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O Informador

Confidente da Partilha

confidente da partilha

Lanço aqui uma proposta a quem passa pelo blog e tem algo a dizer ao mundo, de forma direta e dando o nome, mesmo que fictício, ou escrevendo de forma anónima para o espaço que aqui início com o nome Confidente da Partilha. A escolha será sempre tua, deixando ao teu critério a divulgação sobre quem és. 

Podes partilhar comigo, sabendo que irei partilhar por aqui, tudo o que quiseres. Textos sentimentais, poemas, ideias, comentários sobre o estado atual do país, confidencias pessoais, histórias de vida, divulgações, situações inusitadas, imagens, citações, reclamações e tudo mesmo o que quiseres. Depois com o tempo vou publicando no blog o que vais deixando na caixa de mensagens para poder mostrar aos leitores deste meu espaço.

 

Regressos

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É bom ir e voltar de férias bem, mas sabes um pequeno pormenor que me irrita no regresso? Conduzir durante horas, mesmo com paragens, de regresso a casa e sabendo que novo período de férias só daqui a uns meses.

Para lá tudo vai bem, mesmo que o cansaço apareça, o caminho parece fazer-se porque a vontade de chegar ao destino surge e o tempo percorrido acaba por ser compensado por se saber que se irá usufruir de uns dias de pausa, descanso e sossego longe do dia-a-dia. Para cá, quando as últimas horas de férias se aproximam, a vontade nunca é a mesma. O caminho parece longo e cansativo, as paragens servem para reforçar o café para que se siga em frente e mesmo assim a moleza surge a certo ponto do trajeto e o corpo só parece querer descansar e deixar-se levar para um sofá ou cama. 

Memória seletiva

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Nunca me tinha acontecido, no entanto por estes dias constatei o que os especialistas falam sobre a memória seletiva com o tempo. Em conversa familiar aqui por casa percebi que não tenho memória sobre os acontecimentos que rodearam a morte de uma vizinha que me viu crescer, como se fosse uma avó. Perdi em menos de dez anos qualquer memória daqueles dias e em conversa sobre os que amamos e que partem percebi que nem me lembro de ter sido eu a receber a notícia cá em casa para a transmitir aos meus pais que tinham saído nesse dia. 

Dizem-me que foi uma vizinha, também ela já falecida, que me deu a informação, que liguei de imediato para avisar os meus pais, sei claramente que fui ao velório e funeral e não tenho imagem alguma sobre estes momentos. Tal como não tenho imagens dos últimos dias que a senhora passou na sua casa. A memória seletiva parece ter apagado estes maus momentos, o que de certa forma tenho pena mas ao mesmo tempo acaba por ser um alívio por me lembrar somente das coisas boas que foram vividas e partilhadas ao longo de mais de vinte anos. 

O cheiro a rebuçados que a sua sala sempre tinha, os ensinamentos que lhe fui dando de cada vez que comprava um novo telemóvel, as conversas sobre televisão, a paciência que a discrepância de idades nos dava mutuamente para passarmos horas a conversar. Cresci com a avó de coração a quem chamava tia e que vivia mesmo na porta do lado, tenho excelentes recordações desta senhora que me apoiou sempre desde que me viu chegar a casa no primeiro dia para me ajudar a educar como se fosse um membro da nossa família, que na verdade sempre foi e será. No último dia em que deixou a sua casa não me despedi mas sei que foi para um lar de forma contrariada e essa sua ida foi a sua primeira morte, eu sei, sempre soube, que a partir do dia em que a tia saísse de junto de nós não mais voltaria e não voltou. 

Nem sei...

Vazio

 

A verdade destes tempos é que existem horas do dia tão vagas que a expressão "nem sei" parece fazer todo o sentido para descrever os diversos momentos em que me podem questionar sobre o que estive a fazer e a resposta é tão vaga que simplesmente consigo afirma "não sei", sendo de facto isto que me ocorre.

O que sei é que as horas do dia em sistema de lay-off passam e quando dou por isso o dia anoitece e ao refletir sobre o que fiz ao longo do período em que estive acordado reflete, em termos de proporção, no mesmo tempo de ocupação como se estivesse a trabalhar e chegasse a casa e conseguisse fazer tudo e mais alguma coisa. 

 

Sinto-me cansado

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Cansado, é assim que me sinto! Acordo e adormeço dentro do mesmo ritmo, abro os olhos e percebo bem cedo que o dia está a nascer lá fora, tento ficar mais um pouco na cama mas rapidamente percebo que ficar na ronha não é para mim. Tenho mais um dia pela frente onde nada acontecerá e quando dou por mim já passaram horas, já vi o sol e a chuva e estou de novo pronto para me deitar sem conseguir aproveitar mais um dia, seja ele o início ou o fim-de-semana.

