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O Informador

Um Muro e Uma Cerca | Elisabete Martins de Oliveira

Cultura Editora

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Título: Um Muro e Uma Cerca

Autor: Elisabete Martins de Oliveira

Editora: Cultura Editora

Edição: 1ª Edição

Lançamento: Abril de 2023

Páginas: 264

ISBN: 978-989-8860-77-4

Classificação: 4 em 5

 

Sinopse: Pequenos gestos podem mudar o rumo de uma vida.

Elias vive sozinho numa casa demasiado grande, já sem os três filhos, que emigraram, e sem a mulher, que morreu. Quando uma família se muda para a moradia ao lado — entre as muitas que de repente chegaram à Margem Sul do Tejo, desafiando-lhe o sossego —, desenvolve antipatia e desconfiança para com os vizinhos.

Do outro lado, contudo, um rapaz negligenciado pelos pais e pela avidez da vida moderna vai-se aproximando, curioso, apesar das barreiras erguidas por Elias. Com Santiago a começar de forma turbulenta o quinto ano na escola nova, o menino procura consolo e atenção junto do vizinho.

A sintonia entre Elias e Santiago cresce, mas uma notícia perturbadora vem ameaçar-lhes a amizade e trazer ao de cima as vidas difíceis que levam, e os segredos que escondem um do outro.

 

Opinião: Elisabete Martins de Oliveira estreia-se tão bem com Um Muro e Uma Cerca, uma história onde o valor da amizade é transmitido perante a aproximação de Elias, um velho solitário, deixado pelos seus filhos e a viver muito para si, meio que isolado em Fernão Ferro, e Santiago, um jovem negligenciado pelos pais, que sofre de bullying perante os seus pares, e deixado muitas vezes entregue a si próprio. O caminho destes dois seres de gerações distintas cruza-se quando os pais de Santiago compram uma nova moradia ao lado da velha casa de Elias e a criança começa a mostrar alguma curiosidade sobre o senhor que está para lá de um muro e uma cerca, na sua pacata e solitária vida. 

Neste romance a amizade entre um idoso e uma criança é a valorização máxima do poder do cuidado e da proteção. Estas duas vidas cruzam-se no momento em que ambos precisam de apoio e proteção para seguirem em frente e o leitor é convidado a percorrer esta história contada na primeira pessoa de um modo tão emocional como real, já que é de sentimentos e simplicidade de que se fala em Um Muro e Uma Cerca.

Hoje na Wook!

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Hoje é dia de descontos loucos na Wook. É isso mesmo, este Domingo existem milhares de livros em português e inglês com descontos que vão até aos 30%, tudo na Wook e num período de 24 horas onde tens de colocar o teu carro de compras online a mexer para que esta promoção não te escape e fique adiada por mais uns dias. De certeza que alguns dos livros que tens mantido debaixo de olho estão em promoção e por isso aproveita para que dentro dos próximos dias te façam companhia ai por casa.

 

Procuro emprego

Comecei a semana passada a procura de novo emprego. Após mais de quatro anos e meio de empresa, e com quase dezoito anos de trabalho, é tempo de arregaçar as mangas e procurar um novo desafio profissional. 

Neste momento, e para os mais atentos e que me conhecem ou seguem nas redes sociais, trabalho em loja de centro comercial, só que aos trinta e seis anos de idade o cansaço de trabalhar aos fins-de-semana e fazer horários da noite, diga-se até às 22h00, começa a pesar por não existir planeamento para que consiga ter uma vida dentro dos horários e dias de pausa semanais fixos como a maioria das pessoas. Gosto do que faço sim, mas andar constantemente a mudar de horários, tanto entro às 09h00, como às 10h00, 11h30 ou 13h00 e faço sempre oito horas de trabalho como manda a lei, para perceberem a que horas saio da loja. Isto de Segunda-feira a Domingo com duas pausas rotativas que nãl calham assim tanto ao fim-de-semana como seria desejado. 

Gosto do que faço, gosto de trabalhar com o público e na área comercial, tendo também já passado pela parte administrativa de outra empresa, e neste momento necessito de algo que para além de me dar horários fixos, mesmo que me tenha de deslocar, coisa que não me importo por gostar de conduzir, me consiga dar alguma estabilidade na vida para ter rotinas fixas, conseguir planear a minha vida a médio prazo sem andar a olhar para o calendário e a pedir para ter folgas neste ou naquele Domingo, por exemplo, como se tivesse a mendigar o que devia ser meu. 

É normal o ser humano

É normal o ser humano sentir receios.

É normal o ser humano começar algo de novo com toda a força e depois começar a pensar se é mesmo esse o caminho a seguir.

É normal o ser humano colocar vários entraves na frente da corrida.

É normal o ser humano sentir que as coisas não vão funcionar.

É normal o ser humano hesitar e pensar em voltar atrás.

O Filho, no Teatro Aberto

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As fragilidades da saúde mental na adolescência são colocadas em debate através do novo espetáculo do Teatro Aberto, O Filho, de Florian Zeller.

