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O Informador

Protecção literária

Aquelas pessoas que afirmam que ler é desperdiçar tempo não sabem mesmo do que falam e devem adorar viver no seu mundo onde não existem reflexões, comentários e debates. Ao ler reflete-se sobre os diversos temas que vão aparecendo ao longo das histórias e isso é tão melhor que andar por aí em busca da imperfeição da vida alheia.

Ando a ler O Pintassilgo, tal como já tinha revelado, e ao longo da leitura das duas primeiras partes desta obra, que me está a conquistar, dei por mim a pensar em como uma pessoa viúva ou separada sem saber onde o seu antigo parceiro foi parar lida com o pensamento da própria morte quando existem filhos menores ao seu cuidado.

Tenho amigos e conhecidos que foram criados simplesmente com um dos progenitores e ao longo das primeiras cem páginas da obra de Donna Tartt fui pensando em como seria a vida de x ou y se o seu principal e único cuidador faltasse quando ainda existissem vários anos pela frente enquanto criança? O que um pai/mãe pensa ao longo dos anos em que é o único sustento das suas crias sobre a possibilidade, porque existe sempre a hipótese de acontecerem fatalidades, de uma perda? Onde ficam as crianças nessa altura, com quem, quando por vezes não existem avós com condições para os aceitarem ou familiares próximos capazes de se chegarem à frente? Situações complicadas que por vezes atiram jovens para instituições porque a vida não lhes foi meiga com a perda, por variados motivos, de quem mais os queria ver bem.

Crianças do IPO

O jovem cantor D8 lançou um videoclip em homenagem às crianças que passam pelo IPO com a infeliz doença que está na moda. Sorri é o nome deste tema que faz a diferença por ser especial e totalmente dedicado aos que sofrem e que enfrentam horas, dias, semanas, meses e anos nos quartos e corredores de um hospital onde a esperança por um futuro existe. 

Um bom projeto que decerto arrancará alguma, a possível no momento, felicidade a todas as crianças, jovens e seus familiares que estão a enfrentar uma grande caminhada de vida. Só quem passa pelos problemas é que os consegue enfrentar com um sorriso na cara e uma esperança reforçada no futuro, no entanto este tipo de projetos mostram que existe sempre uma ajuda ao virar da esquina. 

A felicidade é sempre a resposta

Família é quem dá amor com tudo o que isso inclui. A Coca-Cola tem neste momento um anúncio que bem descreve como a felicidade é sempre a resposta para os problemas que os outros apontam para cada seio familiar. 

A mensagem é bem passada com um simples vídeo promocional e que serve de alerta para todos nós que vivemos num mundo cada vez mais diversificado onde a família tradicional já não existe como meio único para criar uma criança feliz. 

Dará um casal heterossexual uma educação tão diferente da possível por dois seres homossexuais ou somente por uma única pessoa capaz de adoptar? A felicidade dos adultos do futuro é sempre a resposta mais importante no momento de pensar numa criança enquanto membro do seio familiar. 

Crianças ignoradas

Não sou pai, é um facto, mas acredito que se fosse não lidaria com as crianças como se por vezes fossem completos inúteis. No passado fim-de-semana vi uma situação que me deixou a pensar sobre este tema por um simples facto. Dois miúdos, percebi que estavam com dez e oito anos de idade, estavam entregues em férias escolares aos seus avós. Foram os quatro a um café onde os amigos dos avós estavam ou iam passando e faziam questões que geravam conversas sobre os pequenos como se eles não estivessem ali e não compreendessem o que se estava a dizer. A sério mesmo? Sério!

Será que aqueles dois senhores já adultos e os seus amigos e conhecidos do chá das cinco esquecem-se que as crianças ouvem e percebem o que é dito sobre si ou os seus pais? Já são grandinhos e não gostam de perceber que estão a ser comentados por pessoas que nem conhecem e a que são forçados a cumprimentar. Os avós queixam-se dos seus comportamentos, dizendo qual era o pior e que já estavam cansados e a desejar que as férias escolares terminassem para poderem voltar ao descanso. Será que isto é mesmo verdade? É e a alegria dos menores deve ter ficado em altas por perceberem que estão a mais na casa dos pais dos seus pais que se queixam a todos os que passam, contando as tropelias próprias da idade que cada qual foi fazendo por esses dias de descanso escolar. 

