um desabafo ou um pensamento nem sempre tão profundo como por vezes a alma me vai indicando.

Por estes dias tenho tanto para contar, mas sinto-me dorido, tanto física como psicologicamente, e estou assim sem grande capacidade para criar um fio condutor para te colocar no ponto da situação. O meu corpo não está a corresponder como pretendido a um certo mal estar que já vem com dias, a mente não tem ajudado a redefinir os objetivos futuros e assim estou, sem sentir e com pouca ou nenhuma vontade de reação perante um presente que machuca de diferentes formas e que se transformará de certo num futuro diferente. 

Aquela insónia

insónia.jpg

E do nada, sem que algo fizesse prever, acordei antes das 05h00 quando nem quatro horas e meia dormi e não mais consegui descansar nesta noite.

Acordei a meio do sono, tentei voltar a adormecer só que em vão, acabando por decidir ligar a televisão e fazer maratona de séries na Netflix e HBO. De manhã, o despertador tocou de forma normal, levantei-me como se tivesse descansado tranquilamente, segui com os meus afazeres matinais e sai para o trabalho para mais um dia super normal e sem grandes correrias.

Vida pausada

pausa.jpg.crdownload

Sabes aqueles dias em que sentes que não pertences a lado algum e só te apetece estar contigo, de forma solitária, em que respiras por ser necessário mas nem essa vontade tens? Foi assim que me senti este fim-de-semana, em que estive de folga e que a vontade de me sentir útil na vida e estar ficou bem guardada naquela gaveta profunda. 

Não estive para a vida durante dois dias, mantendo-me distante, vazio, como se não estivesse para ninguém, nem mesmo para mim. Fiquei em pausa por casa, com os livros e a televisão como companhia, e só sai porque foi mesmo necessário e o dever assim apelou, porque se não fosse o caso nem tinha colocado os pés fora das quatro paredes. 

Iniciar 2023 doente

doente.webp

Ainda na última noite de 2022 senti que me estava a preparar para ficar adoentado. As mudanças de temperatura, a saída de espaços quentes para locais frios e as constantes portas abertas na casa onde passei os dias da passagem de ano fizeram com que esteja a arrancar 2023 com fortes dores de garganta.

Pois é isso mesmo, nas primeiras horas do ano ainda senti um pingo ligeiro a escorrer do nariz mas foi passando, o que veio para ficar mais tempo foram mesmo as dores na garganta que me acompanham ao levantar e deitar. Já estou auto medicado, estando também a comer e beber coisas mais quentes e aconchegantes e a agasalhar-me melhor ao sair de casa, no entanto com este tempo que chegou bem frio nestes primeiros dias de Janeiro, já vamos no quarto dia e ainda por aqui ando com a inflamação.

 

Oh, que sesta boa!

sesta.jpg

No passado Domingo aproveitei o dia de folga para dormir uma bela sesta.

A noite anterior foi bem dormida mas ao longo da manhã senti que o corpo precisava de descansar, o que aliado ao mau tempo que se fazia sentir no exterior acabou por se transformar na desculpa perfeita para que depois do almoço colocasse a televisão do quarto a passar músicas de Natal e em menos de nada já estava a dormir. Sozinho em casa, com o silêncio a fazer-se sentir porque o som natalício era baixo e assim foram mais de cinco horas de sesta ao longo de toda a tarde, só acordando quando percebi que alguém estava a chegar e a algazarra familiar voltava a marcar presença.

Desânimo

sad-sasha-freemind-unsplash.jpg

Ando desanimado nesta vida de tropeções que mais parece uma autêntica montanha russa de emoções que se atropelam entre si pelo simples facto de não existir explicação plausível para este sentimento turbulento que me faz companhia sem que o tivesse convocado de livre vontade em algum momento. A vontade de reação, essa parece estar na casa do lado, já que por aqui a força para seguir em frente é muitas vezes deixada para trás na espera de que o amanhã será melhor, ou talvez, numa tentativa vã de acreditar que se está bem quando não é isso que acontece. 

Por estes dias a vontade para fazer simples coisas que me ajudam a ocupar o dia a dia de livre vontade parece andar desaparecida. Aquela vontade para ler, escrever por aqui ou pelas folhas que vão ficando guardadas entre páginas, de ver uma série, aproveitar o direto na televisão ou até simplesmente existir neste momento tem de ser forçada, não sentido aquela força para fazer o que quer que seja porque apetece, mas sim por ser uma necessidade para que esteja na minha, ocupado e dentro do que gosto de fazer.

Sinto-me cansado, sem me querer ocupar, no entanto sei perfeitamente que quanto mais desocupado fico pior para o meu próprio pensamento que acaba por seguir por caminhos que não se revelam positivos. O tempo livre que deixo que exista faz-me pensar, sem refletir, mas só pensar e isso de momento é um problema que não me está a ajudar a chegar a levar a lado algum.

Desabafo

medo.jpg

A minha forma de estar na vida nas últimas semanas tem estado alterada, sentindo todo um vazio em meu redor. Já procurei ajuda e iniciei um processo que espero me venha a ajudar a reorganizar a nível mental, no entanto as coisas não acontecem de forma rápida como por vezes desejamos e deixo aqui um acontecimento que me ocorreu e que tentei controlar por saber que a vida tem de seguir e que preciso combater esta minha fase.

Fui ao teatro e optei por ir sozinho, sem procurar companhia para não incomodar os outros que não me têm de acompanhar perante as minhas vontades de fazer o que gosto. Fui até Lisboa, como a sessão foi às 19h00 e estava de folga nesse dia, optei por ir mais cedo, lanchei pela capital e mais perto da hora desci a Avenida da Liberdade de carro para estacionar e ir para o Teatro Nacional Dona Maria II, que para quem não sabe fica no Rossio. 

Tudo parecia bem, com os meus pensamentos solitários como companhia, mas o pior foi quando estacionei e do nada senti aquela vontade de voltar de imediato para trás, para casa com o pensamento, «o que estou aqui a fazer sozinho». Respirei, sentei-me num banco de jardim da Avenida e pensei que tinha de seguir porque tinha um objetivo naquele momento, eu ia ao teatro, sozinho, é certo, mas se tinha marcado era para seguir com a ideia.