Estreou no passado Sábado, 15 de Abril, na sala lisboeta, a peça O Filho que conta com Cleia Almeida, Paulo Oom, Paulo Pires, Pedro Rovisco, Sara Matos e Rui Pedro Silva num elenco encenado por João Lourenço e com coreografia do Cifrão.

A peça O Filho relata o confronto com que Nicolau, um adolescente de 17 anos, se debate quando os seus pais Ana e Pedro se separam e este segue para uma nova relação, com Sofia, de onde tem um outro filho. Pedro resolver recuperar o filho para a sua nova família a partir do momento em que percebe que Nicolau entra num estado depressivo, de profunda tristeza, faltando à escola e sem conseguir definir o seu caminho por não estar bem consigo próprio. Entre a dor de Nicolau e o desespero de Pedro por se sentir culpado pelas marcas físicas e psicológicas do filho existe Sofia que teme pelo bem estar do seu pequeno filho quando em convívio com o irmão, tal como de Ana que se sente impotente perante o estado de Nicolau. Este espetáculo convida assim ao debate dos problemas mentais tão presentes na nossa sociedade perante o sentido da vida de cada um de nós. 

Chega aquele momento...

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No percurso profissional existem momentos em que é necessário refletir e perceber que é necessário procurar novos pontos para seguir em frente.

Estou com trinta e seis anos de idade, com mais de dez anos numa empresa que encerrou por incêndio, um ano em outra que sai por vontade própria e agora quatro anos e meio no terceiro empregador, no entanto está a chegar o momento de dizer chega. É isso mesmo, muito ligado ao atendimento comercial com trabalho administrativo pelo meio, agora sinto que preciso de algo mais, entrar num projeto onde me sinta valorizado e que ao mesmo tempo onde consiga olhar para os meus horários e perceber que tenho uma vida normal. Tenho trabalhado aos fins-de-semana, deixando muito da minha vida pessoal de lado por isso e existem alturas em que é necessário perceber que para além de precisar de me sentir útil junto do empregador também tenho de perceber que sou valorizado e consigo ter uma vida dentro do normal, com horários definidos e onde possa ter planos a longo prazo sem ter de esperar para saber se estou de castigo a trabalhar quando a grande maioria da população está de pausa. Não me importo de trabalhar mais horas que o habitual, não me importo de fazer dias extra, não me importo de levar trabalho para casa, desde que tudo seja recompensado e me sinta ao mesmo tempo valorizado por isso. 

 

Tudo é Rio | Carla Madeira

Particular Editora

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Título: Tudo é Rio 

Título Original: Tudo é Rio

Autor: Carla Madeira

Editora: Infinito Particular

Edição: 1ª Edição

Lançamento: Março de 2023

Páginas: 194

ISBN: 978-989-8860-87-3

Classificação: 3 em 5

 

Sinopse: Lucy é a prostituta mais concorrida da cidade. Dalva, por contraste, é de origem familiar e muito tradicional, mulher de Venâncio, senhor de uns ciúmes doentios.

Lucy e o casal, Dalva e Venâncio, protagonizam um triângulo amoroso que se afasta dos lugares-comuns dos romances e nos faz questionar, sob formas surpreendentemente originais, quais os verdadeiros limites do perdão, até onde pode ir a intensidade de um amor, de que valores se reveste a importância da família e, acima de qualquer outra coisa nesta história, quão forte ou fraca pode ser a afeição entre mulheres.

Neste seu impressionante primeiro livro, a escritora brasileira Carla Madeira socorre-se de uma linguagem sem pudores ou complexos, com uma narrativa madura, mas ao mesmo tempo poética e imagética; e dessa forma incorpora todos os extremos, sem ideias básicas de certo e errado, apresentando-nos o extraordinário mundo de mulheres fortes, fracas, com problemas e soluções, com sentimentos e desejos reais.

 

Opinião: Lucy, a prostituta que desde cedo começou a aprender, por si, a arte da sedução, enfeitiçando os homens que se colocavam no seu caminho sem rodeios e dando uso à sua beleza pela vontade de brilhar. Ao mesmo tempo somos convidados a conhecer Dalva e Venâncio, um casal forçado onde a submissão dela perante a violência dele acabam por provocar danos irreparáveis. O que terão estas três pessoas em comum na história de Tudo é Rio? A julgar pela descrição acredito que seja fácil chegar aos dados certos para o arranque da narrativa que Carla Madeira criou com este seu romance de estreia.

Tudo é Rio é uma história em bruto, relatada de forma crua e sem qualquer controlo com a arte do disfarce das palavras sem filtros, uma vez que todas as descrições feitas levam o leitor ao desconforto mas ao mesmo tempo deixa a vontade por se conhecer até onde vai Lucy com os seus comportamentos doentios e de obsessão para com quem lhe faz frente e não segue as regras auto estabelecidas. 

