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O Informador

Ruído na Biblioteca

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Frequentar uma biblioteca tem como característica encontrar algum silêncio para que a concentração seja exata, já que o local não é um centro de convívio nem uma parque de diversões. Geralmente nas entradas existem avisos para ser mantido o silêncio, só que por vezes o problema não vem dos visitantes mas sim dos próprios funcionários.

Há uns anos, quando era adolescente, para fazer tempo até apanhar o autocarro que me levava do centro do concelho para a aldeia, acabava por ficar um pouco na biblioteca pelos computadores municipais, aproveitando também para ler alguma da imprensa que estava exposta. Já na altura lembro-me de ver os bibliotecários responsáveis pelo espaço a andarem constantemente atrás das pessoas a pedirem silêncio e com o típico som «xchiuuuu». Hoje, mais de quinze anos depois, a história continua a mesma e os pensamentos que tenho também se mantém.

Se formos analisar, o que aquelas pessoas que estão como responsáveis não fazem, é que pedem silêncio aos visitantes da biblioteca, no entanto depois estão atrás do balcão ou andam pelos corredores, a falarem uns com os outros em alto e bom som, como se não estivessem dentro de um local onde os próprios pedem para as pessoas falarem baixo para que não perturbem os outros. Afinal em que ficamos? É que quem devia dar o exemplo acaba por mostrar exatamente o contrário e por vezes dá vontade, mesmo que o barulho dos outros não me perturbe, de perguntar aos funcionários se as regras que tentam impor não se aplicam aos próprios.

Do Lixo para a Biblioteca

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O passado mês de Setembro assinalou a abertura de uma biblioteca pública bem especial em Ancara, a capital da Turquia. Livros abandonados voltaram a estar ao dispor de todos graças aos homens que recolhem o lixo da cidade.

Tudo começou com a partilha de livros encontrados entre os trabalhadores e suas respetivas famílias, mas o projeto foi ganhando destaque e os habitantes da cidade além de começarem a deixar livros que já não queriam em casa em locais estratégicos onde sabiam que os funcionários camarários iriam passar para recolher o lixo, começaram também a entregar diretamente algumas das suas obras já lidas para uma segunda utilização e leitura, dando assim a oportunidade a que todos possam usufruir de boa literatura. 

A adesão, que começou fraca, foi ganhando força e acabou por existir necessidade de criar uma biblioteca pública para depositar todos estes livros encontrados e trocados, existindo atualmente mais de seis mil exemplares pelas estantes do espaço que a autarquia disponibilizou para o efeito. Situada numa antiga fábrica de tijolos, a nova biblioteca social conta com obras para todos os gostos literários sendo fruto de uma coleção que acaba por ganhar valor pelo modo como foi e tem sido conseguida. 

Silêncio na biblioteca

Ao longo das férias alentejanas fui até ao espaço de internet da biblioteca da vila e se há coisa que me irrita é ouvir constantemente as funcionárias a pedirem aos miúdos para falarem baixo e não arrastarem as cadeiras quando depois são elas próprias a falarem alto entre si, ao telemóvel ou com quem passa na rua.

Afinal de contas quem acaba por incomodar mais com o barulho? Os miúdos que estão a jogar e falam entre si sobre o que estão a fazer ou aquelas funcionárias, tão preocupadas, que estão constantemente a mandar vir e depois infringem as regras que tentam impor aos mais novos? 

Um exemplo a seguir!

Pelo Alentejo, existe tempo e se por um lado as coisas podem não estar assim tão bem elaboradas, por outro existem pormenores que fazem a diferença e que mostram haver um maior cuidado com o futuro de crianças e adolescentes da zona.

Na biblioteca municipal de uma pequena vila onde todos se conhecem a preocupação para com os mais novos existe! Os horários e turmas de cada jovem estão ao dispor das funcionárias e estas conseguem controlar as faltas dos mais novos que fogem da escola para estarem pela internet e na brincadeira pelo centro da vila. Existe uma preocupação e um cuidado maior, sendo que assim que conseguem perceber que algum dos menores está a faltar às aulas logo o mesmo fica impedido de frequentar os computadores do espaço público, sendo a escola contactada para confirmar tais faltas e os pais do aluno posteriormente avisados sobre o que se anda a passar.

