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O Informador

Pesquisa facilitada

E como pelas últimas semanas, praticamente todos os dias, mais do que uma pessoa vem parar ao blog através da pesquisa sobre «dedicatória», «finalista», «infantário» e «afilhados», eis que me apetece dar uma mãozinha e facilitar-vos a dita procura. Aqui está o link que tem sido sucesso desde o início de Maio por estas paragens... É só clicar!

Corrida urbana

Até agora, porque vivo num meio rural, os meus momentos de corrida têm sido feitos mais pelo campo, em estradas onde poucos carros passam e onde também raramente nos cruzamos com um outro corredor, ciclista ou alguém em andamento. Agora que estou de férias tudo no treino é diferente!

Com a saída do apartamento vou ligando a aplicação do telemóvel para controlar o tempo e distâncias feitos. Assim que entro no passeio logo arranco com o relógio que fica sintonizado com as pernas em movimento. Por aqui, Portimão, corro pelo meio da cidade, passo nas passadeiras, cruzo-me com pessoas que vão a pé para casa depois de um dia de trabalho ou descanso, faço parar o trânsito para passar, cruzo-me com outros corredores bem mais acelerados que eu e percebo que com isto consigo percorrer mais quilómetros e ainda os faço com uma média inferior de tempo.

Como isto é possível não sei mas tenho uma explicação privada para tal! Ao ver pessoas, andar no meio do caos, a motivação e distracção vão acontecendo com uma maior facilidade, não tendo na mente que estou somente a correr. Vou vendo o que se passa em torno dos locais por onde vou passando e assim o tempo vai andando e os quilómetros a ficarem para trás. 

Um Estranho em Goa

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José Eduardo Agualusa não desfrauda com as suas obras. Com Um Estranho em Goa o autor volta a provar que mesmo com livros pequenos e de rápida leitura a surpresa de uma boa narrativa existe. Com 200 páginas onde um romance unido a lendas, tradições e citações é relatado, Um Estranho em Goa é daqueles livros para ler de uma assentada. 

Partindo de viagem para Goa em busca de uma verdade histórica, o narrador apresenta-se sob a forma de um autor, José, com que facilmente o leitor se consegue identificar. Acreditando em crenças e estando atento a conversas cruzadas, rapidamente o nosso herói percebe que para além do que foi investigar existem vários factos que podem alterar o rumo de uma sociedade. Através do recurso a memórias que se atrapalham por vezes com as emoções à flor da pele, a verdade consegue prevalecer num labirinto de intriga e omissões clandestinas. Unindo o romance a um forte roteiro turístido, Agualusa convida-nos a visitar Goa, mostrando-nos hábitos históricos e recentes de um povo cada vez com menos diferenças culturais. 

Com uma escrita fluida mas elaborada, José Eduardo Agualusa destaca-se sempre pela sua forma explicativa dos factos. Sem recorrer a mundos fantásticos e com o cruzamento entre a história e a acção do momento, as personagens vão andando por Goa sempre com missões omitidas e onde no final de contas o que interessa é a verdade dos factos sob a perspetiva de cada qual. 

Uma obra que não consegue conquistar o grande público da literatura rápida mas que tem os seus leitores assíduos, aqueles que gostam de parar para pensar e ficar com um pouco da mensagem que uma história tem para passar.