As Coisas Que Faltam | Rita da Nova

Manuscrito

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Título: As Coisas Que Faltam

Autor: Rita da Nova

Editora: Manuscrito

Edição: 1ª Edição

Lançamento: Fevereiro de 2023

Páginas: 256

ISBN: 978-989-9087-58-3

Classificação: 4 em 5

 

Sinopse: Quando tinha oito anos, Ana Luís pediu pela primeira vez para conhecer o pai. Era muito comum a mãe dizer-lhe que não a tudo - não, não podia ir para casa das colegas porque tinha de estudar; não, não podia comer gelados porque eram só gelo e açúcar. De todas as respostas negativas que estava habituada a receber, porém, aquela foi a que doeu mais.

Ana Luís cresce a sentir que lhe falta algo e que não pertence a lado nenhum. A convivência com a mãe, uma mulher fria e dominadora, aprisiona-a num lugar solitário.

É na figura do pai que deposita todas as suas esperanças: ele é a peça do puzzle que falta e, quando o conhecer, a sua vida vai finalmente fazer sentido e sentir-se-á completa.

As Coisas Que Faltam, o tão aguardado romance de estreia de Rita da Nova, traz-nos a história de uma mulher à procura do seu lugar no mundo.

Numa trama de densidade emocional crescente, a autora explora com destreza a complexidade da identidade humana, a importância do círculo familiar e as histórias que se repetem, às vezes de geração em geração.

 

Opinião: Ana Luís cresceu sem a presença da figura paterna e quando somos convidados a conhecer esta figura solitária encontramos uma história de tristeza que consegue partir corações. É através da procura do que nos faz falta e que acreditamos que possam ser pontos essenciais para atingir a felicidade que percorremos o caminho desta jovem mulher, do seu passado conturbado a um presente onde várias respostas acabam por ser dadas pelas piores razões.

Em As Coisas Que Faltam a procura da verdade revela toda a essência que Rita da Nova colocou na sua escrita quando deixou que a simplicidade das palavras cresça perante a emoção que vai sendo relatada num enredo vulgar valorizado pela dimensão que é criada em torno dos sentimentos de perda e frustração pela procura de respostas de uma criança que se tornou mulher e que sempre se sentiu diferente de quem tinha mãe e pai presentes.

Canções para o Incêndio | Juan Gabriel Vásquez

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Título: Canções Para o Incêndio

Título Original: Canciones para el incendio

Autor: Juan Gabriel Vásquez

Editora: Alfaguara

Edição: 1ª Edição

Lançamento: Fevereiro de 2023

Páginas: 240

ISBN: 978-989-784-865-0

Classificação: 2 em 5

 

Sinopse: Uma fotógrafa de renome apercebe-se de algo que teria preferido ignorar. Um veterano da Guerra da Coreia confronta-se com um segredo do passado durante um encontro que parecia inofensivo. 

Um escritor depara-se com a história apaixonante de uma órfã da Grande Guerra. Na Colômbia, em Espanha, Paris ou Hollywood, as histórias deste livro irradiam a estranha luz das coisas que ferem. Juan Gabriel Vásquez dá prova, uma vez mais, de mestria narrativa e profundo entendimento da existência humana. 

Um livro belo e cru sobre a força do acaso, que declina temas como a memória, o poder e significado da violência, e a relação complexa entre literatura e verdade.

 

Opinião: Canções para o Incêndio coloca num só livro várias personagens e histórias independentes que permitem a Juan Gabriel Vásquez percorrer particularidades do seu país e da sua própria vivência. Com contos distintos entre si, nesta narrativa onde a análise de uma sociedade é feita através da descrição da perda, derrota e trauma, o autor percorre cenários reais onde cada personagem, no seu tempo e espaço definidos, luta para conseguir dar sentido a situações que acabam por estar fora de controlo, uma vez que na vida nem tudo consegue acontecer dentro do planeado. Em Canções para o Incêndio o leitor encontra relatos de histórias comuns e relatadas de forma real e com grande sensibilidade através de um fio condutor bem desenvolvido para quem gosta de se ficar pela leitura de contos, o que não é o meu caso que sempre preciso de um desenvolvimento mais prolongado para conseguir conhecer quem está do outro lado e as suas histórias com permanência no tempo.

Noite de Domingo em casa

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Domingo sempre foi aquele dia para ficar em casa após o jantar. Posso sair todos os dias da semana, mas o Domingo é geralmente aquele dia, que mesmo que trabalhe durante o dia, quando chego a casa é para não sair mais, gostando de vestir o pijama e ficar a descansar como se fosse o dia de reflexão para fazer a pausa e preparar por umas horas a semana que logo está prestes a começar.

Este é aquele hábito que sempre me tem acompanhado ao longo dos anos, que mesmo com boas temperaturas, mudanças de rotina ou férias, gosto de manter como se se tratasse de um ritual. As noites de Domingo são para ficar em casa, mesmo que esteja a «não fazer nada» ou apenas a existir até o sono surgir.