Muitas vezes pais e familiares mais próximos não percebem o que os mais novos andam a fazer até serem avisados devido à abundância de faltas dos seus educandos e aqui, em pela zona rural onde a calma e o tempo fazem a diferença, existe espaço para um maior acompanhamento da vila e das instituições públicas para com os jovens que andam pelas ruas quando deveriam estar sentados pelas cadeiras escolares com os livros pela frente.

Uma ideia de cuidados educacionais a ser seguida por outros centros rurais e urbanos do país e que consegue fazer toda a diferença no futuro escolar dos mais novos!

Calouste Sarkis Gulbenkian em exposição!

Há uns meses li as obras da autoria de José Rodrigues dos Santos com grande parte da biografia de Calouste Gulbenkian através dos livros O Homem de Constantinopla e Um Milionário em Lisboa. Agora, e porque adorei ambos os romances sobre a vida deste homem que mexeu com a sociedade portuguesa e mundial, chegou a altura de ter a oportunidade de visitar uma exposição dedicada ao «mais do que o Senhor Cinco por cento»!

A partir de 2 de Outubro e até 3 de Novembro, o Átrio da Biblioteca de Arte da Fundação Calouste Gulbenkian receberá a exposição dedicada aos primeiros anos de um apaixonado e tímido cavalheiro. Gulbenkian poderá ser revisto através de documentos e objetos retirados dos Arquivos da Biblioteca de Arte e do Museu Gulbenkian. As cartas que estarão em exposição revelam várias facetas do rapaz nervoso e que se assumiu um adulto empreendedor que escreveu aos seus parceiros em arménio e em turco.

A exposição abrirá as suas portas diariamente pelas 10h00, encerrando às 18h00, durante os dias em que estará disponível a todos os visitantes da Fundação. Conto poder marcar presença pelas próximas semanas para conhecer um pouco mais a vida do homem que me conquistou através das duas excelentes obras de um dos romancistas nacionais mais vendidos.

Uma vida do passado interessante no presente, numa sugestão a ter em atenção!

Ficar por casa

Sinto-me diferente e ao mesmo tempo mais caseiro! Antes andava bem era pela rua e em todos os momentos que tinha livres nos dias ou horas de descanso o pensamento partia logo para o que poderia ir fazer para a rua! Agora é diferente, fico mais por casa, com o computador pela frente e a televisão sempre ligada como antes. A mudança aconteceu, mais ou menos, a partir do momento em que aderi ao plano Meo e coloquei televisão por cabo aqui por casa. A paixão pelo pequeno ecrã é algo antigo e agora que consigo ter um maior leque de escolhas sobre o que quero ver e às horas em que estou disponível, liberto-me dos pensamentos de ter que andar por fora, a passear, no café, biblioteca, sempre a inventar o que fazer fora das paredes onde vivo.

Ficar por casa antes representava momentos de stress por ter de inventar o que fazer e não conseguir controlar os pensamentos sobre o que estaria a elaborar se andasse por outros locais ou sobre o que os outros andavam a fazer. Agora poder desfrutar do que quero e sem ter de sair das quatro paredes onde me sinto bem dá-me uma maior tranquilidade como se pudesse ficar dias e dias fechado sem ter de ouvir e ver ninguém.

Atualmente ficar por casa simboliza que estou calmo e sereno e onde só me apetece descansar e desfrutar dos momentos que gosto de viver sozinho. No meu canto, com o computador, a televisão, a rádio, os livros e comida por perto, estar por casa já consegue significar bons momentos na minha vida.

O Leitor

O LeitorConsiderado pela crítica como um dos melhores livros alemães, O Leitor foi traduzido para pelo 39 línguas, tendo vencido vários prémios internacionais de literatura. Agora chegou a minha vez de ler esta obra de Bernhard Schlink e no final não consigo dizer que seja o tão aplaudido romance como é caracterizado por muitos! É bom, mas não é fenomenal! Preferências diferentes!