Sinto-me em baixo com toda esta não rotina, irritando-me facilmente, sem paciência para mim e mesmo para os poucos com quem passo estes dias nublados e sem emoção. Melancolia e inatividade, sentindo-me fraco, com algum cansaço sem nada fazer para tal e sem qualquer vontade de reação. 

Lá voltou o roupão

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2021 tem sido uma inconstante em termos de temperatura. Ora vem o frio, ora vem ainda mais frio e ainda existe o frio com muito gelo à mistura. Passamos desde o início do ano já pelas três fases e parece tardar em estabilizar para temperaturas um pouco mais agradáveis.

Agora que o frio já parecia estar controlado sem vestígios de ventos gelados, que já me faziam sentir confortável só de pijama ao serão antes de me deitar para dormir, eis que o gelo volta a fazer-se sentir por estes lados e voltei a resgatar o quente roupão polar preto, comprado há dois anos na Primark, e que faz as minhas delícias quando o tempo arrefece e preciso de algo quente para me aconchegar em casa. 

Mais que é menos

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As últimas semanas da minha vida, devido ao estado de confinamento que todos atravessamos, têm-me dado mais tempo livre e muito no sentido do "sem nada para fazer", o que não significa que tenha estado mais entretido com os meus interesses de tempos livres dentro de casa. Sim, ao contrário do pensado, mais tempo livre não significa melhor ocupação desse mesmo tempo, não conseguindo arranjar conteúdo decente para passar a maioria das horas extra que agora estão ao dispor como tempos livres.

Se vejo mais horas de séries? Não! Se ando a ler mais? Não! Se dedico mais horas ao blog? Não! Se estou mais tempo a olhar para as redes sociais? Não! Se dedico mais tempo a arrumações? Não! Se faço mais doces? Não! Ou seja, não sei como, mas a verdade é que acho que quando tenho os dias mais compactados com as horas de trabalho a ocuparem metade do dia consigo fazer exatamente o mesmo que agora que estou livre como um passarinho para desfrutar e duplicar ou mesmo triplicar o que geralmente é feito em tempos normais.

Baralhado com os dias

Baralhado

 

A verdade é esta, com tanta troca de horários, do podemos sair ou ficar fechados em casa, tenho a confessar que existem dias em que me sinto totalmente trocado com as horas do dia e mesmo se estamos no início da semana ou final.

Tenho dado por mim a dar o "bom dia" quando já estamos a meio da tarde ou também a "boa tarde" quando ainda nem são 10h00 da manhã. Existe também o fenómeno de mentalmente acreditar que as Quartas-feiras por vezes são Segundas ou que os Sábados são um dia de semana, tudo porque com estes novos horários impostos pela falta de liberdade e com folgas com alterações constantes acabo por me despistar sobre a quantas ando.

 

Cansaço crescente

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As últimas semanas têm sido para esquecer. Após meses de pandemia com confinamentos e regras apertadas de convivência, corpo e mente parecem começar a sentir o peso de toda a questão e a vontade de reação é cada vez menor. 

Ora ando a correr porque de manhã antes de sair para o trabalho a rotina continua dentro do espaço de tempo em que tento dormir ao máximo e a hora em que tenho de sair porque o caminho não se faz num ápice. Depois ao longo do dia, não sei se será de mim, mas os momentos de pausa, e eu que nem tenho rede móvel no local de trabalho, não consigo organizar grande coisa da vida, nem falar com ninguém via telemóvel, não ficando dentro da atualidade e do entretenimento. Consequência disto é mesmo quando fico livre das horas laborais então há que acordar por breves momentos, tentar ver um pouco do que se passa pelo mundo, aproveitar para comer descansado, falar com o mundo que esteja online e volta não volta é tempo de parar e terminar mais um dia. O momento noturno do dia é para comer e vejo que fica na hora de chegar perto da cama, já que me ando a deitar cada vez mais cedo, sem vontade sequer de aproveitar o pouco tempo livre dentro da liberdade permitida para me distrair de forma decente e dentro das possibilidades. Neste momento sinto que vivo dentro de uma rotina cada vez restrita dentro do trabalho, casa, comer, deitar, trabalho, casa, comer, deitar e sem muito mais que isto, resultando simplesmente num cansaço por ver os dias a passarem sem nada de bom a acontecer que me possa dar ânimo para reagir. 

Não existem saídas e muito menos jantares, os passeios dos dias de folga tornam-se impossíveis e nem a vontade já parece existir dentro do contexto atual. Neste momento sinto-me exausto, cansado e sem ânimo algum sequer para arranjar entretenimento ou para falar com quem quer que seja. É levantar, ir trabalhar, comer e quando dou por isso estou pronto para dormir com o pensamento de que umas horas depois tudo se repetirá.