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O Informador

No café fala-se de dentistas de manhã

Acordo, um dia frio, mas que era melhor que o habitual porque sabia que estava de folga e não tinha que andar à pressa. Levanto-me e despacho-me para sair, tomar café e ir cortar o cabelo. Chego ao café, começo a ler os últimos capítulos de A Mão do Diabo e a comer o meu folhado acompanhado pelo cafézinho. Passado um pouco, ainda a comer, começo a ouvir a conversa indesejada de uma manhã de descanso e muito menos quando se está a comer. Na mesa atrás fala-se de idas ao dentista e o que se fez por lá. Três senhoras, sem mais nada para fazer e talvez de que falar, estavam a ter a conversa proibida logo de manhã e para quem está bem disposto.

As senhoras, amigas umas das outras, falavam logo nas primeiras horas da manhã de várias idas ao dentista, onde arrancaram dentes, umas custou mais que outras. Soube até que uma delas teve duas horas para lhe ser tirado um dente, tendo tido dores horríveis. Eu a comer e a pensar... «Mas elas têm mesmo que estar a ter esta conversa aqui, em alto e bom som, para todos ouvirem?».

Existem assuntos que podem ser normais serem falados, mas logo de manhã, num local onde se pode estar agradavelmente, ter de ouvir a conversa dos outros e sobre assuntos de que ninguém gosta de ouvir histórias, porque são sempre piores que as vividas pelos próprios.

O que aconteceu depois? Despachei-me para me ir embora... Não é que quando me levantei, as senhoras resolveram que também já estava despachadas e tinham conversado tudo? Haja paciência!

Continuo a ler A Mão do Diabo

Pouco mais de uma semana depois, ainda continuo a ler A Mão do Diabo, da autoria de José Rodrigues dos Santos. A pouco mais de cem páginas do final, quero voltar a falar deste livro, por dois motivos. Primeiro, porque conseguiu-me dar a volta e conquistar. Segundo, mostra que o autor não pensou na internacionalização da obra.

Depois de umas primeiras páginas em que parecia que A Mão do Diabo não me ia conquistar, voltei com a palavra atrás, mas não pela forma como o livro está escrito, mas sim pelo que me tem ensinado acerca do estado do nosso país, da Europa e do Mundo. A crise, a crise e a crise é o grande destaque destas novas aventuras de Tomás Noronha, que fala das PPP, da moeda única, dos orçamentos de estado, e essencialmente do que foi feito de errado e do que se pode ou não fazer nos próximos tempos para melhorar a situação de todos nós.

Vejo que o jornalista quis mesmo mostrar e alertar os portugueses para a situação em que vivemos, narrando em certa parte o que pensa sobre toda esta situação. Como jornalista não o pode fazer, mas na pele das personagens pode bem deixar passar a sua opinião.

Deixo também aqui a minha ideia de que José Rodrigues dos Santos não pensou na internacionalização desta obra como tem acontecido com as outras, como é o caso de A Fórmula de Deus, O Sétimo Selo e O Último Segredo. Estes três livros, além de serem sucessos em Portugal, foram lançados em outros países, tendo conquistado também o público internacional. Desta vez parece que o autor e a sua editora, a Gradiva, não pensaram além fronteiras e dedicaram-se em fazerem algo mesmo para o nosso pequeno país cheio de crise, mas com o Natal à porta.

A Mão do Diabo não tem a história base das obras dos outros anos, mas tem sido bem agradável de ser lido, essencialmente porque me tem ajudado a perceber alguns pormenores económicos e políticos de que não tinha a ideia bem formulada e a que não dava importância. Quando terminar de ler venho aqui falar mais um pouco deste novo best seller nacional que me foi oferecido pelos meus 26 anos.