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O Informador

Adoro açorda

É uma verdade! Existem muitos pratos bem portugueses de que eu adoro, mas açorda é açorda e eu adoro!

Pois é verdade, aqui por casa, todos os meses peço para que num dos meus dias de folga seja presenteado com este prato antigo e que eu como até mais não. Eu já sou pessoa de alimento, mas quando a refeição é açorda e então feita pela minha mãe, consigo repetir duas e três vezes e ter sempre o prato cheio para logo ficar vazio. 

Por aqui a açorda costuma ser acompanhada por bacalhau, ovas, salmão ou carapaus, sendo qualquer destes acompanhamentos bom, no entanto os dois primeiros são os meus preferidos para comer com esta comida barata e tão deliciosa. Hum, só de pensar nisto já estou a ficar com água na boca.

A açorda aqui da minha zona é feita com o pão cortado aos bocadinhos, sendo fácil comer com o garfo. Já comi açorda alentejana e confesso que não gostei lá muito de ver as fatias de pão a serem banhadas com o resto desta caldeirada caseira. Açorda para mim tem que ser como a cá de casa, porque se assim não for, já não é a mesma coisa.

Quem for fazer açorda e me queira convidar para a experimentar, estejam à vontade! Depois digo se gostei ou não!

Aos 50 anos existe liberdade para tudo?!

«Aos 50 anos já tenho o direito de fazer e dizer o que me apetece... Até na escrita.»

Inês Pedrosa

A completar 50 anos de vida e 20 de carreira, Inês Pedrosa revela numa entrevista à revista Nova Gente a frase que em cima transcrevi. E agora pergunto, aos 50 existe mesmo essa permissão de também se escrever tudo e mais alguma coisa pensando que serão os outros que irão ler, mesmo que não percebam?

É certo que com o avançar da idade se começa a pensar de outra forma, de forma mais tranquila e com menos riscos de se errar, mas quando se pensa que tudo se pode fazer e dizer sem que os outros levem a mal, é porque talvez sejamos nós que estamos mal, não?

Tenho-me reparado que além de mim, existem muitas pessoas que estão a colocar a escrita desta autora de lado pela sua maneira de querer mostrar ao mundo como entende as suas criações dos últimos tempos. Será que a autora não consegue perceber que não escreve para si própria, mas sim para os outros, tendo que explicar as razões das suas personagens serem como são? É certo que cria enredos que se desenvolvem de forma muito rápida e isso é bem atrativo, mas convém sintonizar os leitores nas palavras com que tenta mostrar toda a acção, não?

A mim, a autora não me engana mais, pelo menos enquanto me lembrar do que li seu e sentir que dos autores nacionais foi mesmo a pior que me veio parar às mãos. Ter tais anos de vida e outros de carreira não significa que se pode inventar e criar algo só para a própria pessoa entender, porque se quer ter sucesso e vender, é melhor então voltar a rejuvenescer com as suas criações literárias.

O direito é algo que todos possuímos, mas o transtorno que podemos causar nos outros não tem que andar de mãos dadas com esse direito. Não fica bem a qualquer pessoa assumir que por ter idade ou experiência se encontra capaz de dizer tudo o que quer, porque isso não é bem assim para quem vive em sociedade.