Constelações
Os universos paralelos podem ou não existir, dependendo também do ponto de vista de cada qual, mas para um homem e uma mulher que se cruzam na Sala Vermelha do Teatro Aberto existem várias variantes da história de amor que vivem.
Joana Brandão e Pedro Laginha dão a cara e o corpo ao manifesto em Constelações, da autoria de Nick Payne, numa produção onde, e tal como o Teatro Aberto já nos habituou, quando o público entra na sala logo fica surpreendido com o esquema do cenário que encontra à sua frente.
Ao longo de hora e meia de espetáculo um homem e uma mulher cruzam-se e voltam a cruzar-se de diferentes formas. Amam-se e chateiam-se com a mesma facilidade com que voltam a amar logo de seguida, com a mesma base mas com outro estado de espírito. Encontros e coincidências ao longo do tempo que podem ser vividos de diferentes formas por existirem universos paralelos que ajudam a alterar o rumo de uma situação para que o presente seja melhor que o passado mas não tão bom como o futuro. Ou será que acontecerá o contrário? Diferentes possibilidades de vida são corridas em simultâneo provocando o acaso, as decisões, certezas e teorias! Conseguiremos viver a mesma situação de diferentes prismas e consoante o espaço, o tempo e tudo o que nos envolve?
Constelações é uma produção com o selo de qualidade do Teatro Aberto, onde as apresentações não se destinam a todo o público que goste e aprecie um bom espetáculo teatral. Nesta obra de Nick Payne a premissa inicial tem de chegar rapidamente junto do espetador para que todo o encadeamento consiga ser levado de forma convicta com as personagens que vão desfilando nas plataformas que assinalam a mudança. No mesmo minuto uma cena dramática é levada a cabo como logo de seguida a mesma situação acontece com uma ligeireza que acaba por ser subtil.