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O Informador

Sei Lá

Sei LáMargarida Rebelo Pinto lançou o livro Sei Lá há quinze anos! Agora, em 2014, as palavras escritas deram origem ao filme com o mesmo nome e protagonizado por Leonor Seixas, Ana Rita Clara, Patrícia Bull e Gabriela Barros. Depois de gozar um pouco com este lançamento no cinema, não resisti e lá quis assistir ao produto cuja realização esteve a cargo de Joaquim Leitão. O que dizer assim por alto e desde já? Gostei!

Com uma obra literária de sucesso que colocou muitos autores já reconhecidos de parte e com certa inveja na altura, Margarida Rebelo Pinto criou as suas personagens femininas num forte enredo onde o amor e os homens são adereços que quebram corações, tendo conquistado os leitores desde cedo pelo seu fantástico poder descritivo e complexo sobre como o mundo feminino analisa as atitudes masculinas. Isto em Sei Lá, o livro!

Agora a adaptação para cinema saiu e não podia ter corrido melhor para uma produção nacional, onde o público é muitas vezes ignorante por achar que o que é feito em Portugal não pode correr bem. Foi bem feito e a prova está à vista! Uma década e meia depois do tempo em que os acontecimentos acontecem, Sei Lá vê a luz do dia na grande tela, já vindo tarde, isto porque o mundo mudou e as atuais produções cinematográficas e de televisão já correm em outros patamares, estando o tema das amizades femininas para enfrentarem os homens já fora de moda por já ser algo bem batido entre as criações audiovisuais de todo o mundo.

No entanto e porque há que falar do que foi visto, da produção ao som, dos atores à escrita, esquecendo que a história central já aparece tarde entre nós, tudo corre bem. Um texto fantástico e corrido, com alguns clichés bem característicos das personagens da autora que mostra como certas faixas sociais reagem ao mais ínfimo desaire da vida. Quatro mulheres diferentes entre si, com ideias fixas e com problemas bem vincados nas suas vidas cruzam-se com o amor e com os imprevistos que as relações sempre enfrentam ao longo do tempo. A separação, a traição, a busca, a crença, a amizade, as palavras, o carinho... Sei Lá é uma criação misteriosa que junta ao quarteto principal os atores Rita Pereira, António Pedro Cerdeira, Rui Unas, David Mora e Pedro Granger, tendo uma excelente banda sonora bem características do início do século e uma imagem excelente, embora com alguns deslizes que podem passar ao lado do público em geral.

Tenho pena somente por este filme aparecer fora do seu tempo, deixando-se comparar assim à banalidade do que tem aparecido ao longo dos anos porque na altura certa o sucesso estaria sem dúvida do seu lado por ser inovador e não apenas mais um, ou melhor, aquele filme que a Margarida escreveu e que o Leitão realizou!

Sei Lá é assim um bom filme fora de época!

Suburgatory

Suburgatory«George é um arquitecto atraente e o pai solteiro de Tessa, de 16 anos. Um dia, decide abandonar Nova Iorque e ir viver para uma povoação pequena nos subúbios. Pai e filha iniciam uma vida completamente nova, a todos os níveis.» Esta é a descrição, bem geral por sinal, que pode ser encontrada no portal do AXN White sobre a série Suburgatory, a minha nova companheira televisiva no que toca a formatos cómicos de ficção internacional.

Comecei a ver há dias a primeira temporada da série e confesso que nos primeiros minutos pensei que não iria acompanhar a vida desta pequena família e seus vizinhos, no entanto e porque as personagens se foram revelando, já conto com alguns episódios vistos e uns quantos em lista de espera pelas gravações da box. Até ao momento a aceitação pessoal para com esta produção está a ser positiva e acredito que assim irá continuar!

Um produto leve, que relata a complicada convivência entre um pai solteiro - Jeremy Sisto - e uma adolescente - Jane Levy - que embate com os jovens da sua idade, provocando o caos à sua volta sem que consiga dar conta das verdadeiras razões dos acontecimentos. Da grande cidade para os subúrbios, fugindo dos problemas e com o pensamento que tudo iria mudar, estas duas personagens encontram no seu novo paradeiro num mundo diferente do esperado e com vários momentos que os ajudam a perceber que a confusão onde viviam afasta-se da que agora encontram diariamente num pequeno local onde tudo parece diferente.

Com início em 2011 e ainda a gravar, Suburgatory tem mostrado que não é um produto de topo, como facilmente se percebe pelo primeiro impacto, mas que consegue conquistar o seu público, revelando mais que uma simples série cómica que une um pai, uma filha, problemas e uma vizinhança completamente louca. As peripécias do dia a dia numa casa como tantas outras acontecem por aqui e há que perceber até que ponto a ficção é parecida com a realidade que nos está próxima!