Juntos

JuntosSeis crianças juntas, num salto colectivo, numa imagem que encontrei pelo mundo do Facebook e sem qualquer titulo. Para mim, esta simplicidade transmitida pelo salto das crianças poderia ter como título «Juntos». Juntos por que razão?

Juntos por um mundo melhor seria uma óptima resposta, mas infelizmente as crianças não estão a salvo nesta complicada sociedade em que todos vivemos em modo de sobrevivência.

Juntas poderiam estas crianças serem felizes em qualquer lugar se os adultos não se tivessem a atacar constantemente por coisas, por vezes, mínimas.

Juntas poderiam ser crianças felizes em busca de um futuro ainda mais risonho onde o bem impera e o salto para a felicidade seria o sonho de qualquer um. Infelizmente este salto poderá ser o da revolta colectiva que nos ataca constantemente sem apelarmos pela mesma.

Juntos eles podem sonhar, eu posso sonhar e tu podes sonhar, mas a realidade é bem diferente do que o que todos desejamos!

Juntos...

Educar com presentes

Na sociedade dos dias que correm é cada vez mais comum ver os pais sem tanto tempo para os filhos como acontecia há uns anos atrás. Não sou pai, mas tenho visto que as crianças são cada vez mais conquistadas com presentes, faltando a base de tudo, faltando o que eu tive.

Acredito que existe uma percepção geral de que o consumismo, mesmo em altura de crise, é forte no que toca a comprar crianças. Os pais muitas vezes para verem os seus filhos bem e contentes dão-lhes o que pedem e esquecem que é através dos afetos e da proximidade que existe educação.

As crianças têm tudo e conseguem ter tudo dos seus pais e familiares mais próximos e mal começa a aparecer uma birra logo se muda tudo com a compra de algo que é pedido. A ausência dos pais, devido às várias horas de trabalho, também acontece numa maior escala e isso ajuda a esta compra com presentes que os pais fazem.

Educar não é isto, pelo menos eu não fui educado assim e não fui habituado a ter tudo o que pedia. Sempre tive um dos meus pais mais presente que o outro, mas cedo comecei a perceber que podia pedir, mas eram mais as vezes que não tinha o que queria do que o contrário.

Hoje não se educam as crianças, hoje compram-se os filhos para se compensarem as horas de ausência e a falta de paciência que se agrava com o stress social que existe!

Pobres com vida de ricos

Isto é uma das velhas questões... Quem não tem poder monetário para ter uma vida razoável é quem faz vida de rico, não tendo medo de comprar tudo o que lhe aparece pela frente, não tendo medo de ter filhos e mais filhos, sempre com um sorriso na cara e coisas novas por perto.

Faz-me confusão como é que um casal com três filhos, com uma casa com condições menos boas e em que só um membro da família trabalha, passa a vida de um lado para o outro, indo mais que cinco vezes ao café, sempre com os miúdos a comerem alguma coisa de que não era necessário... Depois ainda vejo essas crianças com telemóveis novos e a falarem que os pais compraram isto e aquilo! No que toca à roupa podem ter algo novo nos seus corpos porque é dada por quem tem pena, menos mal...

Faz-me mesmo confusão como estas cinco pessoas vivem diariamente só com um ordenado que não deve passar os mil euros, pagam renda de casa e todas as despesas a si associados.

Um rapazito que não faz nada, uma miúda que estuda e a mais pequena que anda todo o dia a ser empurrada no seu carrinho pelos irmãos ou mãe. Faz-me uma certa relutância como aquele homem consegue ganhar, nos dias que correm, para poderem beber tantos cafés e minis acompanhados por batatas fritas e afins a qualquer hora do dia.

Sabe-se que as refeições se baseiam, na maioria dos casos, em enlatados, e embora não sendo isso a melhor solução para os três menores, eles têm sobrevivido.

É realmente ingrato falar disto, mas o que vejo é que as famílias que têm menos condições sociais e económicas, são as que fazem uma vida mais despreocupada, sem pensarem se amanhã existe dinheiro ou não. Compram, pedem emprestado, ficam a dever, mas o que é certo é que eles sobrevivem.

Nós que andamos a lutar contra a crise e sempre com medo que o dinheiro nos falte sentimos essas preocupações afinal sem necessidade, não?!