Sem querer desvendar muito da história, Michael Berg, um jovem com 15 anos, conhece Hanna Schmitz, 36 anos, e a partir daí a rotina dos encontros e os rituais literários e de escuta transformam-se em atos sexuais entre uma mulher que esconde um passado tenebroso e um menor que quer aprender e a quem os receio batem à porta. Dividido em três partes, primeiramente é contado o envolvimento, a aproximação entre Michael e Hanna, sendo depois relatado um reencontro que acontece passados sete anos, quando ambos se voltam a cruzar numa sala de tribunal que coloca em dúvidas o passado entre ambos e onde a comunicação não é permitida. Os campos de concentração durante a Segunda Guerra Mundial e os comportamentos sociais são colocados em destaque neste livro que une o dever com a obrigação e o castigo. Um encontro, um reencontro e no final uma despedida eterna! Um livro que levanta várias questões sobre a história mundial, os crimes praticados na Segunda Guerra Mundial e as consequências do pós-guerra por parte da Alemanha.

Um romance entre duas gerações distintas que viveram as suas épocas de formas também diferentes. A sabedoria e as marcas unem-se à esperança e vontade do que está para acontecer! Com uma escrita corrida, um livro curto mas bem fundamentado e que deixa o seu leitor a pensar no que é relatado e contado sobre o que aconteceu e que marcou a vida de muitos!

Biblioteca de Évora

BibliotecaPassear, conhecer e fotografar! Embora tenha sido com o telemóvel, consegui destacar algumas imagens da Biblioteca de Évora, o espaço histórico que conta com milhares de livros antigos arrumados pelas estantes recheadas de história e onde poucos podem mexer. Neste espaço público a história faz-se sentir através das antiguidades literárias e imagens expostas ao longo das várias salas que constituem a parte antiga do edifício.

Como não podia deixar de acontecer, existe também a ala moderna e que conta com toda uma colecção dos mais recentes lançamentos literários, estes já do tempo em que vivemos, e que podem ser consultados, alugados e mexidos pelos mais curiosos leitores que não se deixam ficar a olhar sem querer saber um pouco mais sobre as páginas que marcam presença pelas infindáveis estantes do espaço.

Évora tem a sua Biblioteca bem conservada, aliando o antigo ao moderno, sem esquecer que aquele espaço serve como um bom complemento ao estudo universitário da cidade alentejana que todos os anos recebe jovens estudantes em formação nas mais diversas áreas.

Um edifício histórico, separado por várias salas, do mais antigo ao moderno, que alia o passado à atualidade, os livros à informática, a calma aos estudos, num só local. Os amantes dos livros têm aqui um cantinho bem especial pela cidade que não deixa a história desaparecer no presente!

Livraria em Igreja

Igreja ou LivrariaÓbidos, a conhecida vila que realiza o Festival do Chocolate, a Feira Medieval e a Vila Natal todos os anos, tem algo fora do vulgar... Uma igreja que foi transformada em livraria. Uma coisa estranha e que não é aceite pelos mais religiosos!

Esta igreja, situada mesmo no centro da vila e antes da entrada nas muralhas do castelo já não serve os fins religiosos, tendo-se transformado numa livraria fora do comum mas com um ambiente que deixa os seus visitantes curiosos e com vontade de saberem a razão deste espaço se ter transformado em algo para que não estava destinado.

No seu exterior, tudo está como igreja, já no seu interior, só mesmo a estrutura se mantém, porque os altares estão lá para serem ocupados não por peças religiosas mas sim por corridos bancos ou cadeiras e algumas mesas onde se pode colocar a leitura em dia. Um piano no seu centro também existe, tal como uma longa estante cheia de artifícios para que os visitantes da agora livraria possam andar pelo espaço à descoberta do que procuram realmente. Com um primeiro andar feito recentemente para poder abarcar um maior número de exemplares, este espaço remodelado cria alguma incerteza a quem o conhece.

Só entrei nesta antiga igreja e atual livraria pela curiosidade da transformação do espaço e embora não seja tão religioso assim, tenho que confessar que me fez alguma espécie ver esta realidade um pouco impensável pela minha mente. Como pode uma antiga igreja ter no seu interior tantos livros que falam do pecado e do mal? Uma boa questão!